Tô há pelo menos uma semana tentando falar alguma coisa a respeito do Teste do Ácido do Refresco Elétrico. O compêndio de narrações incríveis me acompanhou durante um mês pelos becos da vida (foi até pra Santa Maria comigo) e agora pode ser considerado um dos meus livros favoritos de todos os tempos.
É difícil conseguir juntar um punhado de frases para descrever o que Tom Wolfe fez nessas 400 páginas. Se On The Road me causou algum senso de aventura, o Teste praticamente me lançou para outro plano espiritual. Acordo todos os dias querendo pintar um ônibus com as cores do arco íris e suas variações e levar comigo para qualquer lugar um bando de loucos tão cansados da vida quanto eu.
Tom Wolfe, aquele mesmo que os professores da faculdade usam de exemplo para explicar o new journalism, descreve as aventuras de Ken Kesey e seus amáveis Festivos Gozadores, entre eles Neal Cassady (lembram do Dean de On the Road?). Está tudo lá. Viagens pela América regadas a muito refresco elétrico, aquela maravilha que liberta a consciência dos limites que o cérebro propõe. As mais de 40 horas de filmagens, as festas com os Hell's Angels, os encontros com William Burroughs, Hunter S. Thompson e Timothy Leary, o velho Leary. O show dos Beatles no auge da beatlemania, com direito a gritos das empedernidas garotinhas de 13 anos. O show dos Rolling Stones, as dezenas de batidas policiais, a fuga para o México e mais um milhão de acontecimentos, todos empilhados sobre as páginas amareladas da minha edição de 1993 oriunda de um sebo paulista.
É muito mais do que um livro que fala sobre viagens de ácido. É uma aula de como era viver de verdade. Um maravilhoso livro didático sobre o modo de vida dos hippies, dos beatniks e toda essa juventude intrépida dos anos 60 que tanto lutava pela liberdade.
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