sexta-feira, 18 de maio de 2012

poderia ter sido um sonho erótico

Nunca mais conseguiu olhar para o rapaz do mesmo jeito, coitada. Era seu sonho de consumo fazer loucuras passando os dedos naqueles cachinhos escuros, mas foi justamente um sonho, desses que a gente tem quando dorme, que mandou tudo para o espaço. 
Eles estavam prestes consumar o fato. No sonho, quero dizer. E, veja bem, ela já tinha uma boa experiência no assunto - na vida real, no sonho eu não sei - e nunca, nunquinha havia se importado com o tamanho. Talvez nunca tivesse se importado com o tamanho porque todos os homens com quem esteve naqueles quase 30 anos de vida tinham acessórios de um tamanho normal. 
Sem saber que aquela cama com lençóis brancos naquele lugar que jamais viu antes estava situada dentro de um sonho, notou que aquilo que o rapaz nu em sua frente ostentava beirava o deboche.  Mas nem foi isso o que causou certos desencontros propositais nas noites por parte dela. Sim, porque ele entrava no bar e ela dava um jeito de sair pela tangente, buscar mais um drink, retocar o batom cor de pêssego, qualquer coisa assim.
No meio de sua onda de curiosidade a respeito do que o pequenino poderia lhe proporcionar, o rapaz de cabelos cacheados saltou da cama dizendo que não estava se sentindo bem. Se ela não conhecia aquele ambiente, tampouco ele parecia saber onde estava. Abriu a porta do quarto, e, com o traseiro levemente peludo voltado para ela, vomitou. Vomitou na parede branca do ambiente que antecedia o quarto. Sem saber como lidar com aquilo, o que falar diante daquela situação desconcertante, foi surpreendida por um barulho ensurdecedor muito próximo de seu ouvido.
Desligou o despertador e foi tomar o café da manhã. Ela precisava de um novo objetivo na vida.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

planos

Quando eu terminar meu tcc eu vou: ler um livro de FICÇÃO, de preferência bem fantasioso. Acho que vou ler Nárnia. Não, também não precisa ser um livro chato além de fantasioso, mas vai ser algo por aí. Não aguento mais a realidade. Chega dessa porra.
Eu também vou renovar os discos do meu iTunes, vou encontrar umas bandas estranhas que tenham harpa, tuba ou xilofone e que cantem em, sei lá, russo ou alemão. Há meses eu ouço as mesmas coisas porque ir atrás de novidades sonoras - ainda que velhas - demanda uma força de vontade que não possuo.
Também vou voltar a assistir vários filmes por semana, porque uma ou duas películas aos sábados ou domingos não são suficientes. A cada filme ruim que assisto no fim de semana ou a cada filme que pego no sono, a perda acaba sendo grande. Proporcionalmente, ao assistir quatro filmes por semana, um deles pode ser ruim. A coisa já não fica tão dramática.
Logo após a minha banca eu vou dormir por no mínimo 12 horas seguidas. Mas antes eu vou beber. Vou beber e ficar gritando pelas ruas que depois de cinco ininterruptos anos indo diariamente de ônibus para Itajaí, depois de três estágios que só foram legais nos três primeiros meses, eu finalmente sou uma jornalista. Uma jornalista desempregada, mas ainda assim uma jornalista. 

Falta menos de dois meses.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

estamos aqui outra vez

Tudo é bom quando é contigo. Do sábado ensolarado em Santo Antônio de Lisboa, aos domingos preguiçosos no sofá, até uma busca cheia de determinação por um pacote de sopa no feriado. Se hoje estivéssemos juntos aí, provavelmente estaria chovendo e alguém em algum lugar, por qualquer motivo, estaria soltando fogos.
O aniversário é teu, mas o desejo mesmo é meu de mostrar o quanto me faz feliz escrever aqui de novo, um ano depois, querendo pra ti as mesmas coisas boas de sempre, com uma intensidade ainda maior. Porque tudo só fica maior.