quinta-feira, 30 de junho de 2011

so so so good


we really are. há seis meses.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

cancelar

Já faz uns dias que escrevo e não envio, porque já escrevi e enviei demais. Lotei caixas de entrada e em boa parte das vezes nem resposta obtive. Escrevi e enviei tantas vezes e tudo o que eu queria com isso era algo que fizesse eu me sentir melhor. Escrevi tantas vezes e todas as palavras eram uma tentativa de traduzir a saudade, a insegurança, uma dor estranha, um amor trancafiado e dolorido que eu precisava controlar porque parecia mais intenso do que deveria ser.
E eu gastei horas escrevendo porque eu precisava manter as coisas sob controle dentro de mim e fora de mim também. Eu enviei tantas vezes porque achava que poderia fazer alguma diferença, que causaria uma aproximação, achava que assim poderia me fazer entender. Enviei porque queria resposta. Qualquer resposta. E um dia implorei por ela.
Já faz uns dias que escrevo e não envio, porque aquele milésimo de segundo que se gasta clicando em enviar não é nada comparado aos longos minutos que levo empilhando cuidadosamente um monte de palavras. Apago porque não importa. Porque finalmente entendi que estar sozinho independe de estar acompanhado.

domingo, 26 de junho de 2011

I beat!

Quatro dias. Quatro filmes. Cinco episódios de seriados. Uma garrafa de vinho. Cinco de cerveja. Duas saídas frustradas. Seis pedaços de pizza. Um novo corte de cabelo. Um quarto limpo. Trinta horas de sono. E uma saudade que não consigo mensurar.

Sobrevivi ao feriadão de Corpus Christi!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

natureza viva

Não chega a ser um dos meus contos favoritos do Caio no Morangos Mofados, mas adoro esse trecho:

"(...) as pessoas falam coisas, e por trás do que falam, há o que sentem, e por trás do que sentem, há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis não formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem e sobretudo, como dizias, emoções. Que nem se mostram."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

blue valentine: vi, não chorei e faço spoiler



Minha primeira reação quando o filme terminou foi vociferar que nunca mais acreditaria em comentários que lia pela internê a respeito de filmes. A partir de então decidi limitar-me às velhas e nem sempre boas sinopses. O conselho era não assistir Blue Valentine no dia dos namorados e estar preparado para o choque caso estiver em um relacionamento sério. Ah, e estar provido de lenços, muitos lenços.
A primeira regra eu já me prontifiquei a burlar, mas fiquei esperando impaciente a hora de prorromper em lágrimas aninhada nos braços do meu namorado, até que... o cast começou a subir na tela. E aí fiquei me perguntando o que exatamente chocou tanto as pessoas que assistiram. Seria a revelação de que, oh! relacionamentos podem ficar desgastados e cansar depois de algum tempo? Que casais brigam, se desentendem e as coisas ficam diferentes de como eram no começo? E que então, de repente - atenção: as palavras a seguir são fortes -, eles decidem se separar?
Sério mesmo que isso é tão improvável, absurdo, cruel, chocante ou assustador? É só um filme mais parecido com a vida real do que se supunha o nome dado a ele no Brasil.

domingo, 12 de junho de 2011

"Vamos fazer uma pilha!", ele me disse depois de eu falar que tinha guardado o canhoto das passagens de ônibus. Achei engraçado, até perceber a seriedade do que o rapaz estava propondo. Ele deve ter percebido a seriedade do que eu estava prondo também, afinal, por que eu iria guardar dois pedaços de papel que não tinham mais utilidade alguma?
Achei bonitinha a ideia da pilha, embora não tivesse levado assim tão a sério, e embora eu desconversasse qualquer proposta mais ousada que ele jogava no ar como uma brincadeira.
Alguns meses depois e vejam só o que tenho aqui:



Uma pequena pilha - em constante crescimento - das minhas idas e vindas.!

E era pra ser só uma aventura inconsequente de dois semi-desconhecidos saindo de um ano e entrando em outro.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

mr. kane é melhor sozinho

Acho The Rascals uma gracinha e The Last Shadow Puppets mais ainda, mas, olha, vou dizer... o que Miles Kane fez sozinho já pode ser considerado uma pequena obra-prima.



Espero mesmo que ele domine o mundo, como disse que pretendia em entrevista à Folha semana passada.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

mulher de mentira

Eu não sou mulher de verdade. Não passo de uma confusa aberração da natureza. Uma mutação genética. Um amontoado disforme de células. Mas meu estômago continua dolorido dos socos que recebo toda vez que ouço ou leio a seguinte declaração:
"Mulher de verdade tem curva, tem carne pra pegar.

Eu preciso que, por favor, a ciência crie o mais rápido possível uma denominação para a minha espécie. O preenchimento de formulários burocráticos já está ficando confuso, afinal não há outra opção entre masculino e feminino para especificar meu sexo. Eu tenho uma vagina, dois ovários e também um par de peitos, que mesmo não atingindo o tamanho de melões maduros, são capazes de produzir alimento a um bebê. Mas isso pouco importa se no andar dos fatos, veja só você, eu não tenho tecido adiposo em abundância. Então eu não sou mulher de verdade.
Se eu nasci magrela, se a minha geração materna inteira é magrela e se só vou deixar de ser assim quando adotar métodos artificiais para atingir uma certa grandiosidade corporal, isto não interessa.
Mulher que é mulher tem o "ão" na terminação ortográfica de cada parte do seu corpo. O resto que se vê por aí ninguém sabe o que é. Nós estamos espalhadas pelo mundo em uma quantidade razoável, por isso sugiro a fuga iminente ao perceber a aproximação dessa anomalia, principalmente à noite.

quarta-feira, 1 de junho de 2011