domingo, 29 de setembro de 2013

adiós, music television

O Uá-Uá foi a primeira coisa que assisti na MTV Brasil. Eu tinha 13 anos, era 2003 e finalmente tínhamos convencido meu pai a colocar TV por assinatura lá em casa. Quando descobri que a tão comentada Music Television ficava no canal 22, dei de cara com Didi Wagner sentada em um sofá prateado com uma das minhas bandas favoritas na época, a Tequila Baby. 
Eu tinha descoberto o sentido da vida. 
O Uá-Uá foi extinto pouco depois, mas minha obsessão pelo canal que me colocava - lá do interior da puta que nos pariu - em contato com um mundo totalmente freak e musical continuou ao longo de anos, beirando o desespero quando, em 2007, ele saiu da grade da Sky. Passei a assistir de vez em quando, na casa de amigos, até que ano passado vim morar em uma residência com MTV. Não era mais tão legal como quando eu era uma teenager, mas hoje, nessas suas últimas horas de vida, reservo-me o direito de ficar triste & melancólica. 
E proíbo fãs de Porta dos Fundos de dar um único suspiro, que isso tudo é culpa de vocês.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

feirinha

Não é uma Feira de San Telmo nem um Brique da Redenção, mas todos os sábados - não chuvosos e que não sejam feriado - o centro histórico de Florianópolis recebe a Feira de Artes e Usados, popularmente chamada de... feirinha. Começou há uns dois meses e a cada semana surge uma barraquinha nova com gente legal vendendo coisas interessantes, além dos produtos vintage das lojas ali da região.






sexta-feira, 13 de setembro de 2013

sábado com cara de segunda

Eu tentei. E como tentei. Eu queria acusar o Miojo Indie de estar sendo leviano naquela resenha, mas chegou a hora de sermos francos. A primeira grande e indiscutível questão é que Canções de Apartamento é infinitamente superior a Sábado, novo disco do Cícero. Se o primeiro não tivesse existido, este segundo até poderia ter ido parar em meu iTunes e talvez eu tivesse gostado mais do que gosto hoje, mas estou certa de que ele não teria feito eu ficar mais uma noite em Porto Alegre, naquele janeiro de 2012.
Esse foi o epicentro dos debates: teríamos ouvido Sábado se não houvesse o Canções de Apartamento?
A verdade é que já dava para ter desconfiado, não seria fácil produzir algo melhor que o Canções, e por menos que o novo disco tenha agradado, é preciso reconhecer que o rapaz se esforçou.
Mas não dá mais. Depois de eu colocá-lo para tocar pela quinta vez sem perceber as músicas passando, precisei rever minha boa vontade para com ele e finalmente admitir a derrota.

domingo, 8 de setembro de 2013

mr. Doherty actor

Quando ninguém mais esperava nada de Pete Doherty, quando ninguém jamais imaginou que ele pudesse levantar do sofá, lavar o cabelo seboso, escovar os dentes e tentar parecer gente, ele vai lá e protagoniza um filme. Um filme ruim, é verdade, mas ainda assim um filme.
Não consegui encontrar muita coisa que se salvasse em Confissões de um Jovem Apaixonado além da onipresença de Doherty, que para quem aparentava estar no fim da vida está muito bem no papel do rapaz apaixonado por uma mulher mais velha. Ah, sim, Charlotte Gainsbourg também conta como ponto positivo.  
O figurino de 1830 lembra o que ele veste normalmente, quando ele caminha a esmo pela neve parece que vai começar um clipe novo do Babyshambles e em sua fala tem tantas vezes a palavra ‘libertino’ que a gente passa a ter certeza de que aquilo tudo é uma grande piada.
 Recomendado somente para aqueles cuja curiosidade vai além do bom senso.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

right thoughts, right words, right action

Puta disco legal esse novo do Franz Ferdinand. E apesar daquele receio (que durou uns dois anos) a respeito de como ele poderia soar – ao passo que boa parte das bandas divertidas que a gente conheceu lá no começo do século resolveu virar outra coisa – eu na verdade sempre botei fé nos escoceses. É um longo histórico de acertos. 
Na Rolling Stone de agosto tem uma entrevista com Alex Kapranos onde ele diz que os integrantes das bandas continuam pro resto da vida com a mesma idade que tinham quando ela estourou. Acho que de um modo profundamente analítico, faz sentido. Eles continuam os mesmos jovens adultos de 32 anos que sabem o que querem e, principalmente, que gostam de se divertir. Se eles tivessem 19 na época de Take Me Out, talvez hoje Josh Homme fosse seu guru e eles estivessem lançando discos com aquele jeito de quem ainda não se decidiu a que veio. 
 Franz é uma das pouquíssimas bandas que eu ouvia em 2005 e que sigo acompanhando com o mesmo entusiasmo. Nesses anos todos eles souberam produzir coisas novas sem que fosse necessário pegar sua essência, amassar e jogar no lixo.

domingo, 1 de setembro de 2013