Perambulava pela Osvaldo Aranha e encontrei o sebo. Eu nem sabia que ele ficava na Osvaldo Aranha e, de repente, no caminho para um vegetariano no Ocidente, ali estava. Voltei no dia seguinte porque sabia que lá tinha o livro que eu queria há meses.
Era um sebo muito bonitinho, pequeno e organizado. Tinha uma estante só para autores gaúchos. Era ali mesmo.
A ordem era alfabética e lá estavam os ilustres Cyro Martins, David Coimbra, Erico Veríssimo, Fabricio Carpinejar, Josué Guimarães, Luís Fernando Veríssimo... Opa.
Não tinha.
Na verdade tinha, mas não estava onde deveria estar e eu não me prestei a perguntar para a moça debruçada sobre o balcão.
Menos de um mês depois eu estava comprando virtualmente pela Estante Virtual. Através. Do. Mesmo. Sebo.
O Vampiro - Leonardo FelipeA ordem era alfabética e lá estavam os ilustres Cyro Martins, David Coimbra, Erico Veríssimo, Fabricio Carpinejar, Josué Guimarães, Luís Fernando Veríssimo... Opa.
Não tinha.
Na verdade tinha, mas não estava onde deveria estar e eu não me prestei a perguntar para a moça debruçada sobre o balcão.
Menos de um mês depois eu estava comprando virtualmente pela Estante Virtual. Através. Do. Mesmo. Sebo.
Li em duas tacadas. Deveria ter sido em uma só, mas já tinha passado das 3 da madrugada de um dia de semana e meu corpo clamava por repouso. Se no Auto, o primeiro livro do Leo Felipe, algumas gramas de Bukowski já haviam sido despejadas em suas páginas, em O Vampiro parece que acordou um velho Buk há muito adormecido e jamais antes visto de dentro do rapaz. No Auto, o lado sexualmente pervertido aparecia sutil misturado a doses cavalares de Hunter Thompson, Tom Wolfe e Kerouac & seus amigos drogaditos. Em O Vampiro não há nada de sutil. Tá ali, escancarado, arregaçado nas fuças de qualquer um que abrir aquele pequeno livrinho negro e perturbador.
Aliás, Leo Felipe foi tão genial na escolha do formato do livro que só esse fato já explica o quão lindo é tê-lo na estante. O formato tem tudo a ver com o nome, e depois tu percebe que tem tudo a ver com o conteúdo também.
Há menos humor, mas há também menos pudor, se isso lhes conforma. Aliás, minto. Não há pudor nenhum. Quem lê O Vampiro antes de ler o Auto jamais acreditaria que aquele carismático rapaz que há pouco tempo comandava o Radar na TVE fosse dono de tais palavras. E não culpo quem não acreditar nisso mesmo depois de ter lido o Auto.
Sei que há muito tempo já fui contaminada pela sedução dos contos & causos de Leo Felipe e jamais serei curada disso. Não consigo mais não enxergar genialidade em tudo o que ele faz.
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