sábado, 28 de fevereiro de 2015

o mês

Um livro: Skagboys, Irvine Welsh
Um filme: Temporário 12
Outro: Cake
Um hamburguer: Soul Gourmet
Um grande momento: A entrevista que fiz com a Valesca Popozuda

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cor de pêssego

Bateu a porta com toda força que tinha naqueles bracinhos finos e prometeu nunca mais voltar. Era a quarta ou quinta vez que Isabel fazia a mesma cena em questão de meses e desta vez nem ousei mover um centímetro de meu corpo confortavelmente soterrado na poltrona verde que ela havia me dado em meu último aniversário.
– Você está fazendo papel de tola – eu disse.
Foi só o que minha boca dormente de tanto uísque barato foi capaz de proferir durante aquela demonstração de fúria, típica de uma adolescente após receber uma negativa do pai ao pedir para colocar um piercing na sobrancelha.
Isabel é praticamente uma adolescente, é verdade. Mas não é minha filha, a filha que eu nunca quis ter, nem quando avançava a porta de saída dos meus 40 anos. Nunca soube definir o que ela era para mim. Eu sabia que gostava de Isabel, sentia um troço que minha execrável ex-mulher jamais conseguiu despertar neste coração de pedra. Fazíamos sexo, ela frequentava minha casa quase que diariamente, às vezes saíamos para fazer coisas de jovens, mas nunca definimos nossa relação. Agora, sentado aqui, tomando o sexto copo dessa porcaria contrabandeada de não sei que buraco, pensei que pudesse ter sido isso.
Ela tenta fazer o tipo durona, diz que não se importa que eu durma com outras, enquanto pinta as unhas dos pés com esmalte preto, mas agora eu sei que não é bem assim.
Teria sido essa arazão do surto psicótico que acabara de suceder no meio da minha sala?
Embora ela soubesse dessa condição há meses e também dormisse com seus garotinhos esquisitos que não passavam dos 50 quilos, parece plausível. Tudo começou porque eu quebrei sua caneca dos Beatles, se não me engano. Estava tão absorto com o jogo do Bayern na televisão que não ouvi direito as primeiras palavras daquela briga.
Vejamos. Isabel entrou aqui há mais ou menos uma hora, veio com um papo estranho de que sua amiga Janaína estava grávida e que teve uma epifania ao acompanhar a moça em uma das consultas médicas. Falava sem parar enquanto eu resmungava alguma coisa indecifrável entre um passe e outro do jogo. Bem, depois disso ela foi para a cozinha e minutos depois começou o escândalo.
Estava lá a caneca – ou que havia sido uma – na lata prateada de lixo. A caneca que ela tinha trazido para tomar café da manhã quando dormia aqui. A caneca que seu irmão lhe deu dois anos antes de ter uma overdose fatal. A caneca suja com batom cor de pêssego que não era dela.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

not crazy









só fazendo uns testes de luz y outras brincadeirinhas para matar o tempo até a fonte chegar na pauta.

Fotos: Rosane Lima

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

buena música pt.6

Viernes es día de Fiesta. En cualquier lugar.



*Buena música é uma seção que todo mês apresenta uma banda argentina massa. :)