segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Já faz uns dias que escrevo e não envio, porque já escrevi e enviei demais. Lotei caixas de entrada e em boa parte das vezes nem resposta obtive. Escrevi e enviei tantas vezes e tudo o que eu queria com isso era algo que fizesse eu me sentir melhor. Escrevi tantas vezes e todas as palavras eram uma tentativa de traduzir a saudade, a insegurança, uma dor estranha, um amor trancafiado e dolorido que eu precisava controlar porque parecia mais intenso do que deveria ser.
E eu gastei horas escrevendo porque eu precisava manter as coisas sob controle dentro de mim e fora de mim também. Eu enviei tantas vezes porque achava que poderia fazer alguma diferença, que causaria uma aproximação, achava que assim poderia me fazer entender. Enviei porque queria resposta. Qualquer resposta. E um dia implorei por ela.
Já faz uns dias que escrevo e não envio, porque aquele milésimo de segundo que se gasta clicando em enviar não é nada comparado aos longos minutos que levo empilhando cuidadosamente um monte de palavras. Apago porque não importa. Porque finalmente entendi que estar sozinho independe de estar acompanhado.

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