domingo, 28 de abril de 2013

cinco filmes sobre voltar para a cidade natal

Isso que vem abaixo só pode ser resquício de alguma inspiração saída da viagem que fiz para Santa Rosa há exatamente um mês. Afinal, voltar pra casa é sempre igual pra todo mundo, mesmo que você pese oito quilos a mais ou que seu nariz esteja mais fino e harmônico.

Elizabethtown
Um clássico. Não é apenas sobre voltar para casa. É sobre fazer a maior cagada da vida e ainda ter que voltar para sua cidadezinha natal para enterrar o pai quando quem estava planejando morrer era o próprio. O próprio aqui seria o Orlando Bloom. Como tudo na vida, inicialmente ninguém encontra saída para escapar da tragédia. Ou melhor, encontra: um tiro na cabeça ou várias doses de algo letal. Mas depois algumas coisas esquisitas acontecem e você pensa melhor. No caso de Elizabethtown, acontece uma aeromoça loira e safadinha na vida de nosso protagonista e faz com que tudo pareça um pouco menos dramático.

Garden State
Aqui também é a morte que leva o personagem principal, no caso Zack Braff, de volta para sua terra. Foram nove anos sem pisar naquele lugar, mas sua mãe morreu e não restou outra alternativa. É engraçado ver no que seus amigos de infância se tornaram, porém um tanto melancólico encontrar seu velho pai, um psiquiatra que receita todos os remédios que sustentam seu vício. Tudo vai bem mais ou menos até ele conhecer Sam. Ai ai, o que não faz uma mulher (Natalie Portman) na vida de um homem.

Beautiful Girls
Ora vejam só, aqui também temos Natalie Portman trazendo alegria à vida de um rapaz que foi visitar sua família na cidade onde nasceu. Mas como ela só tinha 13 anos, a coisa não passou de um flertezinho entre vizinhos. Trata-se de um pianista em uma espécie de crise existencial: sua profissão vai mal e seu namoro não está muito diferente. Os velhos amigos ele logo descobre que também não vivem lá muito satisfeitos. Entre um porre e outro em algum barzinho entupido de bêbados encrenqueiros, suas vidas complicadas se mostram ainda piores.

Young Adult
A bela Charlize Theron só voltou para sua cidade porque é uma son of a bitch. Ela vive há anos em Minneapolis, onde é uma escritora de livros juvenis, mas acha que a vida está meio blergh com a pressão para terminar a última edição de uma série. E aí ela decide voltar para sua cidadezinha, onde era super popular durante o high school, para reconquistar seu namorado da época. E ela acha que tudo bem se ele está casado e tem uma filhinha recém-nascida. Who cares? Mas a moça não tá mais com essa bola toda, e aí a gente já imagina o que rola. 

Tamara Drewe
Este sempre será um péssimo nome de filme, eu sei. Mas no fim das contas Tamara é uma simpática jornalista que volta à sua cidade para tentar vender a casa que herdou após a morte da mãe. Ao contrário da moça do filme acima, ela era uma adorável feiosa quando mais nova, mas para surpresa de seus antigos amigos & vizinhos, não é que ela voltou com um belo upgrade? Revirando o passado ela encontra um ex-namorado e as lembranças a deixam um pouco receosa de vender a casa e cortar o último laço que tem com o lugar.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

condicional

Esses dias estava numas de só querer comprar roupa pela internet devido à facilidade que isto provém e lembrei que em um passado distante, lá em uma cidadezinha - também distante -, eu gozava dessa facilidade com certa frequência, de um jeito ainda melhor. Mas não tinha nada a ver com e-commerce, pouco se acreditava nisso na época.
Pois então. Lá em Santa Rosa todo mundo se conhecia, quando não se conhecia havia um grande potencial para se conhecer. Cliente se tornava amigo do dono da loja, tão amigo que em algum momento da vida dividiriam a mesa do almoço de domingo. E aí minha mãe tinha essa relação com as donas das lojas legais da cidade. Numa passadinha de 10 minutos em uma dessas, ela saía com três sacolas cheias de roupas, todas devidamente anotadas em um papel, uma cópia ia junto e a outra ficava na loja: eram as chamadas condicionais.
Isso significava o quê? Que dentro de poucos minutos uma adolescente Juliete desesperada pelo look da próxima festa de 15 anos (depois de fazer mil combinações com o que tinha nas festas do último mês), provaria dezenas de peças no aconchego de seu quarto. Pegaria a que lhe interessasse e mandaria o resto de volta para a loja.
Não é incrível? E não era privilégio algum, que isto fique claro. Qualquer cliente um pouco mais assídua levava as sacoladas para casa pra provar mais à vontade, com direito a opinião familiar e testes com seus sapatos & bolsas.
Bons tempos aqueles, viu.

domingo, 14 de abril de 2013

pra nada

Cada manhã que abro os olhos com o sol espreitando pela frestinha da cortina na tentativa de invadir o quarto parece fazer menos sentido. Tem vezes que preciso desligar um pouco a realidade e perguntar: por que mesmo? 
A resposta já nem aparece mais. Acho que deve ser por pena de informar que é pra nada. Que nada disso era necessário e que todos esses meses esperando aparecer alguma razão para estar fazendo o que não gosta, onde não gosta e com quem não gosta, foram em vão. Que ter deixado para trás alguns sonhos e pessoas por alguém que aperta seu braço enquanto profere palavras duras e a deixa andar sozinha pela rua na madrugada só serviu para provar que tu não és quem achava que era.
É, deve ser por isso.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

portinho.jpg



 



 Ai ai, que saudade de ti, aí tão longe.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

semiótica do terror

Uma das partes do meu trabalho - a boa, no caso - consiste em acompanhar colegas jornalistas nas cabines de imprensa do cinema. É em dia de semana e é na parte da manhã, mas ainda assim tem seu lado prazeroso, preciso reconhecer. Nessas cabines até agora só assisti a filmes que eu não assistiria por conta própria, muitos deles apenas pela mais pura preguiça. 
Daí que essa semana teve exibição de "Mama". Pouco afeita a filmes de terror que sou, teria passado em branco em minha vida, obviamente. 
Esse aí não é de todo ruim, mas deixou claro pra mim o porquê de eu assistir a tão poucos filmes do gênero. Primeiro porque eu realmente me assusto - com direito a contrações musculares & taquicardia - ao olhar para qualquer porcaria estranha que promova grunhidos, e depois porque uma hora a fantasia extrapola e começa a ficar ridículo. 
Quando se trata de uma pessoa que mata pessoas de forma pouco convencional, mesmo com problemas psíquicos não muito explicáveis, a gente deixa pra lá. Agora, esse negócio de força maligna com cabelos, olhos & boca, que mora na parede e surge em forma de meleca preta, já acho demais para o meu gosto cinematográfico.
Em defesa do filme, entretanto, gostaria de registrar que a Jessica Chastain, a fotografia e a trilha estava todas ótimas.