sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

uma coisa de cada vez

Ano passado finalmente me despertaram dois desejos que, na contramão de todas as pessoas da minha idade, eu ainda não tinha tido: tirar carteira de motorista e morar fora do Brasil. O lance da habilitação na verdade nem é exatamente um desejo profundo, não tenho carro e a realidade será esta até um futuro distante, só acho que estou ficando velha demais para não ter esse troço junto aos meus demais documentos.

Quando fiz 18 anos eu morava em Balneário Camboriú com minha irmã, enquanto meus pais ainda estavam em Santa Rosa. Quer dizer, além de euzinha não ter meu próprio carro, porque lá em casa não tinha i$$o de simplesmente ganhar um, tampouco havia o carro da família para eu dirigir, então nem me incomodei. Sem falar que tudo era tão perto naquela cidade que minhas pernas resolviam facilmente, para ir à faculdade o ônibus servia bem e a maioria dos estudantes vivia numa situação tipo a minha e não via muito problema nisso. Quando meus pais se mudaram e voltamos a viver todos juntos e felizes, eu já tinha um namorado com carro que me levava pra lá e pra cá. Lá estava eu com 20 anos e nenhuma necessidade ou mesmo vontade de dirigir carros alheios. Depois que vim de mala e cuia para a Ilha, achei que já tinha passado da hora de enfrentar essa deficiência.

Quanto a morar fora, meu foco foi quem me desviou dessa vontade desde a adolescência. Veja bem, quando eu tinha 15 anos eu só queria ir embora de Santa Rosa para o primeiro lugar possível. Aos 17 eu fui, e aí meu desejo era me tornar jornalista. Pra isso, precisei dedicar cinco anos ininterruptos de estudo. Não havia muito espaço para o american dream em minha cabecinha obstinada. Daí finalmente virei jornalista, arrumei um emprego na área, me entediei e começou a obsessão.

Fiz pesquisas, visitei agências de intercâmbio, falei com conhecidos que moravam em Dublin e Boston e concluí que seria financeiramente inviável em curto prazo. Me contentei em comprar uma passagem para Buenos Aires para uma curta viagem e na volta dela já estava com o emprego que eu andava cobiçando. Portanto, o american, british, german, spanish ou whatever dream ficou em stand by.

A novidade é que essa semana eu me matriculei na auto escola.

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