O que é verdade e o que é ficção? Qual é o limite entre a realidade e a interpretação?
Não são raras as vezes em que deixamos de acreditar em uma história dita real por acharmos que tudo não passa de ficção. Menos raro ainda é acreditarmos cegamente em uma mera encenação. Essas duas faces, a ficção e a realidade, foram colocadas lado a lado pelo cineasta brasileiro Eduardo Coutinho no documentário Jogo de Cena, lançado em 2007.
De um anúncio no jornal publicado pelo próprio diretor, 83 mulheres se apresentaram dispostas a contar suas histórias em frente a uma câmera. Dessas, 23 foram selecionadas e algumas delas receberam a sua dose de ficção ao serem interpretadas por talentosas atrizes, conhecidas e desconhecidas.
O cenário é o Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, com suas poltronas vermelhas vazias mergulhadas na penumbra proposital. Sobre o palco, de costas para onde a platéia sentaria - se houvesse uma -, mulheres de todas as idades contam suas histórias. Algumas reais, contadas pela verdadeira protagonista, outras interpretadas e algumas até inventadas. Não fossem rostos conhecidos como o das atrizes Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, ficaria ainda mais difícil distinguir o limite entre a interpretação e a realidade.
Durante todo o documentário o papel do diretor não fica restrito ao trabalho realizado atrás das câmeras. Coutinho aparece, interage, questiona as atrizes e interroga as mulheres desconhecidas sobre determinados fatos de suas histórias. Cada membro da equipe possui papel fundamental na montagem do documentário. E se as poltronas vermelhas do teatro são parte indispensável do cenário, a escada do backstage também não deixa de ser.
Uma garota negra de rosto desconhecido abre a sequência de histórias selecionadas pelo diretor com um depoimento repleto de peculiaridades. Ela conta que é atriz e que quando criança sonhava em ser paquita. O espectador precisa carregar a dúvida se aquela história pertence à jovem de expressões batalhadoras até os minutos finais do filme.
As histórias se entrelaçam, são unidas, separadas, desmentidas ou confirmadas. São histórias tristes, engraçadas e chocantes, todas interessantes conforme a sua proposta. São histórias de famílias, de perdas, de vitórias, de superação. São narrativas de mulheres que buscam algo, que querem uma chance.
Não há uma história que não deixe dúvidas quanto a sua proposta, seja ela real ou interpretada. E se no fim o documentário não agradar, no mínimo o espectador saberá que as lágrimas – ou a falta delas –, a comoção e os olhares vazios não estão aí para provar uma verdade ou uma mentira.
Não são raras as vezes em que deixamos de acreditar em uma história dita real por acharmos que tudo não passa de ficção. Menos raro ainda é acreditarmos cegamente em uma mera encenação. Essas duas faces, a ficção e a realidade, foram colocadas lado a lado pelo cineasta brasileiro Eduardo Coutinho no documentário Jogo de Cena, lançado em 2007.
De um anúncio no jornal publicado pelo próprio diretor, 83 mulheres se apresentaram dispostas a contar suas histórias em frente a uma câmera. Dessas, 23 foram selecionadas e algumas delas receberam a sua dose de ficção ao serem interpretadas por talentosas atrizes, conhecidas e desconhecidas.
O cenário é o Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, com suas poltronas vermelhas vazias mergulhadas na penumbra proposital. Sobre o palco, de costas para onde a platéia sentaria - se houvesse uma -, mulheres de todas as idades contam suas histórias. Algumas reais, contadas pela verdadeira protagonista, outras interpretadas e algumas até inventadas. Não fossem rostos conhecidos como o das atrizes Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, ficaria ainda mais difícil distinguir o limite entre a interpretação e a realidade.
Durante todo o documentário o papel do diretor não fica restrito ao trabalho realizado atrás das câmeras. Coutinho aparece, interage, questiona as atrizes e interroga as mulheres desconhecidas sobre determinados fatos de suas histórias. Cada membro da equipe possui papel fundamental na montagem do documentário. E se as poltronas vermelhas do teatro são parte indispensável do cenário, a escada do backstage também não deixa de ser.
Uma garota negra de rosto desconhecido abre a sequência de histórias selecionadas pelo diretor com um depoimento repleto de peculiaridades. Ela conta que é atriz e que quando criança sonhava em ser paquita. O espectador precisa carregar a dúvida se aquela história pertence à jovem de expressões batalhadoras até os minutos finais do filme.
As histórias se entrelaçam, são unidas, separadas, desmentidas ou confirmadas. São histórias tristes, engraçadas e chocantes, todas interessantes conforme a sua proposta. São histórias de famílias, de perdas, de vitórias, de superação. São narrativas de mulheres que buscam algo, que querem uma chance.
Não há uma história que não deixe dúvidas quanto a sua proposta, seja ela real ou interpretada. E se no fim o documentário não agradar, no mínimo o espectador saberá que as lágrimas – ou a falta delas –, a comoção e os olhares vazios não estão aí para provar uma verdade ou uma mentira.
Um comentário:
Hm, deu vontade de assistir, é bem isso mesmo ne, como os sentimentos são bizarros... As vezes você nem fica tão triste quando um namorado vai embora, e tem vezes que chora que nem criança quando ve um filme triste. hehe. complicado.
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