quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

o mês

Um livro: Não sou uma dessas, Lena Dunham
Outro: MTV, bota essa P#$* pra funcionar, Zico Goes
Um filme: Magic in the Moonlight
Outro: Boyhood
Um hamburguer: Madero

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

acaba logo

Não seria justo afirmar que 2014 foi para mim exatamente como 1933 foi para John Fante Dominic Molise, afinal alguns passos de formiga foram dados, mas também não foi nada demais não. Não mesmo. Pra variar.
Eu sempre começo minhas retrospectivas falando sobre a noite da virada, mas dessa vez, exceto pelo fator passagem-por-um-dos-morros-mais-perigosos-da-cidade-às-23h-do-último-dia-ano, o réveillon também não teve nada demais. Pra variar.
Mas algumas coisas variaram nesses 12 meses. A primeira é que eu deixei de me tornar a futura senhorinha de 65 anos que nunca tirou carteira de motorista para me tornar a mocinha um pouco passada de 24 anos que, opa, tirou sua carteira de motorista. Depois de apenas UMA reprovação. Umazinha.
O que também variou é que eu também deixei de me tornar a futura senhorinha tatuada e frustrada por nunca ter aprendido a tocar um instrumento de maneira minimamente correta e entrei na aula de bateria, transformando-me na aluna novata um pouco passada de 24 anos de uma escola onde meninos de seis desenvolvem muito melhor sua coordenação motora.
Outro fator positivo é que com o meu retorno ao nada seleto grupo de proletários que utilizam o transporte coletivo acabei lendo como nunca antes. E como nunca mais também. Neste momento estou lendo o 40º livro de 2014, e infelizmente não vou terminá-lo antes de o ano se dar por encerrado porque ele tem mais de 500 páginas, mas ainda assim é um grande feito.
No mais, além de uns bons momentos no trabalho, pouco aconteceu. Não viajei (apenas duas idas rápidas para Porto Alegre), não passei em um concurso público, não mudei de emprego, de namorado, de casa, de cidade, de cabelo, mas talvez de perspectiva. O importante é que o ano termina com alguns planos concretos para 2015 e comigo puta da cara porque não me pagam meus freelas. Ah, sim, em 2014 eu também fiz freelas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

os melhores álbuns de 2014

Antes tarde do que nunca.


1 - Black Keys – Turn Blue
2 - Temples – Sun Structures
3 - Jack White - Lazaretto
4 - Spoon – They Want My Soul
5 - Black Lips –Underneath the Rainbow
6 - Kaiser Chiefs – Education, Education, Education and War
7 - Damon Albarn – Everyday Robots
8 - Broken Bells – After the Disco
9 - Kasabian – 48:13
10 - Taylor Swift - 1989


Brésil:

1 - Holger – Holger
2 - Far From Alaska – ModeHuman
3 - Variantes – Tudo Acontece
4 - Marcelo Gross – Use o Assento para flutuar
5 - Cachorro Grande – Costa do Marfim
6 - Suricato – Sol-te
7 - Wannabe Jalva – Collecture
8 - Adriano Cintra – Animal
9 - Thiago Pethit – Rock’n’roll Sugar Darling
10 - O Terno – O Terno 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

música velha

Eu apelidei aquelas sextas-feiras de “sextas-feiras da nostalgia”. Era sempre igual. Toda sexta-feira quando começava a anoitecer eu dava um tempo naquela dieta rígida & permanente que cortava carboidratos, açúcares e gordura e mandava ver. Cozinhava alguma coisa com toda minha falta de aptidão na cozinha, bebia suco de laranja com vodca, suco de laranja com cachaça, suco de laranja com steinhaeger, fumava alguma ponta de baseado que guardava na minha latinha de creme Nívea e colocava músicas velhas no iTunes. Não qualquer música velha. Músicas velhas que me lembravam de coisas da época daquelas músicas, e por velha quero dizer entre dez e cinco anos de velhice, não muito mais do que isso.
Eram de um tempo que eu era feliz ou que eu achava que era feliz. Meu coração doía e eu queria voltar. Voltar ou no mínimo viver alguma coisa parecida no futuro, com outras pessoas, porque aquelas lá... Elas eram legais, legais pra caralho, mas já tinham casado, tido filhos e estavam vestindo camisetas polo verde, já não tinham mais suas bandas,aquelas que faziam as músicas velhas, tinham até mudado de sobrenome, pelo que eu vi.  E se dedicavam seriamente aos seus empregos, porque agora tinham pequenas bocas para alimentar.

E eu ali, só querendo ser jovem para sempre, comemorando cada nova descoberta sobre a esticada da adolescência, que agora aparentemente não tem fim. Ainda bem. Ainda nem comecei. 



agosto/2015.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

buena música pt.4

Los Nuevos Monstruos e um negócio mais animadinho porque já é quase sexta.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

e agora?

A questão é: ainda se tem vinte e poucos quando se tem 25?

domingo, 30 de novembro de 2014

o mês

Um livro: Paixões Clandestinas, Christian von Koenig
Outro: As Fantasias Eletivas, Carlos Henrique Schroeder
Um filme: What If?
Outro: Boyhood
Um show: Variantes
Outro: Holger
Mais um: Móveis Coloniais de Acaju

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

novembro

Vou mentir se disser que penso nisso sempre que chega novembro. Mas desde aquele tórrido 2006 sempre alguma coisa me faz lembrar dele em seus melhores dias, nunca deitado com as mãos cruzadas, unidas por um rosário, com a camiseta que eu mesma o havia presenteado pouco mais de um ano antes. Mas dessa vez foi tão estranho que mesmo com minha total falta de crença parece que de algum lugar ele tentou dizer "hey, não tá lembrada? Hoje faz oito anos que tu entrou naquela salinha ao lado da igreja, olhou para mim e desabou em lágrimas".
Suas camisetas sempre foram marca registrada. Quase sempre pretas. E aí em uma quinta-feira deste novembro, quando eu voltava para casa a pé do trabalho, eu vi. Passou por mim. Tinha uma caveira branca estampada e era parecidíssima com uma que ele costumava usar quando não tinha que vestir o uniforme do colégio.
O rapaz foi se aproximando, andando no sentido contrário, e quando passou por mim achei que até o rosto se parecia um pouco. Ele era uns anos mais velho do que aqueles míseros 17, mas o nariz, aquele inconfundível nariz, tinha sérias semelhanças.
Então eu lembrei dele. Percebi que era novembro e que eu nunca havia guardado na memória a data precisa da partida.
Hoje eu fui procurar nas profundezas de minha memória concreta e lá estava. Treze de novembro de 2006. Naquela quinta-feira que eu voltei para casa a pé fez exatamente oito anos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

buena música pt.3

Quero morar nesse clipe do Un Planeta.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

o mês

Um livro: Um Dia, David Nicholls
Outro: Viva Bird!, Bill Moody
Um filme: Mesmo se nada der certo
Uma série: The Good Wife
Um chocolate: Snickers
Um show: Capital Inicial. Verdade. Mentira. Verdade.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ya hace un año





pero nos vemos pronto, Bueníssimos Aires. 

1. Casa Rosada. 2. Banco de la Nación Argentina. 3. Puerto Madero. 4. Feria de San Telmo

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

they understand

Raoul Duke, Rob Fleming, Sal Paradise, Henry Chinaski, Arturo Bandini e mais um punhado de outros cidadãos que moram em páginas podem até ter suas peculiaridades, se perder em alguns excessos, não ter a menor sorte em relacionamentos amorosos e manter umas obsessões irritantes, mas nunca encontrei melhores companhias. Eles fizeram lá suas cagadas que me deixaram de certa forma chocada, por eles, não por mim, mas a verdade é que jamais me meteram em roubada.
Nunca me levaram para festas sem cerveja, nem me ofereceram Skol, não exigiram mais de mim do que um tempinho livre, nunca cogitaram me chamar para o samba e em hipótese alguma se importaram por eu preferir o silêncio a fingir interesse em uma conversa que não servirá para nada.
Um sofá e um pijama velho sempre foram o bastante.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

buena música pt. 2

Paris + iPhone + buena musica = Vuelo, Delta Venus


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

elegance






“Ser elegante não é apenas se vestir bem, também tem a ver com a maneira como você se comporta, seu traquejo social, como você trata o outro. E isso hoje está banalizado”.
Costanza Pascolato em entrevista para moi.

Fotos: Marco Santiago/ND (reprodução proibida)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

o mês

Um livro: Nirvana nunca mais, Mark Lindquist
Um filme: God Help the Girl
Outro: Vivir es facil con los ojos cerrados
Mais um: Not fade away
Um cerveja: Insana
Outra: Itajahy

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

back to zero

De novo, outra vez, novamente. Num intervalo de meses. Uma luz no fim no túnel e uma rocha de 40 toneladas obstruindo a passagem. Por que, vida, insistir em me deixar aqui, assim, desse jeito? Entenderei um dia? Há uma razão, motivo, circunstância, explicação lógica, ilógica, um fundamento, uma desculpa?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

buena música pt. 1

Uma série de ótimas bandas argentinas que começa agora e termina quando a preguiça não mais deixar.  =)

Na superestreia, Nubes en mi Casa e a voz macia de Josefina Mac Loughlin:

domingo, 31 de agosto de 2014

o mês

Um filme: Ninfomaníaca
Outro: Una pistola en cada mano
Mais um: Fading Gigolo
Um livro:  O invasor, Marçal Aquino
Outro: Cartas de um escritor solitário, Sam Savage


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ignorance is bliss

Após uma entrevista com o professor Charles Watson, de passagem por Florianópolis para mais um workshop sobre processo criativo.

- Você já soube que amanhã vai ter um show de funk aqui no hotel?
- Aqui?! No hotel?
- É, aqui.
- Sério?
- Sério.
- No meu andar?
- Não, provavelmente não.
- Mas quem é?
- Anitta, conhece?
- Não.


Que inveja.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

ainda não

Por um momento pensou que estivesse no fundo do poço. Sozinha no sofá, fumando um baseado e tomando vodca quente enrolada no cobertor enquanto ouvia nostalgicamente aquelas canções de anos atrás. Mas óbvio que ela não estava. Ainda tinha uma vodca, um baseado e um cobertor.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

masters of antipatia

Don Draper, Dr. House, Walter White e, por que não, Will McAvoy além de serem personagens das séries mais interessantes dos últimos anos são também aquele tipo clássico de anti-herói que a gente ama até quando está odiando. Vivem a vida pisando em todo mundo e antes mesmo de se redimirem fazendo algo muito grandioso, um meio sorriso já nos faz esquecer o quanto são arrogantes, irascíveis, infiéis, mentirosos e estúpidos.
Creio que foi isso o que imaginou Michelle Ashford ao criar Masters of Sex e não sei se sou uma exceção entre os telespectadores da série, mas tudo o que Will Masters conseguiu me passar até este início de segunda temporada foi a mais pura ojeriza. Além de o ator Michael Seen não ter a menor química com Lizzy Caplan - o que nos faz querer que eles jamais fiquem juntos e nos causa desespero o fato de tudo ser baseado em uma história real em que os verdadeiros Will e Virginia realmente se casam -, as poucas coisas legais que ele fez não foram capazes de superar nem 2% de sua canalhice. Sobretudo suas descobertas científicas.
Eu não sei até onde vou com Masters of Sex porque a cada novo episódio eu tenho dúvidas a respeito de qual personagem é mais patético e minha lista de séries abandonadas não para de de crescer. Aliás, isso é tema para um próximo post. Mas fica o desabafo.

hi, look how stupid I am

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

ditadura do ar livre

Aos que não dão a mínima pelota para dias considerados bonitos, pior do que um sol forte que gera um calor aterrorizante é essa obrigação de sair de casa. Em Florianópolis, ao que notei, é proibido ficar entre quatro paredes quando há um sol brilhando e uma temperatura próxima dos 30 graus, especialmente se estivermos em pleno mês de agosto.
Você é obrigado a ir para rua. Para a rua não. Para a beira da praia, para beira da lagoa, para o parque da Luz, para o parque do Córrego Grande, para o parque da mãe do Badanha. Você simplesmente não pode ficar em paz no aconchego de seu lar comendo bolo formigueiro, tomando chá e assistindo toda a sexta temporada de Gilmore Girls. Imagina, com esse marzão, esse verde tão lindo.
E não bastando a ditadura do ar livre, notei também que quem for a um desses points de dias ensolarados também é obrigado a tirar uma foto e compartilhar no Facebook. Assim todos podem saber como está o sol no Norte da Ilha, no Leste da Ilha, no Sul da Ilha e até no Centro.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

o mês

Um filme: Electrick Children
Um filme meia boca: A Long Way Down
Um livro: Mondo Massari, Fabio Massari
Um show: Balcony
Outro: Wander Wildner
Um hamburguer: Uncle Joe's

quarta-feira, 30 de julho de 2014

essa música não é dele

Cenário:
Pub fuleiro em Balneário Camboriú

No palco:
Wander Wildner

Na plateia:
Dois elementos debatem

Elemento 1:
 - Toca "Empregada"!

Elemento 2:
 - Essa música não é dele, é do Tequila Baby

Elemento 1:
- Não, Tequila Baby só regravou, é dele

Elemento 2:
- Não, o Wander que regravou

Alguns centímetros à frente:
Eu

Fazendo:
O sinal da cruz em nome de Frank Jorge



segunda-feira, 21 de julho de 2014

cinco filmes com a Greta Gerwig

Já faz algum tempo que eu queria escrever especificamente sobre os filmes da Greta, não porque suas personagens pareçam uma variação da mesma pessoa, também por isso, claro, mas especialmente porque não tem como não amar esse ser tosco e adorável que ela sempre leva para as nossas telas. Não escrevia nunca porque faltava assistir alguns filmes difíceis de encontrar na uéb devido ao seu extremo ~independitismo~ plus total ausência de qualquer tipo de distribuição, e aí no dia que eu bati o pé para ver Baghead achei que era hora de parar de me torturar e só voltar a assistir coisas pós-Frances Ha.

Oi

Greenberg
Foi o primeiro filme com a Greta que vi, já deve fazer uns bons quatro anos e eu nem sabia que ela era ela, só fui descobrir depois de assistir sua obra máxima de amor eterno.  Aqui Greta é Florence, uma aspirante a cantora que acaba conhecendo e se envolvendo com o irmão de seu chefe. O Ben Stiller, no caso. Florence tem 20 e tantos anos e é meio assim daquele jeito que a gente já conhece de outrora.

Frances Ha
Esta sim, a obra máxima de amor eterno em p&b. Fui ao cinema mais ou menos achando que sabia o que encontraria, mas foi infinitamente melhor e não importa quantos filmes com a moça eu vasculhe para assistir, até o momento Frances Ha tem superado todos com folga. Pode ter a ver com aquele primeiro impacto de que a nossa vida não é tão bizarra quanto o roteiro de Girls, mas que ela pode chegar perto deste.

Lola Versus
Aqui parece que temos uma prévia real do que viria em seguida em Frances Ha, até a melhor amiga tem certas semelhanças. Mas enfim, agora Greta é Lola, tem 29 anos e acaba de ser dumped pelo noivo dias antes do casamento. Numa tentativa de superar o fato de que vai mesmo adentrar os 30 solteira, ela acaba ficando aos cuidados de seu amigo fofíssimo Hamish Linklater e saindo com uns tipos bem estranhos.

Hannah Take the Stairs
Primeiro filme da Greta, quase um home made. Aqui ela é Hannah – e fica difícil não lembrar de outra Hannah -, uma moça meio perdida na vida que acabou de terminar a faculdade e encontra um emprego em uma produtora. Ela namora o Mike, que por sua vez é o igualmente ótimo Mark Duplass, mas acaba tendo um affair com seus dois estranhos colegas de trabalho.

Damsels in Distress
Esse é o que a personagem de Greta mais destoa em relação aos supracitados e não sei se é exatamente por isso, mas é o que menos gosto (entre esses da lista, lembrando que o Baghead beira o inassistível ). Ela vive a correta Violet, estudante de uma universidade tradicional americana, que anda pra lá e prá usando chapéus e vestidinhos que parecem saídos do guarda-roupa da Lemon de Hart of Dixie, ao lado de duas amigas. Juntas elas fazem parte de um grupo que ajuda alunos em depressão a não cometerem suicídio. Melhora quando surge o Adam Brody.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

o mês

Um livro: Dois Irmãos, Milton Hatoum
Outro: Trem Noturno para Lisboa, Pascal Mercier (Peter Bieri)
Um filme: O Grande Hotel Budapeste
Outro: Les Garçons et Guillaume, à Table!
Uma série: Fargo

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Apache Sun

A banda psicodélica desconhecida mais legal de Glasgow.



Scotland rulez.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

os discos mais legais do primeiro semestre

Os seis primeiros meses do ano já vão tarde e serviram ao menos pra uma coisa: nos alertar que as listas de fim de ano serão musicalmente complicadas na hora da limitar o número de títulos, bem como de ranqueá-los. Então, pra facilitar minha vida ao final do próximo semestre, já me adiantei e fiz uma pequena lista extra-oficial do que de melhor foi lançado até o momento. Está misturado, alguns estão comentados e outros tive preguiça de pensar em justificativas para estarem ali.

1. Temples -  Sun Structures
Parafraseando André Barcinski, Sun Structures é de fato o melhor álbum de 1967 lançado em 2014. Já que há anos não surge nada no mundo que refresque o rock, vamos ser felizes ouvindo música nova com cara de velha mesmo. Foda-se, é bom.

2. The Black Keys - Turn Blue
Ou talvez o melhor seja o Turn Blue mesmo - plenamente consciente de que sou umas poucas a sustentarem esta opinião. Já tentei, não consigo parar de ouvir. Tem bem menos testosterona que o igualmente ótimo El Camino, mas achei que eles acertaram no tom, tá pop, tá funk, tá psicodélico.

3. Kaiser Chiefs - Education, Education, Education & War
Meu deus, voltamos para 2005. Eu sei que nada justifica colocar Kaiser Chiefs aqui, ainda mais na terceira posição, mas pelo Black Keys ali em cima já se vê que não estou me importando em parecer incoerente. Education, Education, Education & War é um disco divertido sem ser pegajoso e me deixou com a feliz constatação de que bandas que aparentemente só eram legais há 10 anos ainda podem ter algo a oferecer.

4. Jack White - Lazaretto

5 . Kasabian - 48:13
Taí uma grata surpresa. Nunca fui grande fã de Kasabian, ouvia o legalzinho Velociraptor! eventualmente e confesso que só fui escutar o 48:13 porque seu lançamento foi em um momento de ócio. Ele tem uma intenção muito mais conceitual do que qualquer coisa que a banda já tenha feito, a começar por umas vinhetas de mais ou menos um minuto entre as faixas, mas eu gosto de quem em algum momento tenta soar menos óbvio.

6. Broken Bells - After the Disco

7. Variantes - Tudo Acontece
Olha, depois de Com Prazer a vida ficou muito, mas muito difícil pros Variantes. O disco era uma pequena obra prima, pra mim um dos melhores - senão o melhor - álbum lançado neste país no ano de 2010. Fico pensando que deve ser meio desesperador fazer um disco muito acima da média e depois tentar ao menos se manter no mesmo nível. Pois bem, Tudo Acontece é um bom disco, mas é desonesto compará-lo ao anterior.

8. Black Lips - Underneath the Rainbow

9. Marcelo Gross - Use o Assento para Flutuar
Não é surpreendente que o Gross tenha boas músicas a nos mostrar, ninguém precisa ser um entendido de Cachorro Grande pra notar que ele é o cara mais talentoso de lá e que nem mesmo cantando fazia feio. Lançou um bom disco de róque, sem o baitolismo que sua banda adotou de uns anos pra cá.

10. Stephen Malkmus and the Jicks - Wig out at Jagbags

sexta-feira, 6 de junho de 2014

cinco road movies

Eu sei que o que mais existe na vasta gama cinematográfica mundial são road movies, mas resolvi listar cinco não tão conhecidos assim e que trazem uns destinos um pouco diferentes. Com exceção do primeiro, todos os outros eu assisti há muito, muito tempo, tipo cinco anos atrás, então a memória é meio falha, perdoa eu. Só lembro mesmo é que gostei.

Além da Estrada
Quando eu assisti esse filme fiquei com uma certa fixação pelo Uruguai que só foi embora quando Buenos Aires entrou na minha vida. Pois bem. Um rapaz argentino viaja para o paisito atrás de um terreno que herdou dos pais, e antes de embarcar de vez na aventura pelas estradas uruguaias, ele conhece a belga Juliette na beira do mar del Plata. Como a moça arrastava uma mala pela calçada, ele decide oferecer uma caroninha, que acaba se estendendo e se transforma em uma viagem muy loca pelos pampas.

The Go-Getter
Para encontrar o irmão que não vê há anos e contar sobre a morte da mãe, Mercer White resolve que roubar um carro para cair na estrada parece ser uma boa ideia. Após feita a façanha, um pequeno detalhe inesperado faz com que a aventura comece a sair um pouco do planejado. Um celular esquecido lá dentro coloca o rapaz em contato direto com a dona do automóvel, que por acaso é a Zooey Deschanel no papel de Kate. Em meio a um monte de desvios de rota, a viagem segue e as conversas dos dois também.

Sex Drive (Rumo ao Sexo)
A intenção de finalmente perder a virgindade com uma moça que conheceu pela internet leva Ian Lafferty e seus dois amigos, Lance e Felícia, para uma viagem de Chicago a Knoxville. O trio pega a estrada com o carro que Ian roubou de seu irmão, e este, por sua vez, quando descobre o ocorrido, vai atrás do que lhe pertence. Mas é quando o carro morre no meio da estrada que uma tentativa de consertá-lo acaba interrompendo o trajeto e levando a turminha para uma festa estranha com gente esquisita.

Driving Lessons (Lições de Vida)
Aqui o Ronnie, do Harry Potter, finalmente se livra das garras da mãe maluca quando vai trabalhar para Evie, uma atriz veterana, já idosa e meio cheia de si. Os dois acabam ficando muito próximos, até que ela propõe ao rapaz uma aventura que inclui uma passadinha em Edimburgo, onde pretende participar de um recital de poesia. Convencido, Ronnie, que na verdade é Ben, embarca com Evie e tem que aguentar suas excentricidades em tempo integral.

Everything is Illuminated (Uma vida Iluminada)
Um rapazinho judeu, que por acaso é Elijah Wood no papel de Jonathan, viaja para a Ucrânia atrás da senhora que salvou seu avô na Segunda Guerra Mundial. Durante a road trip ele conta com a companhia de Alex Perchov, que é ninguém menos que Eugene Hutz, do avô mal-humorado dele e do cão Sammy Davis Jr. Jr. Ao longo da viagem, a peculiar equipe acaba descobrindo acontecimentos bem estranhos da época da ocupação nazista.

sábado, 31 de maio de 2014

o mês

Um livro: Máscaras, Leonardo Padura Fuentes
Outro: Como me tornei estúpido, Martin Page
Um filme: Yves Saint Laurent
Uma casinha de boneca: Chez Popi
Um lugar para tomar bons drinks: Dirty Old Man

sexta-feira, 16 de maio de 2014

isso passa

A auxiliar de serviços gerais entra no ônibus no fim do expediente de uma sexta-feira e comenta com a colega:

— Minha filha de 13 anos agora inventou que quer morar no Canadá, ela adora frio e nunca viu neve.
— Diz pra ela já começar a juntar dinheiro, daqui uns anos ela consegue ir.
— Que nada, eu também tinha um monte de sonhos, isso logo passa.

sábado, 10 de maio de 2014

the kids are alright

Esses tempos um colega de trabalho comentou comigo que quando o Strokes surgiu ele ficou meio deprimido porque era a primeira banda que ele gostava cujos integrantes eram mais jovens que ele. Na hora fiquei pensando se isso já tava acontecendo comigo, tentei lembrar de algumas bandas e notei que as idades já estavam de fato equivalentes ou muito próximas da minha, mas nada a ponto de me deprimir.
Dias depois eu conheci o The Strypes, que não são apenas mais novos que eu. Eles são mais novos pra caralho que eu. Aí fodeu.



E ainda me fizeram lembrar de outra banda, lá de Porto Alegre, com uma gurizadinha da mesma idade.



Parece 1977, mas o vídeo é do ano passado mesmo.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

somewhere I belong






Uma manhã no Centro histórico em mais um capítulo da série fui para Porto Alegre e não quis voltar pra casa.

1. Viaduto da av. Borges de Medeiros. 2. Theatro São Pedro. 3. Catedral Metropolitana de Porto Alegre 4. Viaduto da Borges

quinta-feira, 1 de maio de 2014

12 momentos, meio ano de reportagem

Hoje faz exatamente seis meses que me tornei repórter do Plural, e com a chegada desta prestigiosa data - em que por incrível que pareça me encontro de folga - resolvi relembrar as coisas que mais gostei de fazer nesse período. Tá mais ou menos na ordem em que aconteceram:

Pré-Ufsctock. Eu estava na redação há menos de um mês e tive a oportunidade de entrevistar dois caras de duas bandas que gosto muito: Apanhador Só e Vivendo do Ócio. Ambas tocariam no festival Ufsctock e fiz uma materinha com o Felipe Zancanaro e o Davide Bori.

Entrevista com o Duca Leindecker sobre o show acústico que ele faria na Ilha. Foi uma das primeiras entrevistas que fiz com alguém que eu admirava muito, então eu estava basicamente em pânico quando ele atendeu o telefone e acabei fazendo tudo muito rápido, acho que foram dez minguados minutinhos de papo.

Ópera Carmen, de Bizet. Primeiro escrevi sobre a montagem, entrevistando a diretora da companhia que a idealizou em Florianópolis, sem nunca ter visto uma ópera na vida. Depois fui assistir e achei simplesmente fantástico.

Entrevista com Andreas Kisser e Andrés Gimenez sobre o lançamento do primeiro disco da nova bandas deles, o De la Tierra. Minha primeira entrevista em espanhol tinha que ser justo com Andrés Giménez? E com Andreas Kisser ao lado? Pelo menos foi por telefone.

Entrevista com Victor Isensee, do Forfun, também pré-show na Ilha. Forfun meique foi trilha sonora da minha adolescência e fazia muito tempo que não tinha notícias da banda. Se eu falasse pro meu eu de 15 anos que um dia entrevistaria um deles...

Passeio de barco que surgiu no meio de um plantão de domingo. Eu vivia reclamando que morava na praia há mais de seis anos e nunca tinha andado de barco por aqui e de repente me mandam para um aquabus que aportou por acaso no trapiche da Beira-Mar Norte. Vi Florianópolis por outro ângulo e passei por baixo das três pontes.

Matéria sobre o show do Jota Quest na Ilha. Jota Quest é daquelas bandas que tu cresce ouvindo totalmente sem querer e que tu conhece todas as músicas porque toca em tudo quanto é lugar. Falei com o Rogério Flausino por telefone dias antes do show e... puta cara legal.

Matéria especial sobre o Hip Hop da Ilha. Mergulhei num universo até então desconhecido por mim e acabei descobrindo que havia MCs de bastante prestígio & qualidade por aqui.

Entrevista com Dilson Stein na casa em que ele estava passando as férias, na praia Brava. Fiquei louca quando soube que entrevistaria o Dilson exatos dez anos após ter feito o curso de modelo dele em Santa Rosa. Um gentleman, como sempre.

Combo Guns N' Roses: começa com o debate que mediei numa mesa de bar com seis jornalistas, passa pela entrevista com o Bumblefoot, a primeira em inglês e pessoalmente ainda por cima, e termina com a cobertura do épico show.

Entrevista com Erasmo Carlos sobre o show de pré-lançamento do novo disco dele aqui em Florianópolis. Eu liguei numa quinta-feira, mas tivemos problemas com os aparelhos de telefone, ele não me ouvia direito e acabou ficando para o dia seguinte. Ele foi simpatissíssimo em ambos os momentos e acho que finalmente parei de ficar com taquicardia antes de entrevistas importantes.

E a última foi essa semana mesmo: entrevista com Hique Gomez. Surgiu de última hora, domingo à noite minha editora avisou que estava marcada para o meio dia, ele iria na redação e falaria sobre o espetáculo que vai apresentar aqui no próximo dia 10. Quando desci para a recepção estavam ele, o produtor do evento e a maravilhosa Heloiza Averbuck sentados no sofá.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

o mês

Um livro: Estive em Lisboa e lembrei de você, Luiz Ruffato
Um filme: Coração Louco
Um mexicano: Cactus
Um show: Guns N' Roses
Outro: Erasmo Carlos
Mais um: Avishai Cohen Trio 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Playlist: sonzinho da Ilha

É, Florianópolis tem de tudo mesmo. Abaixo uma seleçãozinha maneira com sete músicas de sete bandas diferentes da cidade. Bem diferentes, por supuesto.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Oi, vida. Te vi passando quando abri a janela hoje mais cedo. Queria descer correndo pra te dar um abraço, mas estava presa nesse desespero. Lembra da última vez que nos reencontramos? Eu estava na biblioteca lendo a biografia da Pamela des Barres e percebi a falta que você fazia, então te procurei e vivemos bons momentos juntas, até você desaparecer outra vez sem eu nem notar. Eu devia estar preocupada demais com alguma estupidez, mas é sempre assim. A gente formava uma dupla e tanto.

domingo, 6 de abril de 2014

lobotomia

Eu ia começar isso aqui dizendo que sempre odiei Guns N' Roses (sim, de novo. I'm a little obsessed here), mas decidi ser honesta referente a essa questão ao menos uma vez na vida. Eu nem sempre odiei. Quando tinha 13 anos e ainda tentava  descobrir do que gostava, eu deitava na cama e ouvia no meu microsystem com adesivos do Piu-Piu uma coletânea estranhíssima que trazia "Don't Cry" entre uns Nirvanas e uns AC\DCs. Eu escutava a música e fazia exatamente o contrário do que Axl pedia, porque a vida era mesmo difícil para uma adolescente que não podia pôr um piercing no queixo.
Mas daí eu cresci e comecei a ter discernimento das coisas e, aí assim, passei a odiar a banda. Só de ouvir o primeiro solo de "Sweet Child O'Mine" meus olhos sangravam.
Apesar disso, admito que fiquei empolgada quando soube que a cobertura do show deles em Florianópolis ficaria comigo. Jamais faria cara feia para uma experiência antropológica desse nível. Para fazer um trabalho minimamente decente, comecei a ler e a me inteirar um pouco sobre o Guns. Em um debate que mediei entre seis jornalistas que entendem do assunto acabei descobrindo uma série de coisas que no momento não dei a mínima importância, mas que hoje fazem todo o sentido.
Lá ouvi pela primeira vez que o Bumblefoot é um dos maiores guitarristas do mundo, por exemplo. 
No dia seguinte ao episódio relatado no post anterior, minha empolgação tinha atingido um nível cômico. Saí de casa no fim da tarde rumo ao show do Guns N' Roses com dois colegas - um deles inclusive era quem tinha falado aquilo sobre o Bumblefoot - para cobrir o acontecimento.
Eu que já não sou a rainha da paciência estava de saco bem cheio quando deu 21h, horário marcado para o início do show, afinal estávamos plantados lá desde às 18h30 por pânico do trânsito. E ainda teríamos que lidar com o habitual atraso de sua divindade Axl Rose.
Mas em uma fração de segundo tudo mudou. Apagaram-se as luzes e só o que se via era DJ Ashba esfrangalhando sua guitarra ao lado da bateria, que ficava a uns dois metros acima da superfície do palco. Foi o começo de umas das sensações mais recompensadoras que senti na vida. Uma sensação que durou quase três horas e que por mim poderia ter durado até mais. Eu nunca tinha visto na vida músicos de tamanha qualidade e energia assim tão de perto, nunca vi ninguém tocando daquela maneira antes. Todos eles, incluindo Axl, mas com destaque absoluto para os guitarristas DJ, Bumblefoot e Richard e o baixista Tommy Stinson, tocavam como se aquele fosse o último show de suas vidas. Como se aquele público fosse o mais importante que já tiveram. Como se de maneira alguma aquelas pessoas tivessem a chance de se decepcionar com que viam e que de maneira alguma elas pudessem sentir falta de alguém como Slash ali no meio.
Enquanto aqueles quarentões corriam de um lado para o outro, escalavam equipamentos e a cenografia do palco como se recém tivessem completado 20 anos, o velho Axl, no alto dos seus 52, não já não emanava tanta energia assim, mas finalmente mostrou que aquele Rock in Rio 2011 não era o melhor que poderia dar. Deixou o palco várias vezes nas mãos de seus competentes músicos para se recompor, mas toda vez que voltava era o mesmo Axl da primeira música, cheio de vontade de provar que ainda pode muito. Devo ter sido lobotomizada, mas nunca aquele solo inicial de "Sweet Child O'Mine" me causou tanta emoção.
As pessoas ainda podem dizer que aquilo não é efetivamente o Guns N' Roses, and I don't give a shit, mas já passou da hora de o mundo reconhecer a competência e o papel daqueles caras que estão com Axl Rose. 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

sorry my english

Você acha que seu inglês está ok, ou no mínimo razoável para uma entrevista pré-elaborada.  Mesmo a pobreza não tendo te deixado fazer um intercâmbio e nem te dado a oportunidade de um bate-papo com um gringo qualquer - desconsiderando um espanglês certa feita protagonizado por mim com um peruano -, você acabou dedicando alguns anos ao estudo da língua. Você até pensa em inglês com alguma frequência.
Acontece que você vira uma moita quando percebe que inesperadamente está a três segundos de entrar em uma salinha com um dos melhores guitarristas do mundo e que desde 2006 faz parte do Guns N' Roses.
Eu tinha preparado umas três perguntinhas mentais para o caso de eu conseguir algum contato, mas como não era algo que eu acreditava, saí de casa calma & serena.
Pois bem. Lá estava eu. Eu.
Este mesmo eu que quatro meses atrás tremia feito vara verde ao digitar no celular o número do Duca Leindecker para uma entrevista em meu próprio idioma.
Veja bem, se as palavras em sua própria língua já desaparecem da sua frente quando você fala com alguém que você considera muito foda, imagina em uma língua que você não domina com tanta precisão. Então lá estava eu na frente do Bumblefoot, implorando aos céus que um alçapão se abrisse sob meus pés. Como nada aconteceu, comecei pedindo desculpas pelo meu inglês ruim e dizendo que era a minha primeira entrevista naquelas circunstâncias. Ele disse que tudo bem e me ofereceu uma castanha de caju. Bumble fingiu que entendia tudo o que eu dizia sem qualquer dificuldade, porque é um gentleman, mas notei que o rapaz no canto da sala, brasileiro fluente em inglês, estava achando aquilo muito engraçado, especialmente o meu sofrimento.
Cinco minutos depois, saí da sala e meu coração voltou a bombear sangue para o resto do corpo.
E eu tinha uma entrevista na mão.

Aqui está ele, muso. As castanhas ali em cima.


 Aqui estamos nós.


 Aqui também. Eu com cara de merda do lado do homem. Por que, deus?


Fotos: Marco Santiago

segunda-feira, 31 de março de 2014

o mês

Um livro: El Tunel, Ernesto Sábato
Um filme: Inside Llewyn Davis
Outro: O Quarto de Leo
Uma lancheria: a do Parque
Um bar: La Estación

sexta-feira, 28 de março de 2014

não dei

Eu tentei. Não era pra mim.
Em 2005 o baixo Tagima do meu novo melhor amigo passou uma temporada lá em casa, com amplificador e tudo. Não sei ao certo por que ele teve a ideia absurda de deixá-lo comigo, acho que foi na época de sua transição para a guitarra, então rolava um certo desapego. Outro amigo já tinha me ensinado a fazer os primeiros acordes de "Come as You Are", então durante aquelas duas semanas em que o instrumento ficou lá em casa, toquei repetidas vezes apenas aquilo. Foi tudo o que consegui aprender, mas não desisti.
No Natal do mesmo ano, sabendo que meus pais obviamente não me dariam um baixo, pedi um violão. E ganhei. Um Michael preto com cordas de aço, nunca havia me sentido tão feliz com um presente. Talvez três anos antes, quando ganhei um hamster. Enfim. Então 2006 seria um ano de grande aprendizado, pensei. Aprenderia a tocar violão e então migraria para o baixo, entraria em uma banda e viraria uma rock star.
Comecei em casa com um material velho do curso de guitarra do meu namorado e tive uma evolução pífia. Então parti para as aulas gratuitas que tinham começado no meu colégio. Lá aprendi a tocar coisas como "Esperando na Janela" e "Sorte Grande", de maneira triste e sofrível. Meus dedos simplesmente não obedeciam aos meus comandos e a única coisa que aquelas aulas estavam me proporcionando eram marcas doloridas que não compensavam tocar aquelas coisas horrorosas. Sugeri outras músicas ao professor, levei o CD do CPM 22, ele não entendeu nada. Depois levei o da Avril Lavigne, ele até que gostou, mas não chegou a me ensinar - e nem a devolver o CD. Ao fim de dois meses desisti daquela macaquice, mas não do violão.
Eu já tinha uma noção de como fazer os acordes, então por que não aprender sozinha as músicas que eu gostava? Entrei no cifraclub, imprimi uma penca de letras com cifras e, como já haveria de desconfiar, não consegui tocar nenhuma. Cansado de assistir meu sofrimento, o namorado roqueiro cool entrou em cena, pegou meu violão e disse:
- Vou te ensinar um jeito mais fácil.
Aí eu desisti de vez. Música não era pra mim. Tocar música não era pra mim. Eu ainda podia escrever sobre ela, afinal.
Há pouco mais de um mês, fazendo uma matéria sobre mulheres instrumentistas, minha colega fotógrafa descobriu meu sonho frustrado e desde então sugere constantemente que eu retome e tente outro instrumento. Tenho cara de baterista, ela disse esses dias.

terça-feira, 18 de março de 2014

sono otimista

Cheguei em casa mais cansada do que me recordo ter estado nos últimos meses, dormi por uma hora, em duas prestações porque começou a chover e tive que fechar as janelas, e sonhei que meu cartão do plano de saúde tinha chegado, que encontrei a banda que estava o dia todo tentando entrar em contato e que havia resolvido todas as minhas pendências do mês.
Minha vida só é produtiva enquanto durmo.

quinta-feira, 13 de março de 2014

quarta-feira, 5 de março de 2014

carnaval, eu cobri

Quando enfiei na minha cabeça que seria repórter de cultura, e lá se vão quase dez anos, as razões eram tão óbvias que quando finalmente entrei na faculdade de jornalismo achei que teria outros 30 concorrentes querendo fazer exatamente o mesmo que eu. Chegando lá, para minha surpresa, havia mais uns dois ou três com o mesmo objetivo, mas sem metade da minha teimosia. Desistiram no meio do caminho. Eu fui até o final e cá estou.
Eu queria trabalhar com aquilo que eu gostava de fazer nas horas vagas, queria unir o útil ao que era essencial na minha vida. Pra mim sempre foi fascinante a ideia de estar perto e tornar públicas as coisas incríveis que músicos, escritores, cineastas, atores, artistas plásticos & demais agentes da cultura fazem. Pois bem.
No último sábado fui escalada para cobrir o desfile das escolas de samba de Florianópolis. Se tem algo que nunca imaginei fazer na vida era isso - e talvez o velório que cobri mês passado. Seriam quase dez horas seguidas de trabalho até o sol nascer, e apesar de eu nunca ter dado a mínima para o Carnaval e de saber que às 6h de domingo eu estaria só o bagaço, admito ter ficado animada com a ideia.
O jornal montou uma equipe para trabalhar no on-line em tempo real, com duas repórteres escrevendo e o restante passando informações via whatsapp em pontos estratégicos da passarela. Eu fiquei na dispersão e sinceramente não tinha parado para pensar no que poderia encontrar ali. Não consegui ver nada do desfile, fiquei de prontidão no portão esperando todo mundo sair da avenida e acho que o que vi ali era ainda mais interessante do que o desfile em si. Eu presenciei todo o tipo de reação de gente que ama aquilo ali e passou o ano todo trabalhando e ensaiando pra fazer o Carnaval acontecer e garantir uma boa nota para sua escola.
Chegava gente rindo, pulando, gritando, se abraçando, chorando de emoção, de tristeza. Chegava gente frustrada por causa de um carro alegórico quebrado, cheia de certezas sobre a vitória ou com poucas esperanças a respeito dela. Chegavam passistas com o pé machucado, sem sentir dor alguma porque no corpo só tinha lugar para a adrenalina,  e outras que saíam levadas de ambulância. Mas em todas aquelas pessoas era possível identificar um mesmo sentimento, o de dever cumprido. Exatamente o mesmo que experimentei quando entrevistei o último mestre-sala da última escola de samba e subi pela última vez até a sala de imprensa com o sol dando o ar da graça.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

o mês

Um livro: O gato diz adeus
Um filme: O Lobo de Wall Street
Outro: Afternoon Delight
Um peruano: Salsa Brava
Uma dancinha: A das Haim 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

bons links

Bem casados: Blair Waldorf e Seth Cohen: http://bit.ly/ObJgo8

Sex and The City 3 é uma possibilidade: http://bit.ly/MflkOX

22 adorable before and after pictures of animals growing up: http://bit.ly/1mbrZqH

A armadilha do "faça o que você ama": http://bit.ly/NcaSZg

Por que temos tanto problema em ficar sozinhos: http://bit.ly/1giEAnU


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Playlist: Songs of Girls

Um apanhadinho de algumas das mais belas canções que Lena Dunham e sua turma compartilharam conosco ao longo de três temporadas da it série favorita dos jovens fracassados. <3

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

it's all happening

Há mais ou menos duas semanas, quando completei meus três primeiros meses em uma redação de jornal, lembrei de um post que escrevi aqui em 2011, no epicentro de um daqueles ataques de nervos tão frequentes até ano passado. No texto eu disse que me mandaria um e-mail relatando meus dramas de universitária sem perspectiva de um futuro promissor na ingrata área que escolhi para pagar as minhas contas. A ideia era ou mostrar que eu sempre estive certa em relação a minha incapacidade profissional ou simplesmente dar risada do meu desespero preexistente.
Os tais dois anos de prazo mínimo que me dei já passaram e, bem, eu hoje na verdade lamento, porque nem cheguei a me mandar o tal e-mail. Mas se eu pudesse, tentava dar um jeito de avisar aquela jovem desesperada que cada coisa que tem seu tempo e que ela pode continuar fazendo exatamente tudo do jeito que vem fazendo porque o resultado uma hora chega.
Como dizia uma das frases de seu filme favorito, it's all happening.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

cinco filmes uruguaios

Sim, ele existe. Apesar de não ter tanta fama fora de suas fronteiras, o cinema uruguaio até conseguiu fazer algumas produções interessantes nos últimos anos, que só chegaram ao Brasil em cinemas de arte, cineclubes, esses lugares fabulosos frequentados por nove pessoas no total. Pois bem, já adianto que nenhum dos filmes abaixo eu recomendaria a troco de nada, mas dos uruguaios que assisti, foram os que mais me agradaram.
Queria poder incluir Além da Estrada, pero no és genuinamente uruguaio, e queria ter esperado até encontrar El Cuarto de Léo e Rincón de Darwin, mas provavelmente quando esse dia chegar – levando em consideração o tempo que já esperei – o blog não exista mais, a internet não exista mais e eu não exista mais, então vamos logo com isso.

Whisky
Desde que Jacobo perdeu a mãe, sua vida gira em torno da pequena fábrica de meias que administra em Montevidéu. Aos 60 anos, ele vive sozinho e seu maior contato com outra pessoa resume-se em uma relação de poucas palavras com uma funcionária da empresa, a Marta. Quando ele recebe a notícia de que seu irmão Hernan virá do Brasil para a cerimônia de um ano de falecimento da mãe, depois de duas décadas sem pisar no Uruguai, Jacobo bola um plano para parecer ter uma vida melhor do que a que vem levando. Ele chama Marta e faz um acordo: durante toda a estadia de Hernan na cidade, ela teria que fingir que é sua esposa.

O Banheiro do Papa
Quando os moradores de Melo, cidadezinha na fronteira do Uruguai com o Brasil, ficam sabendo que o Papa fará um discurso por lá, inicia-se o alvoroço. A região pobre, ocupada basicamente por barracos de madeira às margens de ruazinhas de terra, começa então a se preparar para a chegada do Pontífice. Na tentativa de faturar uma grana com o movimento que o evento atrairia, Beto, um contrabandista que vive com a mulher e filha numa casinha caindo aos pedaços, resolve construir um banheiro e cobrar pelo seu uso. Diferente dos vizinhos, que venderiam comida e lembrancinhas religiosas,  sua ideia soava genial, afinal, vontade de ir ao banheiro em algum momento todo mundo tem.


Gigante
Jara é segurança noturno de um grande um supermercado e seu trabalho consiste basicamente em passar horas numa salinha observando as imagens das câmeras instaladas em diversos pontos do prédio. Uma noite dessas, no meio de sua tediosa rotina, ele descobre Julia, uma faxineira que trabalha no mesmo turno para deixar tudo em ordem antes de o mercado abrir. Totalmente introvertido e incapaz de se relacionar com qualquer pessoa, Java cria uma obsessão por Julia. Além acompanhar a moça a noite inteira pelas câmeras, ele passa também segui-la durante sua folga.

Mau Dia Para Pescar
O picareta Príncipe Orsini leva a vida viajando por varias cidadezinhas da América Latina ao lado de um lutador alemão decadente, que outrora chegou a ser campeão. Basicamente o que ele faz é promover lutas combinadas: quem resistir ao alemão, ganha um prêmio de mil dólares, que obviamente não existe. Só que ao chegar a um povoado chamado Santa Maria, a dupla é surpreendida com a grande repercussão do evento, que recebe até patrocínio do jornal local. Quando um morador aparece disposto a lutar e vencer, acabando com a certeza de a aposta estar ganha, a situação se complica para Orsini.

25 Whatts
O trio de amigos adolescentes Leche, Seba e Javi tenta sobreviver ao tédio de um domingo em Montevidéu. Tudo se passa em 24 horas e o marasmo da vida dos rapazes acaba contagiando também quem assiste ao filme. Javi precisa dirigir um carro com alto-falante de publicidade, Leche precisa terminar seu exame de italiano, mas está com dificuldade de concentração devido a sua paixão pela professora, e Seba tenta alugar um filme pornô.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

bons links

Largue a praia e se aventure pelo Centro de Floripa: http://bit.ly/1eugVAe

Novo filme de Woody Allen vai se passar na Riviera Francesa: http://bit.ly/1altiMt

As confissões finais de Charles Manson, o mais infame psicopata vivo: http://bit.ly/KBXWdY

Girls - dividindo opiniões: http://bit.ly/1h8k4bs

Download: 50 discos brasileiros de 2013 gratuitos: http://bit.ly/1cji265  

Edward Sharp e o vídeo lindo mais triste dos últimos tempos: http://bit.ly/1fsXjkY

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

sutilezas ilustradas


 


Trabalho do Elvitines, also known as Téo Brito, que além de atualizar essa fan page aqui, que é nova, também é um dos idealizadores do Printerama, lojinha virtual de camisetas legaizérrimas com uma proposta bem diferente.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

uma coisa de cada vez

Ano passado finalmente me despertaram dois desejos que, na contramão de todas as pessoas da minha idade, eu ainda não tinha tido: tirar carteira de motorista e morar fora do Brasil. O lance da habilitação na verdade nem é exatamente um desejo profundo, não tenho carro e a realidade será esta até um futuro distante, só acho que estou ficando velha demais para não ter esse troço junto aos meus demais documentos.

Quando fiz 18 anos eu morava em Balneário Camboriú com minha irmã, enquanto meus pais ainda estavam em Santa Rosa. Quer dizer, além de euzinha não ter meu próprio carro, porque lá em casa não tinha i$$o de simplesmente ganhar um, tampouco havia o carro da família para eu dirigir, então nem me incomodei. Sem falar que tudo era tão perto naquela cidade que minhas pernas resolviam facilmente, para ir à faculdade o ônibus servia bem e a maioria dos estudantes vivia numa situação tipo a minha e não via muito problema nisso. Quando meus pais se mudaram e voltamos a viver todos juntos e felizes, eu já tinha um namorado com carro que me levava pra lá e pra cá. Lá estava eu com 20 anos e nenhuma necessidade ou mesmo vontade de dirigir carros alheios. Depois que vim de mala e cuia para a Ilha, achei que já tinha passado da hora de enfrentar essa deficiência.

Quanto a morar fora, meu foco foi quem me desviou dessa vontade desde a adolescência. Veja bem, quando eu tinha 15 anos eu só queria ir embora de Santa Rosa para o primeiro lugar possível. Aos 17 eu fui, e aí meu desejo era me tornar jornalista. Pra isso, precisei dedicar cinco anos ininterruptos de estudo. Não havia muito espaço para o american dream em minha cabecinha obstinada. Daí finalmente virei jornalista, arrumei um emprego na área, me entediei e começou a obsessão.

Fiz pesquisas, visitei agências de intercâmbio, falei com conhecidos que moravam em Dublin e Boston e concluí que seria financeiramente inviável em curto prazo. Me contentei em comprar uma passagem para Buenos Aires para uma curta viagem e na volta dela já estava com o emprego que eu andava cobiçando. Portanto, o american, british, german, spanish ou whatever dream ficou em stand by.

A novidade é que essa semana eu me matriculei na auto escola.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

bons links

Voltem para o armário - blogueiras de moda dão lugar ao lifestyle coxinha: http://migre.me/hhw9M

São nossas escolhas que nos fazem gordos, não o McDonald’s: http://migre.me/hjH8I

 Labelled the world's ugliest woman, Lizzie Velasquez knows God sees her true beauty: http://migre.me/hjIur

Gisele Bündchen aprendeu a falar inglês ouvindo Boyz II Men e Mariah Carrey: http://migre.me/hkDjf

Os bastidores da vida das princesas de contos de fadas: http://migre.me/hkN1c

30 Scientific Reasons Your 20s Are For Doing What You Want: http://migre.me/hlvxG

sábado, 4 de janeiro de 2014

Playlist: Latinidad

Algumas dessas eu já ouvia há bastante tempo, mas admito que a maioria só ganhou seu devido valor em meu coração gelado depois de eu decidir que voltaria a Baires e conheceria Montevidéu em algum momento deste 2014, no matter what. Um bom róque em español: