sexta-feira, 18 de maio de 2012

poderia ter sido um sonho erótico

Nunca mais conseguiu olhar para o rapaz do mesmo jeito, coitada. Era seu sonho de consumo fazer loucuras passando os dedos naqueles cachinhos escuros, mas foi justamente um sonho, desses que a gente tem quando dorme, que mandou tudo para o espaço. 
Eles estavam prestes consumar o fato. No sonho, quero dizer. E, veja bem, ela já tinha uma boa experiência no assunto - na vida real, no sonho eu não sei - e nunca, nunquinha havia se importado com o tamanho. Talvez nunca tivesse se importado com o tamanho porque todos os homens com quem esteve naqueles quase 30 anos de vida tinham acessórios de um tamanho normal. 
Sem saber que aquela cama com lençóis brancos naquele lugar que jamais viu antes estava situada dentro de um sonho, notou que aquilo que o rapaz nu em sua frente ostentava beirava o deboche.  Mas nem foi isso o que causou certos desencontros propositais nas noites por parte dela. Sim, porque ele entrava no bar e ela dava um jeito de sair pela tangente, buscar mais um drink, retocar o batom cor de pêssego, qualquer coisa assim.
No meio de sua onda de curiosidade a respeito do que o pequenino poderia lhe proporcionar, o rapaz de cabelos cacheados saltou da cama dizendo que não estava se sentindo bem. Se ela não conhecia aquele ambiente, tampouco ele parecia saber onde estava. Abriu a porta do quarto, e, com o traseiro levemente peludo voltado para ela, vomitou. Vomitou na parede branca do ambiente que antecedia o quarto. Sem saber como lidar com aquilo, o que falar diante daquela situação desconcertante, foi surpreendida por um barulho ensurdecedor muito próximo de seu ouvido.
Desligou o despertador e foi tomar o café da manhã. Ela precisava de um novo objetivo na vida.

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