terça-feira, 31 de maio de 2011

sobre aquilo que nunca vem

Estava tendo uma conversa estranha com seu subconsciente enquanto comia meio sem vontade um hamburguer vegetariano. Na conversa, comentava sobre como a sua vida parecia uma eterna espera por algo que nunca acontecia. Sobre como dormia e acordava todos os dias pensando que em algum momento aquilo tudo iria finalmente mudar, que ficaria melhor dentro de instantes. Que teria uma paixão e que alimentaria ela todos os dias, que despertaria todas as manhãs - ou tardes, que seja - por causa dela. E sobre como há pouco mais de um ano caminhava por aquelas ruas que tanto detestava ouvindo uma música nos fones de ouvido, e a letra dela dizia que o amanhã devolveria os bons tempos.
E os amanhãs chegaram e se transformaram em ontens num piscar de olhos, sem que nada tenha efetivamente melhorado por mais de algumas semanas. Não que tenha feito muita coisa pra alguma coisa acontecer, mas sabe também que não há muito o que se possa fazer.

sábado, 28 de maio de 2011

hold me closer, tiny dancer

Uma das minhas cenas favoritas do meu filme favorito:

domingo, 22 de maio de 2011

"Você não viu nada. Vou te deixar tão mal acostumada a ponto de você não cogitar mais viver sem mim."

23/02/2011 - 23:40:50 - Porto Velho-RO

Ele bem disse que nessa vida acertou muito mais do que errou.

terça-feira, 17 de maio de 2011

quote

Meio bloquinho de post its mais tarde, encontrei nas últimas páginas do Gauleses Irredutíveis uma definição deveras apropriada para o termo Rock Gaúcho. Perfeita pra quem acha que ele não existe, e perfeita pra quem diz que ele é um gênero musical ou qualquer outro absurdo. Porque na verdade é muito simples. Com a palavra, Carlos Eduardo Miranda:

Isso é até uma coisa que as pessoas se equivocam, na verdade, O rock gaúcho é um rock feito no sul. Como é nome disso: rock gaúcho. O rock feito em São Paulo, como é que chama: rock paulista. O rock feito no brasil: rock brasileiro. É débil o cara achar que não existe o rock gaúcho. Agora, o Movimento do Rock Gaúcho... aí já é uma questão... burro quem diz que não existe. Estrategicamente e mercadologicamente, eu vou dizer que mais de uma vez eu já lutei por isso e apliquei esse nome. Se não falar que é um movimento do rock gaúcho, é uma banda que vai sobressair e outros vão tomar no cu.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ben, Nick e as pessoas

Foi ouvindo Claire's Ninth ou Your Dogs - não estou lembrada - do disco do Ben Folds com o Nick Hornby que eu lembrei por acaso de como diabos cheguei até ele. O Nick é claro que eu já conhecia e idolatrava. Ele é o dono do Rob Fleming, caralho. Mas o Ben Folds eu só tinha ouvido falar aqui e ali, Ben Folds Five, essa coisarada toda, oclinhos de aro grosso.
E aí entram as pessoas. Na verdade nem entram, só dão uma passadinha, uma espiadinha pra dentro e depois vão embora sem aparentemente deixar nada ali de lembrança. Aparentemente, eu digo, porque entre frases como "eu com calor só de olhar pra ti com esse casaco de pelos" e "de onde vieram essas tatuagens?" eu passei quase dois meses vasculhando pra saber, pra conhecer e pra tentar encontrar alguma coisa em comum. Não havia muitas, como previ, mas aí eu me apaixonei. Não pela pessoa, que fique claro. Primeiro pelo Modest Mouse, e mais tarde - bem mais tarde - pelo Ben Folds sentadinho em frente ao seu piano com seus oclinhos, cantando as letras de Nick Hornby.



O vídeo foi postado pela Spin há mais ou menos uma semana. Uma graça.

terça-feira, 10 de maio de 2011

fazendo as pazes com o Foals

Esse ano me entendi definitivamente com o Phoenix e com o Kasabian, agora chegou a vez do Foals:

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Parece uma ideia interessante, mas com o passar do tempo o "não pensar no futuro" se transforma em uma iminente espera pelo fim.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

mais que um sábado qualquer

"Tu puxa um?", me perguntou quando eu sequer havia notado a troca do cigarro normal por um baseado, que pelo tamanho já tinha sido acendido e apagado outras vezes. Daí entendi a razão do cheio forte de incenso quando entrei no apartamento térreo do prédio simples no Bom Fim. O apartamento tinha a cara dele. Dele e da mulher que procurava pela chave desesperadamente porque precisava sair.
Eu estava na sala, sentada em uma cadeira que fazia conjunto com uma mesa de jantar rústica no segundo ambiente. Caixas plásticas, tipo aquelas de supermercado, só que com a grafia do nome de uma das suas atuais bandas, estavam empilhadas próximas ao sofá de pezinhos.
Eu estava a menos de um metro de um dos meus ídolos de toda a vida, sem exageros. Um dos caras que estampam a capa de dois LPs perdidos no meio da minha singela coleção. Eu estava na sala da sua casa, rodeada por seus instrumentos musicais, um piano, um violão e um negócio estranho que não consegui identificar.
Enquanto dois cães enormes se divertiam entre si, correndo pelo apartamento, batendo nos moveis e fazendo sons assustadores, uma gatinha meio tímida emergiu de um corredor estreito. Diferente dos cachorros, que disputavam minha atenção a todo custo, se esfregando nas minhas pernas, a pequena felina ficou apenas me observando de longe.
Eu estava ali unicamente para que aquele homem fumando maconha na minha frente fosse com a minha cara. Talvez eu devesse ter aceitado o baseado. Eu também não queria tomar muito o seu tempo, queria mostrar que sabia de coisas que na verdade eu nem fazia ideia. Queria que ele me desse o aval pra seguir em frente.
Saí de lá quarenta minutos depois, com o aval nas entrelinhas, uns causos na cabeça e ainda três adesivos da tal banda das caixas empilhadas perto do sofá. E dei de cara com a Redenção.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Parece que todo o resto deu um jeito de se encaixar depois daquela efusiva exclamação feita por mim quando nossas bocas se afastaram. Eu estava olhando pra uma das pessoas mais incríveis que já cruzaram meu caminho, de alguma forma eu sabia disso. E eu sequer tinha ouvido pra valer aquela risada deliciosa ou provado seus dotes culinários. Não tinha acordado com aquele sorriso a centímetros do meu rosto, nem tinha presenciado os surtos de nervosismo ou a seriedade repentina. Ele não tinha nem trocado definitivamente o meu nome pelo mesmo adjetivo carinhoso em todas as sentenças.
Agora a minha vida tem mais de um sentido e grande parte do meu esforço é voltado pra fazer alguém ser tão feliz quanto eu. O coração continua meio louco quando chega o dia de matar a saudade, não importa quanto tempo tenha passado. Hoje eu tenho alguns motivos a mais pra desejar que a semana passe voando e um milhão de novos motivos pra agradecer a mim mesma todos os dias por ter feito outra coisa importante por mim: tê-lo encontrado.

Que hoje Saturno retorne pra te dizer que está tudo certo e que vai ficar ainda melhor.