sábado, 30 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 4

Apanhador Só na Redenção:



O mais lindo disso tudo é que eu estava lá, observando meio que de longe, e mesmo demorando um tempão pra encontrá-los na Redenção, ainda deu pra ver as últimas músicas e ficar ainda mais impressionada com essa banda incrível. Incrível. Não há outra palavra pra defini-los. Inefável.
Eu conheci o Apanhador Só faz alguns meses. É um som tão genial que vai te seduzindo devagar, não te pega de primeira, embora te deixe impressionado já nessas circunstâncias. E eu fui ouvindo aos poucos, primeiro em casa, depois diariamente nos meus fones de ouvido enquanto ia pro trabalho. Mas nunca tinha visto eles tocarem, nem em vídeo, nem nada. Nem sabia que cara tinham os integrantes. A voz do Alexandre Kumpinski já encantava até a ultima extremidade do meu corpo e eu só queria ouvir, e ouvir, e continuar só ouvindo todos os dias. Até que, inesperadamente, no meio da intensa euforia da madrugada de sábado em Porto Alegre, o querido Titi deixou escapar que eles tocariam na Redenção no domingo à tarde.
E lá estava eu, horas depois, um tanto letárgica pela ressaca e por ter dormido tão pouco na "noite" anterior, mas encantada. Aqueles quatro guris sentadinhos na grama da Redenção, em um pocket show totalmente íntimo, eram capazes de encantar qualquer bêbado, criança ou mãe de família que cruzava a praça.
Quando eu os encontrei faltava umas quatro músicas pra acabar e, com receio de me aproximar das pessoas tão confortalvemente sentadas sobre cangas em frente aos quatro, fiquei observando de longe. E então eu pude ver a cara que eles tinham.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Figuras Notáveis: Tony Wilson

Anthony Howard Wilson, mais conhecido como Tony Wilson, é uma grande lenda por trás de algumas das bandas mais importantes da história do rock’n’roll. Ele foi jornalista e também um grande empresário do ramo musical. Apresentou diversos programas de música e noticiários na televisão e foi o fundador do selo Factory Records, que lançou discos das bandas Joy Division, New Order e Happy Mondays.
Tony Wilson foi um dos grandes responsáveis pelo surgimento do estilo conhecido como pós-punk. Ele também viu de perto o sucesso de uma das bandas mais importantes do punk inglês, o Sex Pistols. Wilson foi uma das 42 pessoas da pequena plateia que assistiu ao show da lendária banda punk em Manchester, em 1976.
Amante inveterado da música, Tony também acompanhou o crescimento e a curta carreira da banda inglesa Joy Division, encerrada com a morte do vocalista Ian Curtis. Em seguida, junto com os antigos membros, deu vida a um novo grupo, o New Order.
Se cidade de Manchester, na Inglaterra, está entre os principais berços do rock, grande parte desta responsabilidade é de Tony Wilson e de sua Factory Records. Entre as principais bandas que nasceram na cidade, três delas estouraram no mundo graças a Wilson: o Joy Division, o New Order e o Happy Mondays. Tony Wilson também fundou em 1981 a Hacienda, uma casa noturna que se tornou reduto para outras famosas bandas de Manchester, como os Smiths, o Stone Roses e o Oasis. Foi no Hacienda também que a cantora Madonna fez o seu primeiro show no Reino Unido.
O filme “24 Hour Party People”, lançado no Brasil em 2003 sob o título de “A festa nunca termina”, retrata com detalhes a vida do empresário. O longa é narrado e protagonizado por Tony Wilson, que é vivido pelo comediante Steve Coogan. A história começa em 1976 e termina no começo dos anos 90, contando de forma divertida a cena roqueira de Manchester e principalmente da Factory.
No dia 10 de agosto de 2007, Tony Wilson, morreu de câncer, aos 57 anos. Diagnosticado com outras doenças além do câncer já em 2006, alguns amigos e integrantes da Happy Mondays criaram um fundo para ajudar a pagar o tratamento de Wilson. Mas o tratamento não fez efeito e o empresário acabou morrendo no hospital Christie, em Manchester.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 3

The after Party
Foi lá que eu deixei meu coração. Eu já havia conhecido e reencontrado pessoas que ostentam grande significado pra mim na sexta-feira, mas foi no sábado que eu fiquei atônita. Após o show dos Valentinos, começou aos poucos o processo de esvaziamento do Dr. Jekyll, embora a discotecagem estivesse ótima. Minha vontade de ir embora era nula, então pessoas que eu admirava de longe, que já faziam parte da minha vida sem sequer saber disso, se aproximaram. Entraram de fininho na conversa que eu estava tendo com seu amigo - meu conhecido. E me devolveram esperança na humanidade.
Eu tinha pra mim que deveria mesmo ser impossível eu passar anos ouvindo determinadas bandas, assistindo determinados filmes e criando opiniões sobre uma caralhada de coisas pra de repente não ter ninguém para conversar a respeito. E de repente eu estava lá, ouvindo, falando rindo, concordando, e concordando mais uma vez, e trocando ideias e novamente concordando. Nos bancos do bar do Jekyll. Na mesinha do bar kitsch Van Gogh. No sofá de um apartamento decorado com quadros dos Beatles ao som de Libertines.
Era isso. Eu sabia que isso tinha que existir. Só não esperava que fosse debater sobre qual era o melhor disco da última década com alguém que eu já considerava meu ídolo meses antes. E o melhor, acabarmos no mesmo veredicto. A vida pode ter suas partes boas afinal, e talvez existam mesmo pessoas que tu possa deixar entrar na tua vida e ficar por lá em definitivo.
O sol já estava alto e forte lá fora quando resolvemos voltar ao hotel, maquiagem vencida, roupas não condizentes com um domingo de manhã e uma indescritível sensação de fazer parte de alguma coisa.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Teaser: Hotel - Sabonetes

Não que algo ainda me surpreenda vindo dos Sabonetes, mas vê aí o teaser sensacional do novo clipe que vai ser lançado dia 11 de novembro:

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 2

O show dos Valentinos no Dr. Jekyll
Assim como eles anunciavam há pouco mais de um mês, foi mesmo um show especial. Se em Santa Maria eu estava out demais para poder me lembrar de todas as músicas tocadas - mesmo não tendo sido muitas -, dessa vez eu tentei maneirar e não consigo me lembrar de ter faltado alguma música do disco. E mais músicas antigas que ninguém conhece. E música nova. E participação do grande Pedro Metz, da Pública. E Supergrass. E Oasis.
Vendo aquilo tudo, aquele baita show, com direito a luzinhas no palco, eu fiquei pensando sobre a birra que parte de Porto Alegre tem com eles.
- Se eu quero ouvir Oasis eu ouço Oasis. - Dizem.
Em lugar nenhum eu vi o Jonts dizer que, quando montou os Valentinos já com uma pilha de musiquinhas prontas, seu objetivo era ser inovador. Tampouco original. Aliás, já li por aí palavras do próprio que assumiam exatamente o contrário. Não tem seu mérito?
Proprietário de uma das vozes mais elegantes do rock portoalegrense desses últimos anos, o rapaz de 23 anos cumpre seu papel sem se importar muito se um seleto grupo que preza a inovação no rock acha que ele quer ser os dois irmãos Gallagher juntos. Afinal, tanta gente quer ser tanta coisa mesmo.
O lance é que é preciso ver aquele gurizão, numa sincronia perfeita com o guitarrista Foppa, cantando com a voz, com o coração, com os olhos, pulmões e sabe se lá o que mais ele entregava para aquelas dezenas de pessoas que se empilharam no Jekyll para vê-los. Quando tu consegue enxergar a paixão de um músico ao cantar suas composições, pouca coisa importa. E não é preciso ter muito senso de percepção pra enxergar isso no Jonts. Bah, só de lembrar já fico arrepiada.
E o mais bizarro nisso tudo é que por ele ser descaradamente tímido e reservado acaba sendo interpretado como arrogante, afinal, hm, ele quer ser Liam Gallagher, então ele deve ter alguma capacidade sobre-humana de conseguir ter uma personalidade que ele não nasceu com.

Como diria um grande ídolo meu do jornalismo de música gaúcho que tive o prazer de conhecer nessa viagem: tem que ter culhão.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 1

Dessa vez vamos por partes e não por dias.
A ida
Um acidente entre dois caminhões na BR 101 próximo a Joinville fez com que o ônibus que vinha de Curitiba em direção a Porto Alegre chegasse não às 00:00, como constava na passagem. Mas às 3 da madrugada. Depois de uma pequena confusão entre os passageiros no saguão da rodoviária, deu tudo certo e ao meio dia fazíamos o check in no Hotel Santo Antônio, no elegante Bom Fim, na maravilhosa Porto Alegre. Um belo prato vegetariano no Ocidente triunfou nossa chegada. Mais tarde iríamos no Dr. Jekyll, um tanto a contragosto, já que o objetivo era ir pra lá só no sábado e aproveitar a sexta para conhecer algum outro lugar. Mas o rock feito ao vivo sempre me chama.

Como os Impressionistas me impressionaram
Ali estavam quatro músicos impecáveis, em todos os sentidos que a palavra pode ter. No baixo, Eduardo Barretto, figura já conhecida por mim desde quando tocava nos Efervescentes e agora toca também com os Gulivers e com a Faichecleres. Na guitarra, Miglu, membro da trupe de irmãos Chaise, toca também na Severo em Marcha e já o tinha visto tocar em Joinville com a Identidade ano passado. No vocal, Ricardo Bento. Na bateria, Lucas Dellazzana.
O primeiro fato interessante neles eu já tinha constatado só de ouvir as músicas no meu computador. É incrível como os Impressionistas podem ser encaixados em um rótulo de influências sessentistas como tantas outras bandas e no fim acabar apresentando um som totalmente original, com vocais marcantes e letras improváveis. O segundo fato impressionante é como eles conseguem representar ao vivo exatamente aquilo que tu ouve lá no Myspace. Parece que tem um CD ali tocando. Sincronia perfeita.
E o último fato impressionante é como ainda assim eles não são tão conhecidos em Porto Alegre da maneira que bandas nascidas mais ou menos na mesma época são. Tudo bem que o som é desses difíceis de entender logo de primeira, mas acho que eles merecem mais. Baita banda.

A vida é igual a bicicleta

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jogo de Cena: Do real para o irreal


O que é verdade e o que é ficção? Qual é o limite entre a realidade e a interpretação?
Não são raras as vezes em que deixamos de acreditar em uma história dita real por acharmos que tudo não passa de ficção. Menos raro ainda é acreditarmos cegamente em uma mera encenação. Essas duas faces, a ficção e a realidade, foram colocadas lado a lado pelo cineasta brasileiro Eduardo Coutinho no documentário Jogo de Cena, lançado em 2007.
De um anúncio no jornal publicado pelo próprio diretor, 83 mulheres se apresentaram dispostas a contar suas histórias em frente a uma câmera. Dessas, 23 foram selecionadas e algumas delas receberam a sua dose de ficção ao serem interpretadas por talentosas atrizes, conhecidas e desconhecidas.
O cenário é o Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, com suas poltronas vermelhas vazias mergulhadas na penumbra proposital. Sobre o palco, de costas para onde a platéia sentaria - se houvesse uma -, mulheres de todas as idades contam suas histórias. Algumas reais, contadas pela verdadeira protagonista, outras interpretadas e algumas até inventadas. Não fossem rostos conhecidos como o das atrizes Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, ficaria ainda mais difícil distinguir o limite entre a interpretação e a realidade.
Durante todo o documentário o papel do diretor não fica restrito ao trabalho realizado atrás das câmeras. Coutinho aparece, interage, questiona as atrizes e interroga as mulheres desconhecidas sobre determinados fatos de suas histórias. Cada membro da equipe possui papel fundamental na montagem do documentário. E se as poltronas vermelhas do teatro são parte indispensável do cenário, a escada do backstage também não deixa de ser.
Uma garota negra de rosto desconhecido abre a sequência de histórias selecionadas pelo diretor com um depoimento repleto de peculiaridades. Ela conta que é atriz e que quando criança sonhava em ser paquita. O espectador precisa carregar a dúvida se aquela história pertence à jovem de expressões batalhadoras até os minutos finais do filme.
As histórias se entrelaçam, são unidas, separadas, desmentidas ou confirmadas. São histórias tristes, engraçadas e chocantes, todas interessantes conforme a sua proposta. São histórias de famílias, de perdas, de vitórias, de superação. São narrativas de mulheres que buscam algo, que querem uma chance.
Não há uma história que não deixe dúvidas quanto a sua proposta, seja ela real ou interpretada. E se no fim o documentário não agradar, no mínimo o espectador saberá que as lágrimas – ou a falta delas –, a comoção e os olhares vazios não estão aí para provar uma verdade ou uma mentira.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

The Runaways - Really?

Eu fiquei meses esperando para assistir The Runaways, negando veementemente o DVD baixado da internet que esfregavam no meu nariz porque eu-queria-assistir-no-cinema, afinal, "daqui a pouco vai estrear". Vasculhando toda a semana a programação no site do GNC Cinemas percebi o engodo em que me meti e resolvi assistir em casa mesmo.
Agora eu não sei se arrasto minha cara no asfalto por ter esperado tanto e assim criado (falsas) expectativas ou se me beijo por não ter esperado mais e ido ver em algum cinema da vida gastando reais que não possuo.
I mean, era só aquilo mesmo? Não vou nem entrar no mérito de que o filme é na verdade sobre a vida de Cherie Currie e Joan Jett e não exatamente do The Runaways, mas eu fiquei procurando uma lógica, uma nesga de emoção e adrenalina, e... bem, não havia. Achei a atuação da Dakota Fanning insossa, o que combinou perfeitamente com o filme igualmente insosso. A história da banda começou do nada, acabou meia hora depois e... qual foi o auge do The Runaways mesmo? Quando um bando de japonesas invadiu o camarim em meio à estilhaços de vidro?
Sugiro o consumo de uma lata de energético antes da sessão para quem ainda pretende assistir no cinema.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Teste do Ácido


Tô há pelo menos uma semana tentando falar alguma coisa a respeito do Teste do Ácido do Refresco Elétrico. O compêndio de narrações incríveis me acompanhou durante um mês pelos becos da vida (foi até pra Santa Maria comigo) e agora pode ser considerado um dos meus livros favoritos de todos os tempos.
É difícil conseguir juntar um punhado de frases para descrever o que Tom Wolfe fez nessas 400 páginas. Se
On The Road me causou algum senso de aventura, o Teste praticamente me lançou para outro plano espiritual. Acordo todos os dias querendo pintar um ônibus com as cores do arco íris e suas variações e levar comigo para qualquer lugar um bando de loucos tão cansados da vida quanto eu.
Tom Wolfe, aquele mesmo que os professores da faculdade usam de exemplo para explicar o new journalism, descreve as aventuras de Ken Kesey e seus amáveis Festivos Gozadores, entre eles Neal Cassady (lembram do Dean de On the Road?). Está tudo lá. Viagens pela América regadas a muito refresco elétrico, aquela maravilha que liberta a consciência dos limites que o cérebro propõe. As mais de 40 horas de filmagens, as festas com os Hell's Angels, os encontros com William Burroughs, Hunter S. Thompson e Timothy Leary, o velho Leary. O show dos Beatles no auge da beatlemania, com direito a gritos das empedernidas garotinhas de 13 anos. O show dos Rolling Stones, as dezenas de batidas policiais, a fuga para o México e mais um milhão de acontecimentos, todos empilhados sobre as páginas amareladas da minha edição de 1993 oriunda de um sebo paulista.
É muito mais do que um livro que fala sobre viagens de ácido. É uma aula de como era viver de verdade. Um maravilhoso livro didático sobre o modo de vida dos hippies, dos beatniks e toda essa juventude intrépida dos anos 60 que tanto lutava pela liberdade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Figuras Notáveis: Jack Kerouac


Jack Kerouac fez parte de uma geração de escritores que, nas décadas de 50 e 60, revolucionou a cultura e criou um modo de vida, a geração beat. Sua principal obra, o livro On The Road, lançado em 1957, foi escrita em apenas três semanas e até hoje é considerada uma bíblia da contracultura.
O livro narra as viagens de Kerouac por diversas cidades dos Estados Unidos na pele do protagonista Sal Pradise. De carona com desconhecidos e na companhia de seu amigo Dean Moriarty (Neal Cassady, na vida real), mais algumas doses alcoólicas e substâncias ilícitas, o personagem acabou influenciando toda uma geração de jovens. Bob Dylan já revelou inclusive que sua vida mudou depois de ler On The Road.
Kerouac se tornou escritor após sofrer um acidente que o impossibilitou de continuar jogando futebol americano por algum tempo na Universidade de Columbia, onde estudava. Durante os meses em que não pôde jogar, passou a freqüentar a biblioteca da universidade. Lá, começou a ter contato com livros de escritores como Jack London e Tom Wolfe, que acabaram o influenciando em praticamente todas as suas obras. Foi também nessa época que Kerouac conheceu e se tornou amigo de Allen Ginsberg e William Burroughs.
Além de On The Road, que é indiscutivelmente sua obra mais revolucionária, Jack Kerouac escreveu também outros livros importantes, como Tristessa, Os Subterrâneos, Os Vagabundos Iluminados e O Viajante Solitário. Todos os seus livros foram escritos em curtos períodos tempo, alguns em três solitários dias e outros em uma longa madrugada.
Kerouac teve uma infância feliz e sempre foi muito próximo de sua família. Fez diversas viagens na companhia dos pais e da irmã e tinha uma ótima relação com sua mãe e sua tia, suas freqüentes companhias. Suas primeiras histórias começaram a ganhar forma quando tinha apenas 11 anos, mas só aos 17 Kerouac decidiu que queria se tornar escritor.
Depois de um longo período de especulação, finalmente a sua obra mais cultuada, o On The Road, recebeu adaptação para o cinema e começou a ser filmado em agosto deste ano. A direção do filme será assinada pelo diretor brasileiro Walter Salles. O protagonista Sal será vivido pelo ator Sam Riley, já o ator Garrett Hedlund será Dean Moriarty, e Kristen Steward fará a esposa de Dean, Mary Lou. O filme está previsto para chegar aos cinemas em outubro do ano que vem.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nan Goldin - The Ballad of Sexual Dependency





Procurando um artista diferente para falar a respeito no Mix da próxima quinta-feira, acabei encontrando a fotógrafa Nan Goldin. Ela está expondo 12 fotografias da série "The Ballad of Sexual Dependency" na 29ª Bienal de São Paulo, então aproveitei o gancho e escolhi ela para o Momento Mix. Essas fotos aí de cima são algumas das que fazem parte da série.

sábado, 2 de outubro de 2010

riqueza

Verão da Balmain:




Postei ontem no PdG e fiquei tão apaixonada que resolvi trazer pra cá também.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Montanha dos Sete Abutres

Foi de uma reportagem escrita pelo jovem e inexperiente jornalista Skeets Miller, em 1925, que veio a inspiração para aquele que é possivelmente o maior clássico do cinema tendo jornalismo como referência, A montanha dos sete abutres – lançando em 1951. No filme, quem encarna o épico repórter que dá um dos maiores furos da história do jornalismo é o já bem experiente e dúbio Charlie Tatum (Kirk Douglas).
Tudo começa quando Charlie, sem qualquer traço de constrangimento, chega à redação de um pequeno jornal de Albuquerque, no Novo México, oferecendo ao diretor uma proposta irrecusável: a chance de contratá-lo por um valor muito abaixo do que ele realmente vale.
Com sua pose heroica, capaz de seduzir até a senhora que escreve receitas para as donas de casa, Charlie consegue se tornar repórter do jornal. Um ano após correr freneticamente atrás de um furo de reportagem que o torne famoso e alavanque sua carreira, Charlie embarca em uma grande história junto com o franzino fotógrafo Herbie Cook.
Pelas estradas desertas do Novo México, dentro de um conversível a caminho da cobertura de um evento – uma ligeira lembrança de outro clássico mais recente, Medo e Delírio em Las Vegas –, a dupla se depara com um imprevisto que os obriga a mudar imediatamente de pauta. Um homem está preso sob rochas dentro de uma mina no Morro dos Sete Abutres. O resgate ainda não havia aparecido.
O pertinaz Charlie foi o único a conseguir entrar na mina, com ordens expressas de isso ser uma exclusividade sua. Com a máquina fotográfica em punhos e algumas declarações de Leo Minosa – o homem soterrado pelas pedras –, já garantiria o seu grande furo.
Em pouco tempo, o caso que todos os dias rendia uma matéria nova para o jornal de Albuquerque acabou atraindo milhares de curiosos para a região até então desconhecida pelo resto do mundo. Jornalistas de outros veículos – alguns dos quais Charlie já havia sido demitido – se apinhavam como urubus em uma tenda montada especialmente para a imprensa próximo à mina.
A obra do diretor Billy Wilder, que chegou a receber uma indicação ao Oscar na época, é repleta de boas sacadas jornalísticas e referências curiosas por trás de uma grande história. É impossível olhar para a figura pitoresca de Charlie Tatum – que consegue acender um fósforo na máquina de escrever e seduzir a mulher de Minosa sem se esforçar muito para isso – e não reconhecer o poder de seus incríveis artifícios para alcançar o sucesso.
O filme revela como já na década de 50 a ética jornalística era apontada com dedos de denúncia. A partir do momento que Charlie Tatum anuncia para o personagem de sua reportagem a frase “eu sou seu amigo”, já se sabe o que os próximos minutos trarão ao telespectador.