sexta-feira, 28 de outubro de 2011

as coisas estúpidas da solidão

Uma das coisas mais legais a respeito da solidão é poder escrever sobre ela. Não exatamente sobre a solidão, mas sobre um momento que você viveu sozinha ou pelo menos com gente que jamais vai ler seus escritos.
É quando você pode mentir descaradamente, transformar uma cena corriqueira em uma história bonita. Quando o maluco que esbarra em ti na esquina da loja de 1,99 se torna um homem sexy com a barba por fazer e a loja de 1,99 vira um sebo ou uma lojinha de patchwork.
Outra coisa que eu gosto a respeito da solidão é quando ela é opcional. Quando não é assim então ela não serve pra muita coisa. Faz a gente pensar em coisas estúpidas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

meu primeiro cupcake



São brigacakes e ok, ok, ficaram meio feiosos, não cresceram muito porque coloquei uns pedaços de chocolate grandes demais na massa (hêh) e esqueci de comprar forminhas bonitinhas de papel, mas até que não ficaram tão ruins. E eu provo! Olha a cara dela comendo tão feliz:

:)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

a toalha do baixista boliviano

Eu não sei exatamente o que me fez lembrar disso do nada ontem enquanto eu esperava o ônibus pra Itajaí. Vai ver eu estava compilando as maiores tragédias da minha existência, as que mais me fizeram chorar e querer matar pessoas. Não sei. Mas eu lembrei do dia em que minha mãe lavou a toalha suada do baixista do Cpm 22 que eu tinha.
Ela não entendeu nada daquele escândalo. Por que eu ia querer uma toalha suja e fedida na minha gaveta afinal, né?
Eu estava no auge dos meus 15 anos, tinha ido para a cidade vizinha com uma caravana assistir o show daquela que para mim era a melhor banda do mundo de todos os tempos. Não, não era Beatles, era Cpm 22 mesmo. E aí aquele baixista com cara de boliviano que recém tinha entrado na banda atirou para a plateia a toalha que ele secou a cara suada. E eu peguei. Eu e mais umas três adolescentes histéricas, mas o importante é que eu saí vitoriosa após todas elas acabarem desistindo do cabo de guerra. 
Voltei pra casa realizada com a toalha na mão, mostrando pra todo mundo a minha conquista, e em seguida guardando na gaveta do guarda roupa. Durante um tempo eu sempre ia lá dar uma olhada, uma cheiradinha, uma esfregada na cara. Eis que um dia passando pela lavanderia observei algo familiar na pilha de roupas para passar. 
Eu acho que ninguém nesse mundo pode imaginar o que eu senti. Peguei a toalha e comecei a chorar desesperadamente. Fiquei chorando por horas e horas como se minha vida nunca mais fosse voltar a ter sentido, até minha mãe chegar em casa e não encontrar mais meus olhos dentro da cara inchada e vermelha. Expliquei aos gritos o que ela tinha feito e a senhora lá, com aquela cara de injustiçada, ora essa, a toalha tava suja. Bem melhor ter uma toalha do baixista do Cpm 22 limpinha, não?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

rachando

Não que eu já não estivesse acostumada a me desfazer das coisas. Cidades, apartamentos, roupas, empregos, fotos no porta-retrato, cores de cabelo e também de pessoas.  Contra a minha vontade, por conta própria, por falta de opção ou simplesmente porque a vida seguiu seu rumo e se responsabilizou por deixar que algumas coisas ficassem pra trás, sem que necessariamente se abrisse um buraco na minha existência.
Mas na maior parte das vezes abre e demora pra fechar. E nesses casos você sabe exatamente quando vai acontecer, porque quando as rachaduras começam a ganhar forma, começa também a doer. E não adianta cola nem fita adesiva.