Só sei que nem era para eu ter estado lá no sábado à noite. Minha missão em Porto Alegre se encerraria horas antes, talvez depois do segundo quindim brilhante da padaria que fica perto do hotel. Mas eu tenho na minha vida alguém responsável por mudar todos os planos, todos os meus metódicos procedimentos, por fazer eu gastar mais do que deveria, beber mais do que deveria, comer mais do que deveria e... oquei, me aventurar tanto quanto eu deveria também.
Assim eu fui parar no Beco, show do Cícero. Eu e ele. Os segundos a chegar, antes de o bar abrir, porque a gente acreditou naquele papinho de "vai começar à meia noite".
Eu conhecia Cícero havia no máximo dois meses, tinha ouvido seu Canções de Apartamento inteiro umas quatro ou cinco vezes e achava aquela bossa-nova-indie uma coisa tão extremamente fofa e menos pretensiosa do que poderia ser. Menos bocejos e mais cabecinhas balançando.
Daí sobe no palco aquele gurizão, cara de jovem incompreendido que decidiu não se rebelar contra o sistema, cara de quem sofreu bullying no colégio, camiseta listrada, garrafinha d'água e um banquinho, misturando You don't know me, música do único disco do Caetano que eu consigo ouvir, com sua própria João e o Pé de Feijão.
Foi tão bom e durou tão pouco quanto o quindim amarelo brilhante. Ele foi embora junto com a impecável banda de apoio deixando para trás um bando de gente querendo pelo menos um pouquinho mais.
A foto o Upiara que tirou pra mim :)
2 comentários:
Um momento especial que esse dia a mais proporcionou. Entre tantos outros nesses três dias portoalegrenses. Mas que fica como símbolo de algo que conhecemos juntos e vamos acompanhar por muito tempo. Que assim seja...
=)
E o Paulo Nunes na banda!
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