quinta-feira, 23 de agosto de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

"morre um liberal, mas não morre a liberdade"

Dia desses deitei no sofá e li em alguns minutos um livrinho vermelho bem bonitinho que peguei na estante do Upiara. O livrinho, chamado Liberdade de Imprensa, traz um artigo que Líbero Badaró escreveu em 1929, um ano antes de ser assassinado, mais uma nota da editora Migalhas e uma apresentação de Manuel Alceu Affonso Vieira. Eu nunca tinha ouvido falar nesse artigo até o Upiara comentar comigo que foi presenteado com o tal livro. E algo nisso me intrigou desde que abri e li as primeiras palavras. Eu terminei a faculdade de jornalismo há pouco mais de um mês, passei cinco longos anos nela e jamais fui apresentada ao livrinho ou simplesmente ao artigo de Líbero Badaró.
Talvez meus professores estivessem muito ocupados fazendo cópias de textos da Marilena Chauí para entregar no fim da aula. Ou pode ser que a luta incansável a favor da obrigatoriedade diploma é que tenha tomado muito do tempo e das faculdades mentais do corpo docente...

sábado, 18 de agosto de 2012

A decadência pode até ter levado algo de satisfatório para Bukowski ou Fitzgerald. Mas não pra mim, não sei o que fazer com ela. Não sei fazer ela parecer tragicômica, só trágica, sem qualquer possibilidade de glamour. Sem rum, sem boteco, sem máquina de escrever no cantinho da sala escura. Só eu e a falta do que preciso.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hunter S. Thompson chora

Assisti o Diário de um Jornalista Bêbado com relativo atraso porque queria ler o livro antes e ainda não o tinha em mãos. Depois de quase duas horas de um sofrimento de nível moderado achei que o filme valeu muito a pena por uma única razão: não fosse ele, eu teria postergado ainda mais a incrível leitura a que o filme foi vagamente baseado. Contém spoilers.
O que Bruce Robinson fez com a história de Hunter Thompson deveria configurar delito grave. Como raios alguém que tenha lido Rum pode achar que tudo bem fundir Hal Sanderson e Fritz Yeamon em um mesmo personagem? Já disse Upiara enquanto assistíamos chocados ao momento em que Sanderson nos era apresentado como namorado de Chanoult: sem Yeamon não tem história. Eu fiquei impaciente esperando pela cena do carnaval, e quando ela chegou, é claro que sem o Yeamon no meio daquilo tudo não tinha como funcionar bem.
E nem se trata apenas disso, mas o diretor pegou a proposta do livro, amassou e jogou no lixo. Transformou Paul Kemp em um bobalhão apaixonado, um cara preocupado com o destino do jornal decadente onde trabalhava em Porto Rico, por alguma razão achou que rinhas de galo fariam sentido e criou uma coisa completamente alheia a história original.



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

não consigo abandonar James Brown

Eu tenho algo que classifico como um sintoma leve de transtorno obsessivo compulsivo. Eu não consigo abandonar livros pela metade. Não importa o quanto ele esteja me desagradando, não importa o quão desinteressante ela seja, eu sigo firme e forte até a última página. 
Uma vez perguntei para um ex-professor da faculdade, doutor em literatura, se ele abandonava livros que não estava gostando de ler. Ele disse que jamais. Ele era um cara que sabia de cor as primeiras frases de seus livros favoritos e que certamente conseguia encontrar algo interessante no meio da mais desinteressante leitura, e é o que eu tento fazer. Ainda não obtive muito sucesso, mas, em todo caso, continuo lendo tudo até o final.
Há algumas semanas tenho patinado no livro que meu ex-chefe me deu no último dia do estágio: O dia em que James Brown salvou a pátria, de James Sullivan. Eu acho o autor interessante e acho que o assunto pode ser interessante para alguém, para o meu ex-chefe, talvez. Para mim não é tanto assim, mas é claro que não consigo abandoná-lo. Pode-se dizer que se trata de uma biografia de James Brown, mas parte do princípio de um show que Brown fez no dia seguinte ao assassinato de Martin Luther King. Apesar de eu ter conseguido encontrar coisas interessantes nele, como quando Sullivan deixa Brown um pouco de lado para contextualizar a cultura negra americana, me cansa saber tantos detalhes de alguém que não sou fã. 
Imagine que seja como stalkear sua tia no facebook, ainda que ela não seja um ídolo pop de cabelos impecavelmente alisados.

sábado, 4 de agosto de 2012

tô indo!

Tropical the island breeze / All of nature wild and free / This is where I long to be / La isla bonita


A foto é do bonito

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fitzgerald também foi rejeitado

Estava aqui feeling blue e ao mesmo tempo dando uma lidinha no site da Time, hábito que adquiri há algumas semanas ao tentar dar uma melhorada no meu inglês para uma prova estúpida, quando me deparei com algo que veio a calhar. Era uma notícia de que a revista The New Yorker havia publicado um conto inédito de F. Scott Fitzgerald. A história foi escrita e enviada para a revista pelo próprio autor em 1936, 11 anos depois de o sensacional O Grande Gatsby ter sido publicado. E foi rejeitada. 
Anos se passaram e nunca se viu o conto Thank you for the light estampando as páginas da publicação. Agora, quase 80 anos depois, os netos de Fitzgerald encontraram a história nos arquivos do avô e então a revista teve outra chance de publicá-la. E dessa vez não rateou.
Mais um desses retratos da vida que é sempre bom a gente saber e lembrar quando um sonoro não ou aquele desalentador vácuo invadir o ambiente. Precisa nem virar a mesa em cima do editor ou da mocinha do RH.