Santa Maria:
Dia 1- O ônibus da Viação União Santa Cruz estaciona no box 11 da Estação Rodoviária de Santa Maria às sete e vinte da manhã. Lá fora, uma chuva torrencial meio que sorri pra mim insinuando que estaria disposta estragar meu feriadão. Eu sorrio de volta insinuando que nada estragaria meu feriadão, muito menos um monte de água caindo do céu.
Peguei um taxi até a Rua do Acampamento com um certo receio do que iria encontrar no lugar do que era para ser o apartamento do meu amigo Both e de seus quatro roomates. Pangaré, o nome do apartamento, by the way. Chegando lá, percebi que a pouca mobília da casa consistia, entre outras coisas, em três sofás na sala. Todos de cores, tecidos, modelos e tamanhos diferentes. Um rack suportava uma televisão mal sintonizada e uma cabeça humana feita com argila chamada Manolo. Na parede, um mural de isopor com alguns avisos bizarros e contas para pagar.
Logo descobri que um dos dois rapazes que eu não conhecia, na verdade, era um velho conhecido lá de Santa Rosa, o Guilherme. Mas assim, velho mesmo. Quando eu tinha 13 anos frequentávamos a mesma academia e ele viu eu dar meus primeiros passos no mundo punk bubblegum e me presenteou com um CD cheio de músicas do Blink 182, Sum 41, Goldfinger e coisas do nível. O outro roomate era o irmão do Both, que eu já conhecia, e o Seco, que eu conhecia de vista das nights santarosenses. Bem, faltava eu conhecer o último roomate, e, quando me dei conta disso, um transeunte atravessa a sala com a escova de dentes na mão e nem me vê. Beleza, todo mundo sabe que eu odeio formalidades de qualquer modo.
Depois de almoçarmos uma pizza de mercado, Both me levou pra visitar a Unifra, onde um de seus colegas seguiu junto com a gente pra me mostrar um pouco do centro da cidade. Não mais que de repente, outra velha conhecida de Santa Rosa me aborda na rua fazendo um escândalo pouco discreto. Então voltamos para o Pangaré para discutir o que faríamos na tão comentada noite de sexta-feira. Deveríamos alcançar os objetivos que cada um desenhou em uma folha de papel presa no mural. Como eu não sei desenhar porra nenhuma, desenhei um balão. Acompanhe o resultado disto nas próximas linhas.
Acabamos indo no mercado e saindo de lá com cerveja e outras formas alcoólicas. Às 23 horas eu mal sabia o meu nome e ainda tinha que terminar a maquiagem para ir pro Macondo Lugar. Saímos de casa, eu, mais os cinco moradores do pangaré e mais o Matheus, pangaré agregado e também velho conhecido desta que vos escreve, pelas ruas frias de Santa Maria. Com um guarda-chuva xadrez encontrado na rua, seguimos nosso rumo felizes e sorridentes quando, de sopetão, o Guilherme surge correndo na minha frente com um chumaço de balões vermelhos furtados de uma loja de celular. Tó, teu desejo de sexta, ele disse. Nesse momento eu ria tanto que já não possuía mais capacidade de sugar todo o ar que meu pulmão necessita para continuar me mantendo viva.
Passado o ataque, nos deparamos com uma fila de mais de uma quadra contornando o Macondo. Todos os estudantes do mundo deveriam estar ali com suas carteirinhas em punho, pois sexta-feira estudante não paga no Macondo. Depois de uma tradicional furada de fila, entramos. Aquilo estava mais para um vidro de pepinos em conserva do que para uma balada de rock'n'roll. Dessa vez faltava ar porque havia pelo menos mais 16 pessoas no mesmo metro quadrado que tu. Both arrumou confusão com os seguranças, que o viram furando a fila das fichas (duas vezes), e então decidimos ir pro DCE, eu, Both, e uma amiga dele que me lembrou a Funérea. Fui muito com a cara dela.
No DCE estudante também não paga, mas os caras que conferem as carteirinhas aproveitam para dar risada da tua cara na foto do documento. Enfim. No DCE tinha música boa, cerveja gelada e de fácil acesso, homens interessantes, homens de muletas, homens interessantes de muletas, bêbados, putas, drogados, gente normal, gente anormal, gente como eu e você e todo mundo. Saímos de lá por volta das quatro horas cambaleando. Nada mais me lembro.
Dia 1- O ônibus da Viação União Santa Cruz estaciona no box 11 da Estação Rodoviária de Santa Maria às sete e vinte da manhã. Lá fora, uma chuva torrencial meio que sorri pra mim insinuando que estaria disposta estragar meu feriadão. Eu sorrio de volta insinuando que nada estragaria meu feriadão, muito menos um monte de água caindo do céu.
Peguei um taxi até a Rua do Acampamento com um certo receio do que iria encontrar no lugar do que era para ser o apartamento do meu amigo Both e de seus quatro roomates. Pangaré, o nome do apartamento, by the way. Chegando lá, percebi que a pouca mobília da casa consistia, entre outras coisas, em três sofás na sala. Todos de cores, tecidos, modelos e tamanhos diferentes. Um rack suportava uma televisão mal sintonizada e uma cabeça humana feita com argila chamada Manolo. Na parede, um mural de isopor com alguns avisos bizarros e contas para pagar.
Logo descobri que um dos dois rapazes que eu não conhecia, na verdade, era um velho conhecido lá de Santa Rosa, o Guilherme. Mas assim, velho mesmo. Quando eu tinha 13 anos frequentávamos a mesma academia e ele viu eu dar meus primeiros passos no mundo punk bubblegum e me presenteou com um CD cheio de músicas do Blink 182, Sum 41, Goldfinger e coisas do nível. O outro roomate era o irmão do Both, que eu já conhecia, e o Seco, que eu conhecia de vista das nights santarosenses. Bem, faltava eu conhecer o último roomate, e, quando me dei conta disso, um transeunte atravessa a sala com a escova de dentes na mão e nem me vê. Beleza, todo mundo sabe que eu odeio formalidades de qualquer modo.
Depois de almoçarmos uma pizza de mercado, Both me levou pra visitar a Unifra, onde um de seus colegas seguiu junto com a gente pra me mostrar um pouco do centro da cidade. Não mais que de repente, outra velha conhecida de Santa Rosa me aborda na rua fazendo um escândalo pouco discreto. Então voltamos para o Pangaré para discutir o que faríamos na tão comentada noite de sexta-feira. Deveríamos alcançar os objetivos que cada um desenhou em uma folha de papel presa no mural. Como eu não sei desenhar porra nenhuma, desenhei um balão. Acompanhe o resultado disto nas próximas linhas.
Acabamos indo no mercado e saindo de lá com cerveja e outras formas alcoólicas. Às 23 horas eu mal sabia o meu nome e ainda tinha que terminar a maquiagem para ir pro Macondo Lugar. Saímos de casa, eu, mais os cinco moradores do pangaré e mais o Matheus, pangaré agregado e também velho conhecido desta que vos escreve, pelas ruas frias de Santa Maria. Com um guarda-chuva xadrez encontrado na rua, seguimos nosso rumo felizes e sorridentes quando, de sopetão, o Guilherme surge correndo na minha frente com um chumaço de balões vermelhos furtados de uma loja de celular. Tó, teu desejo de sexta, ele disse. Nesse momento eu ria tanto que já não possuía mais capacidade de sugar todo o ar que meu pulmão necessita para continuar me mantendo viva.
Passado o ataque, nos deparamos com uma fila de mais de uma quadra contornando o Macondo. Todos os estudantes do mundo deveriam estar ali com suas carteirinhas em punho, pois sexta-feira estudante não paga no Macondo. Depois de uma tradicional furada de fila, entramos. Aquilo estava mais para um vidro de pepinos em conserva do que para uma balada de rock'n'roll. Dessa vez faltava ar porque havia pelo menos mais 16 pessoas no mesmo metro quadrado que tu. Both arrumou confusão com os seguranças, que o viram furando a fila das fichas (duas vezes), e então decidimos ir pro DCE, eu, Both, e uma amiga dele que me lembrou a Funérea. Fui muito com a cara dela.
No DCE estudante também não paga, mas os caras que conferem as carteirinhas aproveitam para dar risada da tua cara na foto do documento. Enfim. No DCE tinha música boa, cerveja gelada e de fácil acesso, homens interessantes, homens de muletas, homens interessantes de muletas, bêbados, putas, drogados, gente normal, gente anormal, gente como eu e você e todo mundo. Saímos de lá por volta das quatro horas cambaleando. Nada mais me lembro.
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