quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

retrospectiva

Lembro daquela porcaria de virada de ano como se fosse hoje. Os 15 entediantes minutos de fogos na Ilha das Cabras, aquela gente feia se aglomerando como se aquilo fosse um grande acontecimento, e uma tentativa frustrada de ir a um bar que supostamente abriria naquela noite. Aí eu pensei pronto, 2010 vai ser uma grande merda, melhor morrer agora. Mas daí no mês seguinte as estradas catarinenses começaram a ficar pequenas para o velho gol prata. E o meu bolso começou a ficar vazio com tantos shows e meu coração começou a transbordar de tanta alegria.
Viagens. Todos os tipos de viagens. Em 2010 me tornei uma viajante. Só não viajei no tempo, mas foda-se, quem sabe em 2011.
Eu fiz tanta coisa neste ano que agora vai embora assim, sem mais nem menos. Eu estive em várias cidades diferentes em um mesmo fim de semana. Eu estive em Porto Alegre, em Santa Maria, estive milhares de vezes em Florianópolis e em Joinville, e uma penca de vezes em Bombinhas sob efeitos que Ken Kesey entenderia. Eu estive na estrada durante três madrugadas seguidas com pessoas insanas. Estive em Jaraguá do Sul, em Blumenau, em Itapema, em São Bento do Sul, em Rio do Sul. Fiz tantas bobagens que me deixaram moralmente abalada, mas que hoje já são capazes de me fazer rir. Acordei com os sapatos molhados e sujos de areia sem lembrar o que tinha acontecido na noite anterior. Conheci um milhão de pessoas que eu quero que fiquem pra sempre na minha vida. Metade talvez eu só veja esporadicamente daqui a alguns anos. Eu mudei de estágio, terminei um longo relacionamento e achei a vida uma merda com muito menos frequência do que em 2009.
E ainda deu tempo de assistir zilhares de filmes, ler uma boa quantidade de livros e conhecer uma porrada de bandas. Fiz minhas primeiras reportagens importantes e o jornalismo provou ser a melhor coisa que o meu futuro pode esperar. Usei salto alto depois de vários anos e passei a usar óculos. Ah, eu também perdi o show do Paul McCartney e vou me martirizar por isso até eu completar 80 anos e finalmente esquecer quem foi este homem.
E 2011 vai ser tão mais intenso que tenho medo de pensar a respeito. As primeiras horas dele serão em Florianópolis. Não tem como terminar mal.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os melhores discos internacionais de 2010

5 - Wampire Weekend - Contra
4 - We Are Scientists - Barbara
3 - Yeasayer - Odd Blood
2 - Spoon - Transference
1 - Arcade Fire- The Suburbs





quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os melhores clipes internacionais de 2010

5 - Vampire Weekend - Giving Up the Gun



4 - Two Door Cinema Club - Come Back Home



3 - We are Scientists - I Don't Bite



2 - Arcade Fire- The Suburbs



1- Ok Go - End Love

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Os melhores discos nacionais de 2010

10 - Cartolas - Quase Certeza Absoluta
9 - Do amor
8 - Marujo Cogumelo - Jardim das Américas
7 - Valentinos - Avante
6 - Gulivers - Em Boas Mãos
5 - Holger - Sunga
4 - Sabonetes
3 - Apanhador Só
2 - Variantes - Com Prazer
1 - Superguidis

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

a cidade inteira esperou por chegar a sexta-feira

Pouco mais de dois meses atrás, quando o Melão entrou em contato comigo para confabularmos algo sobre conseguir shows pro Cartolas em Santa Catarina, eu nem esperava que fosse dar certo. E quase não deu. Os lugares mais óbvios para um show desse porte prontamente fecharam suas portas em nossas caras. Mas eis que em uma cidade pouco óbvia, um lugar brilhante se prontificou a recebê-los. Não só os Cartolas como a Torneiras e a Dinossauro. Foi aí que o menos óbvio se tornou incrível.
A nossa van Torneiras & amigos chegou em São Bento do Sul bem depois do horário marcado, mas segundo o Saul, excelente pessoa por trás daquele show, disse que tudo bem, não havia chegado ninguém ainda. Deu tempo de jogar fliperama, sinuca e dardos, tudo grátis lá na Public House, enquanto bebíamos Heineken por uma bagatela de quatro pilas. Se isso tudo já não fosse bonito o suficiente, era pra ter visto então o povo de São Bento representando. Deram seus primeiros pulinhos no show da Torneiras, que abriu a noite, e se acabaram de vez no show dos Cartolas. Pena que mal sobrou energia pros guris da Dinossauro, que vinham de um show em Joinville pra fechar a esbórnia.
Justificar




domingo, 19 de dezembro de 2010

Os melhores clipes nacionais de 2010

5 - Cartolas - Partido em Franja


4 - Gulivers - Ausente


3 - Holger - Let'em shine bellow


2 - Sabonetes - Hotel


1 - Mombojó - Papapa

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

notívagos

Eu o conheci naquele bar apinhado de gente, num show que já carregava a palavra especial escancarada em seu título. Era um sábado, eu já perambulava por lá na noite anterior, mas o lugar parecia completamente diferente naquele dia. Sexta-feira havia cadeiras de sobra para quantas pessoas quisessem nos fazer companhia na mesa - e até vieram algumas. Mas no dia seguinte era preciso lutar por um espaço que coubesse meu corpo e uma garrafa de vidro de 600 ml.
Várias dessas garrafas mais tarde, fui avisada de que ele estava lá. A princípio não significou tanto, mas estiquei meu pescoço para observar aquela figura ao vivo. Eu já era naturalmente encantada por suas palavras grifadas em laranja, já era atraída por suas opiniões, era como se nos conhecêssemos há meses. Eu o conhecia. E foi exatamente o que eu disse quando fomos apresentados. Culpa das garrafas de 600 ml que eu havia secado antes e durante o tal show especial. Abri meu coração para falar sobre toda a minha admiração enquanto ele ouvia atento e cultivava um meio sorriso nos lábios.
- Fico feliz de ouvir isso.
Eu fico feliz só por estar nesse metro quadrado, pensei. E eu nem sonhava com o que viria a seguir.
O dia começava a dar seus primeiros sinais de que iria amanhecer. As ruas ainda estavam movimentadas, os bares ainda contavam com seus empedernidos bebuns da madrugada e eu continuava me encantando com aquele jeito engraçado de falar, com aqueles cachinhos em perfeito contraste com o rosto de menino que está mais próximo dos 30 do que se pode imaginar. Tudo o que ele dizia fazia tanto sentido que parecia onírico. Mas eu estava realmente pulando de esquina em esquina na capital mais inspiradora da nação em sua companhia.
Naquele bar com nome de pintor expressionista ele pegou a minha mão e cruzou com a dele. Parecia que estava só testando como nossas mãos ficavam juntas. E depois fez o mesmo com os meus braços enquanto ouvíamos Libertines no sofá daquele apartamento onde latas vazias de cerveja dividiam espaço com quadros dos Beatles & carreiras de cocaína.
Quando o sol já trepidava no horizonte e os pássaros há horas faziam seu trabalho naquele bonito bairro com nome de jardim, nos despedimos, sem que nada além de mãos e braços se cruzassem.
Desde então ele não passou um dia sequer longe dos meus devaneios.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Figuras Notáveis: Charles Bukowski

Famoso por sua linguagem obscena e por seu íntimo envolvimento com altas doses alcoólicas, Charles Bukowski é um dos principais escritores contemporâneos dos Estados Unidos. Sua infância difícil foi marcada pelo complicado e violento relacionamento com o pai e pela freqüente exclusão das outras crianças na escola.
Para tornar sua vida um pouco menos trágica, quando cresceu, Bukowski procurou dar um sentido a sua vida através dos livros e das garrafas de bebida. Devido aos problemas com o álcool, acabou tendo diversos empregos temporários e não chegou a concluir a faculdade de jornalismo.
Nascido em 16 de agosto de 1920 na Alemanha, Bukowski começou a escrever suas primeiras poesias quando tinha apenas 15 anos. Porém, seu primeiro livro foi lançado só 20 anos depois.
A vida inteira o escritor sonhou em ser reconhecido pelos seus contos e poesias, mas foi apenas nos anos 80 que Bukowksi pode desfrutar de sua fama. Ele então passou a ser considerado uma celebridade e obteve seu espaço na literatura contemporânea dos Estados Unidos.
Bukowski já escreveu mais de 50 livros, entre romances e publicações de contos e poesias. Um de seus contos mais famosos é “A mulher mais linda da cidade”, lançado no Brasil em uma compilação com outros contos de sua autoria.
Em seus contos e romances, quase sempre autobiográficos, são encontradas histórias de gente comum. De quem não se acha culto o suficiente para ser alguém na vida. De quem mal tem dinheiro para pagar o aluguel e está sempre atrás de um emprego qualquer.
O escritor dizia que beber era algo emocional, que fazia você sair da rotina do dia-a-dia. Era como um suicídio em que depois você poderia voltar à vida. Seu descontentamento com a maioria das pessoas, o sentimento de solidão, o ódio e até mesmo o amor, tornaram Bukowski conhecido como “O velho safado”. De todas as gerações que acompanharam suas obras, ele ganhou o apelido de “o velho Buk”.
Charles Bukowski morreu de leucemia em março de 1994, aos 73 anos. Um ano depois, seu último livro, “Pulp”, foi lançado no Brasil e tornou-se uma de suas obras mais conhecidas e cultuadas.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

I've been standing at the station

- Hum. É sagitariana também. - Ele disse depois de eu responder pela segunda ou terceira vez a sua pergunta sobre a minha idade. Nossos aniversários estavam próximos. Primeiro o dele, depois o meu. Tínhamos uma simpática diferença de 5 anos. Dizem que é a diferença ideal, mas eu nem tinha parado pra pensar nisso. Havia coisas mais importantes para me eu preocupar, e a primeira delas era que eu não deveria estar fazendo aquilo. Muito menos estar fazendo aquilo com ele. E eu conseguia enxergar no fundo daqueles olhos castanhos - seus olhos sempre falaram muito mais do que a boca - que ele também sabia que não deveria estar fazendo aquilo. Mas pelo menos era comigo.
No dia anterior, quando no meio da nossa despretensiosa conversa na porta daquele lugar decrépito ele me revelou um inesperado detalhe, eu prometi pra mim o meu auto controle. Na mesma noite eu me mantive ocupada com outras coisas que deveriam ter me mantido ocupada também nas próximas. Mas eis que entre algumas brincadeiras bobas nós perdemos completamente a razão. E quando eu me dei por conta, a minha única vontade era ter aqueles emblemáticos olhos voltados para mim até o fim dos meus dias.
A mutua sensação de estarmos fazendo coisas erradas não parecia querer impedir que nossos corpos permanecessem próximos até o último segundo daquela aventura maluca. Embora por um momento ele até tenha tentado impor restrições, de nada adiantou, e horas mais tarde estávamos caminhando juntos em direção à chuva.
O dia começava a amanhecer, os efeitos da bebida já tinham ido embora e a minha maquiagem ficava ainda mais borrada com ajuda dos pingos que caiam do céu. Era a melhor sensação que eu tive em semanas. Eu queria tirar ele dali, levar pra minha casa, abraçá-lo ainda mais forte e guardá-lo pra mim. Eu não queria deixar ele ir. Eu poderia ficar olhando para aquele rosto cansado e sonolento durante horas seguidas. Poderia passar dias sentido seu perfume e cederia meu colo para que ele pudesse encostar a cabeça por toda a eternidade.
A ideia de que aquilo jamais voltaria a acontecer brigava dentro de mim com outras estranhas sensações. Era um acerto em meio a muitos erros.
Hoje ainda posso ouvir sua voz nos meus headphones enquanto cumpro a promessa de deixá-lo em paz.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os melhores do ano

E aí, já pode começar com as listas de 2010?
Alguém vai lançar alguma coisa ainda?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vejam que dia mais interessante

No dia 8 de dezembro de 1894, nascia Florbela Espanca
No dia 8 de dezembro de 1930, Florbela Espanca morria
No dia 8 de dezembro de 1943, nascia Jim Morrison
No dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon era assassinado por Mark David Chapman
No dia 8 de dezembro de 1989, nascia um bebê molengo, feioso e meio avermelhado, que recebeu o nome Juliete Lunkes


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

o quanto eu pensei em você

Entre todos os erros que não me perdoo por ter cometido, desperdiçar meu tempo longe daquele rosto perfeito é o que mais tem me atormentado. Depois de sentir o sabor de lábios que pareciam ter sido feitos para se misturarem aos meus e depois de ouvir aquela voz doce próxima dos meus ouvidos, eu jamais deveria ter desperdiçado o dia seguinte, e o próximo, e os que poderiam vir em outra oportunidade não fosse eu estragar tudo com a minha falta de noção.
Só que o dia seguinte amanheceu diferente, meu coração ficou apertado. Passar aqueles minutos envolta por seus confortáveis braços havia feito outra vítima. Mas eu estremeci quando vi aqueles olhos - os mais belos que eu tenho em memória - no dia seguinte em uma parada no meio de uma rodovia qualquer. E eu o abracei como se não tivesse sentindo nada daquilo, apenas esperei aquele par de olhos me fitar de forma diferente, para que então eu pudesse demonstrar o meu desejo de, dessa vez, não perder meu tempo dormindo com a cabeça encostada em seu ombro. E continuei esperando durante horas, até que uma brincadeira estúpida enquanto sua ausência se fazia presente, pôs tudo a perder. E eu continuei brincando durante todo o tempo que seguiu, fazendo vítimas e me tornando vítima da minha própria brincadeira de mau gosto.
E naqueles últimos instantes, quando todos já estávamos cansados e trôpegos, ele parecia ainda mais lindo, e ainda mais doce. Mas eu tinha escolhido estar em outro lugar, como ele mesmo fez questão de me lembrar com sua voz suave e seu jeito brincalhão e compreensivo de falar. "Se eu estivesse aí, não seria assim". Não seria mesmo, e eu tive vontade de gritar isso e deixar o eco ressoar pelo saguão.
Hoje, quando ouvi sua voz novamente, senti um frio percorrendo a minha espinha, uma vontade latente de voltar no tempo e consertar a minha estupidez. As palavras saiam trepidantes de minha boca e suas respostas voltavam tão nítidas como se estivéssemos novamente dividindo o mesmo banco de trás. Mas a realidade nada mais é do que a triste frase que abre aquela música que eu o vi cantar tantas vezes.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Além do Sul p. 2 - Vamos para Brasília?

Depois da pequena viagem para o Rio de Janeiro, onde nos divertimos com Os Azuis e curtimos a vibe psicodélica do Supercordas, hoje o destino é Brasília. As duas bandas eu escolhi trazem uma proposta primordial: divertir pra caralho. Apesar de possuírem sonoridades completamente distintas, no fim a intenção de ambas acaba sendo a mesma.
A primeira delas dispensa maiores apresentações: Móveis Coloniais de Acaju



Eu até entendo alguém chegar e dizer que não curte Móveis. Mas dizer que não vê graça na banda não dá. Não é humanamente possível alguém ouvir, e principalmente ver, o Móveis Coloniais de Acaju tocando seja lá onde for e não entrar totalmente na onda alegre e saltitante, batendo o pezinho e balançando a cabecinha. E o mais legal é que eles não estão aí só com o intuito de divertir os outros. Num show do Móveis no mínimo 10 pessoas vão se divertir. Nem que todas elas estejam em cima do palco empunhando trompete, trombone, sax, guitarra, baixo, flauta transversal...

A segunda banda possui um nome quase autobiográfico: Sapatos Bicolores



Rockabilly, jovem guarda, blues, folk, iêiêiê ou apenas rock'n'roll. Digam o que quiserem ou simplesmente misturem tudo, só sei que é pra dançar. O trio de Brasília, além de ostentar belos penteados, é também dono de um senso de humor incrível. O clipe acima é um caso raro de gracejo que não caiu no ridículo. Os Sapatos Bicolores já têm dois discos lançados, cheios de músicas pra dançar junto, pra dançar separado, pra ouvir antes de tirar a garota de saia rodada para dançar ou pra lamentar ela ter te trocado pelo cara de suíças bem desenhadas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

We are here because of the music

Quatro dias, quatro shows, quatro cidades. Centenas de quilômetros rodados, incontáveis litros de cerveja, ressaca física, ressaca moral, milhares de histórias e saudade que não cabe no peito. É muita crueldade comigo mesma escrever alguma coisa que possa resumir esses quatro dias da tour Efervescentes&Helvéticos. Então eu fico por aqui e vocês ficam com imagens.


Balneário Camboriú

Rio do Sul

Rio do Sul

Blumenau

Joinville

Joinville

Mais fotos no meu flickr.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amanhã tem róque

Muito bem, cidadãos de Balneário Camboriú. Talvez essa seja a última tentativa de música boa nessa cidade. Então faça o seguinte: junta teus trocados até formar 7 reais, levanta a bunda dessa cadeira e vá até o Ooby Dooby (Atlântica, 2554) amanhã às 22 horas ver os Efervescentes.
Sei que muita gente já tentou trazer coisas legais pra cá - o Válvula, o Rafael Weiss -, e algumas coisas aos trancos e barrancos até deram certo. Mas ainda dói no meu coração quando lembro de um show do Superguidis, em um longínquo 2008, no JB Pub - acho até que na época ele ainda se chamava John Bull. Se muito não me engano, o show foi obra do próprio Rafael Weiss. E sabe por que dói no meu coração? Porque naquele lugar havia meia dúzia de gato pingado escorado nas paredes e no balcão do bar tentando entender quem era aquela banda. Eu simplesmente não podia acreditar naquilo. Porra, SUPERGUIDIS, meu irmão, Superguidis! Como uma das melhores bandas deste país (e isso não é mera opinião estapafurdia minha, vide algumas das melhores publicações brasileiras sobre música) toca em Balneário Camboriú e NINGUÉM sabe do que se trata? Depois disso, o responsável por trazê-los nunca mais se arriscou dessa maneira. E olha, eu não arriscaria também. Aliás, acho que fugiria pra bem longe daqui.
Pois agora quem tomou uma bela iniciativa foi o Cainã, dos Helvéticos, organizando uma tour muito afudê. São os Helvéticos + Os Efervescentes fazendo shows em quatro cidades diferentes de Santa Catarina. Amanhã, dia 25 é em Balneário Camboriú. Na sexta, dia 26, em Rio do Sul. Sábado, 27, é a vez de Blumenau, e domingo, dia 28, acontece o derradeiro show em Joinville.
É a hora de fazer o litoral, o vale, o alto vale e o norte de Santa Catarina entrarem de vez na rota deste grande subsolo do rock nacional.
Vamos?

domingo, 21 de novembro de 2010

O blog de moda mais legal do mundo

Foi minha irmã quem me mostrou semana passada. O Lost in the 60's é uma incrível fonte de inspiração e também de informação útil - e não apenas fútil, como 99% dos blogs fashionistas deste planeta em translação - sobre a moda e o comportamento das divas da década de 60. Não é brilhante? E o mais interessante disso tudo é que da pra entender de onde as nossas principais fontes de inspiração fashion tiram a sua própria inspiração. Kate Moss que não me deixa mentir.
Além de belas fotos das maravilhosas Mia Farrow, Jane Birkin, Twiggy, Brigitte Bardot (e muitas, muitas outras) e das historinhas e causos (contados em inglês), rolam também várias ideias de como adaptar certos looks sessentistas para a atualidade.



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Clipe: Arcade Fire - The Suburbs

Podia muito bem ser um filme com uma trilha sonora fantástica, mas é um clipe. Adolescentes sendo adolescentes, fazendo arruaça com suas bicicletas entre as casas suburbanas e um final meio perturbador. A direção é do brilhante Spike Jonze, que já dirigiu uma penca clipes, como o clássico Sabotage dos Beastie Boys e o pitoresco (e perturbador) Shady Lane do Pavement, além de vários filmes, entre eles Quero ser John Malkovich, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Paul Goes Indie!

Depois de eu ter acesso a alguns vídeos bem produzidinhos de grandiosíssimas bandas portoalegrenses tocando músicas do Paul McCartney, só fui saber ontem o real objetivo disso tudo. Trata-se de uma coletânea criada pelo site Rock'n'Beats, em que 21 bandas brasileiras gravaram músicas do Macca - desde o tempo dos Beatles até canções de sua carreira solo, passando por um icônico single gravado por Paul e Michael Jackson. Entre as bandas participantes do projeto estão os Sabonetes, os Valentinos, Wannabe Jalva, Cartolas, Apanhador Só e Vivendo do Ócio. No Move That Jukebox duas faixas já foram divulgadas.
E o mais legal de tudo isso é que essa capa incrível é criação do queridíssimo @teobrito
Mais informações estão sempre pipocando no twitter na tag #paulgoesindie

UPDATE: A coletânea já está disponível na íntegra para download no Rock'n'beats! Alguns vídeos (aqueles que falei no início do post) estão lá também. Não perde isso, pelo amor de Deus.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Clipe: Beady Eye - Bring the Light

Daí a gente acorda do feriado e o clipe do Beady Eye está nos esperando. A vida pode ser justa às vezes, afinal.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O prazer foi nosso

Poucas coisas me entusiasmam mais em um show de rock do que a vontade de tocar demonstrada pelos músicos em cima do palco. Variantes é um power trio, mas em momento algum o palco do Bovary, ontem em Joinville, pareceu grande demais para eles. Gustavo, André e um enlouquecido Willian faziam questão de deixar claro durante cada segundo daquele show que para eles era maravilhoso estar ali, e se dedicaram ao máximo para cada pessoa presente sair satisfeita com o que viu - não que para isso eles precisassem se esforçar muito.
Desde a primeira vez que eu ouvi o disco novo dos Variantes até a quadragésima sétima, eu me apaixonei milhares de vezes por todas as músicas, por cada melodia, cada refrão. Refrãos desses que dá vontade de cantar com os olhos fechados e braços esticados para cima. E era mais ou menos desse jeito que o Gustavo transmitia suas músicas de cima daquele palco. A presença de cada um deles era tão imponente, tão forte e entusiasmante que aquele parecia o último show da vida de todo mundo que estava lá, da vida deles e das nossas.
No fim do show eu decidi comprar o disco, dessa vez não simplesmente porque eu queria valorizar o trabalho de uma banda que se dedicou pra compor e gravar as músicas que eu havia baixado algumas semanas antes, mas também porque é um disco tão, mas tão sensacional, que eu precisava encostar, não apenas ouvir. Queria pegar na mão, folhear o encarte e depois deixar guardadinho na minha estante.
Então eu fui até eles e antes que eu pudesse abrir a boca para dizer que queria comprar o CD, o Gustavo virou para a caixa cheia de discos, pegou um e esticou o braço em minha direção.
- Eu vou ter que te dar um. Tu roqueou muito no show.
Honestamente nem tinha passado pela minha cabeça que ele poderia ter notado a minha presença ali, no canto direito do palco, cantando junto, impressionada com o que estava acontecendo na minha frente. Ele não só percebeu como achou que precisava retribuir, quando na verdade era eu quem queria retribuir, comprando o disco. Mas assim foi, e não importava quantas vezes eu agradecesse ao Gustavo, jamais seria suficiente. Menos de dez minutos depois ele ainda foi até a mesa onde eu estava com os meus amigos e perguntou se eu não queria que eles assinassem o encarte.
Eu vou a muitos shows, conheço muitas bandas, trabalho com algumas e já me tornei amiga de boa parte das que eu mais admirava, mas com nenhuma delas a minha relação começou desse jeito. Então eu percebi que o trabalho dos Variantes - aquele que começa no processo de composição das músicas - não termina quando eles descem do palco. Não termina nunca.



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sabonetes - Hotel



Saiu ontem! Eu tô emocionada aqui, juro.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ok Go faz torradas

Pera lá, eu sei que quando o Ok Go lança clipe o povo se ouriça pra ver, porque é sempre alguma coisa absolutamente brilhante, engraçada e bizarra. Não dá pra dizer que esse não é brilhante e até um tanto bizarro, mas não tem nada daquela coisarada que eles nos acostumaram a ver. A música lenta também não permite muita coisa, e o clipe foi feito em parceria com a Sansung e uma nova câmera lançada pela marca. Vê aí o que acontece com as torradinhas:

domingo, 7 de novembro de 2010

Além do Sul - pt. 1

Tudo bem, eu admito que sou um pouco bairrista, principalmente em relação ao rock, e estufo o peito para dizer que a maior e melhor aglomeração de boas bandas está ou veio do Sul. Eu ainda acredito piamente nisso, o que não quer dizer que não possa admitir também que há bandas assustadoramente boas espalhadas ou oriundas de todos os cantos deste país.
Hoje vamos para o Rio de Janeiro. Mas, veja bem, não se trata de apresentar bandas novas, mesmo porque elas não são e já foram devidamente apresentadas há um bom tempo pela mídia segmentada.

Os Azuis

Além do clipe totalmente excelente, puta que pariu, escuta essa música. Não há nada mais simples, puro e honesto que possa ficar mais sensacional que esta canção de letra totalmente boba que não te deixa ficar parado. Aliás, tem outra música deles que eu acho particularmente muito melhor, a Coração de pedra blues, mas eu não poderia ignorar o brilhantismo desse clipe. Mas é preciso entender que o lance com Os Azuis é se divertir, e, olha, já tá de bom tamanho.

Supercordas

Puta que me pariu, é quase uma injeção de ácido. E não é só esse clipe e essa música, meus caros. Pra se ter uma ideia, outra canção do quinteto chama-se Meu vidrinho de fluídos oníricos. Em uma definição abobalhada posso dizer que pra mim soa algo como Flaming Lips meets Syd Barrett (ou Aldous Huxley?). Os Supercordas já tocaram em trocentas cidades espalhadas pelo sul, sudeste e nordeste, estão na lida desde 2003, já fizeram show com a Fernanda Takai e tu provavelmente já ouvi falar deles.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Momento Rob Fleming

Top 5 melhores bandas da década de 90:

1 - Oasis
2 - Supergrass
3 - Blur
4 - Modest Mouse
5 - Pavement

Com link para os vídeos mais deliciosos de cada banda.

sábado, 30 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 4

Apanhador Só na Redenção:



O mais lindo disso tudo é que eu estava lá, observando meio que de longe, e mesmo demorando um tempão pra encontrá-los na Redenção, ainda deu pra ver as últimas músicas e ficar ainda mais impressionada com essa banda incrível. Incrível. Não há outra palavra pra defini-los. Inefável.
Eu conheci o Apanhador Só faz alguns meses. É um som tão genial que vai te seduzindo devagar, não te pega de primeira, embora te deixe impressionado já nessas circunstâncias. E eu fui ouvindo aos poucos, primeiro em casa, depois diariamente nos meus fones de ouvido enquanto ia pro trabalho. Mas nunca tinha visto eles tocarem, nem em vídeo, nem nada. Nem sabia que cara tinham os integrantes. A voz do Alexandre Kumpinski já encantava até a ultima extremidade do meu corpo e eu só queria ouvir, e ouvir, e continuar só ouvindo todos os dias. Até que, inesperadamente, no meio da intensa euforia da madrugada de sábado em Porto Alegre, o querido Titi deixou escapar que eles tocariam na Redenção no domingo à tarde.
E lá estava eu, horas depois, um tanto letárgica pela ressaca e por ter dormido tão pouco na "noite" anterior, mas encantada. Aqueles quatro guris sentadinhos na grama da Redenção, em um pocket show totalmente íntimo, eram capazes de encantar qualquer bêbado, criança ou mãe de família que cruzava a praça.
Quando eu os encontrei faltava umas quatro músicas pra acabar e, com receio de me aproximar das pessoas tão confortalvemente sentadas sobre cangas em frente aos quatro, fiquei observando de longe. E então eu pude ver a cara que eles tinham.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Figuras Notáveis: Tony Wilson

Anthony Howard Wilson, mais conhecido como Tony Wilson, é uma grande lenda por trás de algumas das bandas mais importantes da história do rock’n’roll. Ele foi jornalista e também um grande empresário do ramo musical. Apresentou diversos programas de música e noticiários na televisão e foi o fundador do selo Factory Records, que lançou discos das bandas Joy Division, New Order e Happy Mondays.
Tony Wilson foi um dos grandes responsáveis pelo surgimento do estilo conhecido como pós-punk. Ele também viu de perto o sucesso de uma das bandas mais importantes do punk inglês, o Sex Pistols. Wilson foi uma das 42 pessoas da pequena plateia que assistiu ao show da lendária banda punk em Manchester, em 1976.
Amante inveterado da música, Tony também acompanhou o crescimento e a curta carreira da banda inglesa Joy Division, encerrada com a morte do vocalista Ian Curtis. Em seguida, junto com os antigos membros, deu vida a um novo grupo, o New Order.
Se cidade de Manchester, na Inglaterra, está entre os principais berços do rock, grande parte desta responsabilidade é de Tony Wilson e de sua Factory Records. Entre as principais bandas que nasceram na cidade, três delas estouraram no mundo graças a Wilson: o Joy Division, o New Order e o Happy Mondays. Tony Wilson também fundou em 1981 a Hacienda, uma casa noturna que se tornou reduto para outras famosas bandas de Manchester, como os Smiths, o Stone Roses e o Oasis. Foi no Hacienda também que a cantora Madonna fez o seu primeiro show no Reino Unido.
O filme “24 Hour Party People”, lançado no Brasil em 2003 sob o título de “A festa nunca termina”, retrata com detalhes a vida do empresário. O longa é narrado e protagonizado por Tony Wilson, que é vivido pelo comediante Steve Coogan. A história começa em 1976 e termina no começo dos anos 90, contando de forma divertida a cena roqueira de Manchester e principalmente da Factory.
No dia 10 de agosto de 2007, Tony Wilson, morreu de câncer, aos 57 anos. Diagnosticado com outras doenças além do câncer já em 2006, alguns amigos e integrantes da Happy Mondays criaram um fundo para ajudar a pagar o tratamento de Wilson. Mas o tratamento não fez efeito e o empresário acabou morrendo no hospital Christie, em Manchester.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 3

The after Party
Foi lá que eu deixei meu coração. Eu já havia conhecido e reencontrado pessoas que ostentam grande significado pra mim na sexta-feira, mas foi no sábado que eu fiquei atônita. Após o show dos Valentinos, começou aos poucos o processo de esvaziamento do Dr. Jekyll, embora a discotecagem estivesse ótima. Minha vontade de ir embora era nula, então pessoas que eu admirava de longe, que já faziam parte da minha vida sem sequer saber disso, se aproximaram. Entraram de fininho na conversa que eu estava tendo com seu amigo - meu conhecido. E me devolveram esperança na humanidade.
Eu tinha pra mim que deveria mesmo ser impossível eu passar anos ouvindo determinadas bandas, assistindo determinados filmes e criando opiniões sobre uma caralhada de coisas pra de repente não ter ninguém para conversar a respeito. E de repente eu estava lá, ouvindo, falando rindo, concordando, e concordando mais uma vez, e trocando ideias e novamente concordando. Nos bancos do bar do Jekyll. Na mesinha do bar kitsch Van Gogh. No sofá de um apartamento decorado com quadros dos Beatles ao som de Libertines.
Era isso. Eu sabia que isso tinha que existir. Só não esperava que fosse debater sobre qual era o melhor disco da última década com alguém que eu já considerava meu ídolo meses antes. E o melhor, acabarmos no mesmo veredicto. A vida pode ter suas partes boas afinal, e talvez existam mesmo pessoas que tu possa deixar entrar na tua vida e ficar por lá em definitivo.
O sol já estava alto e forte lá fora quando resolvemos voltar ao hotel, maquiagem vencida, roupas não condizentes com um domingo de manhã e uma indescritível sensação de fazer parte de alguma coisa.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Teaser: Hotel - Sabonetes

Não que algo ainda me surpreenda vindo dos Sabonetes, mas vê aí o teaser sensacional do novo clipe que vai ser lançado dia 11 de novembro:

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 2

O show dos Valentinos no Dr. Jekyll
Assim como eles anunciavam há pouco mais de um mês, foi mesmo um show especial. Se em Santa Maria eu estava out demais para poder me lembrar de todas as músicas tocadas - mesmo não tendo sido muitas -, dessa vez eu tentei maneirar e não consigo me lembrar de ter faltado alguma música do disco. E mais músicas antigas que ninguém conhece. E música nova. E participação do grande Pedro Metz, da Pública. E Supergrass. E Oasis.
Vendo aquilo tudo, aquele baita show, com direito a luzinhas no palco, eu fiquei pensando sobre a birra que parte de Porto Alegre tem com eles.
- Se eu quero ouvir Oasis eu ouço Oasis. - Dizem.
Em lugar nenhum eu vi o Jonts dizer que, quando montou os Valentinos já com uma pilha de musiquinhas prontas, seu objetivo era ser inovador. Tampouco original. Aliás, já li por aí palavras do próprio que assumiam exatamente o contrário. Não tem seu mérito?
Proprietário de uma das vozes mais elegantes do rock portoalegrense desses últimos anos, o rapaz de 23 anos cumpre seu papel sem se importar muito se um seleto grupo que preza a inovação no rock acha que ele quer ser os dois irmãos Gallagher juntos. Afinal, tanta gente quer ser tanta coisa mesmo.
O lance é que é preciso ver aquele gurizão, numa sincronia perfeita com o guitarrista Foppa, cantando com a voz, com o coração, com os olhos, pulmões e sabe se lá o que mais ele entregava para aquelas dezenas de pessoas que se empilharam no Jekyll para vê-los. Quando tu consegue enxergar a paixão de um músico ao cantar suas composições, pouca coisa importa. E não é preciso ter muito senso de percepção pra enxergar isso no Jonts. Bah, só de lembrar já fico arrepiada.
E o mais bizarro nisso tudo é que por ele ser descaradamente tímido e reservado acaba sendo interpretado como arrogante, afinal, hm, ele quer ser Liam Gallagher, então ele deve ter alguma capacidade sobre-humana de conseguir ter uma personalidade que ele não nasceu com.

Como diria um grande ídolo meu do jornalismo de música gaúcho que tive o prazer de conhecer nessa viagem: tem que ter culhão.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 1

Dessa vez vamos por partes e não por dias.
A ida
Um acidente entre dois caminhões na BR 101 próximo a Joinville fez com que o ônibus que vinha de Curitiba em direção a Porto Alegre chegasse não às 00:00, como constava na passagem. Mas às 3 da madrugada. Depois de uma pequena confusão entre os passageiros no saguão da rodoviária, deu tudo certo e ao meio dia fazíamos o check in no Hotel Santo Antônio, no elegante Bom Fim, na maravilhosa Porto Alegre. Um belo prato vegetariano no Ocidente triunfou nossa chegada. Mais tarde iríamos no Dr. Jekyll, um tanto a contragosto, já que o objetivo era ir pra lá só no sábado e aproveitar a sexta para conhecer algum outro lugar. Mas o rock feito ao vivo sempre me chama.

Como os Impressionistas me impressionaram
Ali estavam quatro músicos impecáveis, em todos os sentidos que a palavra pode ter. No baixo, Eduardo Barretto, figura já conhecida por mim desde quando tocava nos Efervescentes e agora toca também com os Gulivers e com a Faichecleres. Na guitarra, Miglu, membro da trupe de irmãos Chaise, toca também na Severo em Marcha e já o tinha visto tocar em Joinville com a Identidade ano passado. No vocal, Ricardo Bento. Na bateria, Lucas Dellazzana.
O primeiro fato interessante neles eu já tinha constatado só de ouvir as músicas no meu computador. É incrível como os Impressionistas podem ser encaixados em um rótulo de influências sessentistas como tantas outras bandas e no fim acabar apresentando um som totalmente original, com vocais marcantes e letras improváveis. O segundo fato impressionante é como eles conseguem representar ao vivo exatamente aquilo que tu ouve lá no Myspace. Parece que tem um CD ali tocando. Sincronia perfeita.
E o último fato impressionante é como ainda assim eles não são tão conhecidos em Porto Alegre da maneira que bandas nascidas mais ou menos na mesma época são. Tudo bem que o som é desses difíceis de entender logo de primeira, mas acho que eles merecem mais. Baita banda.

A vida é igual a bicicleta

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jogo de Cena: Do real para o irreal


O que é verdade e o que é ficção? Qual é o limite entre a realidade e a interpretação?
Não são raras as vezes em que deixamos de acreditar em uma história dita real por acharmos que tudo não passa de ficção. Menos raro ainda é acreditarmos cegamente em uma mera encenação. Essas duas faces, a ficção e a realidade, foram colocadas lado a lado pelo cineasta brasileiro Eduardo Coutinho no documentário Jogo de Cena, lançado em 2007.
De um anúncio no jornal publicado pelo próprio diretor, 83 mulheres se apresentaram dispostas a contar suas histórias em frente a uma câmera. Dessas, 23 foram selecionadas e algumas delas receberam a sua dose de ficção ao serem interpretadas por talentosas atrizes, conhecidas e desconhecidas.
O cenário é o Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, com suas poltronas vermelhas vazias mergulhadas na penumbra proposital. Sobre o palco, de costas para onde a platéia sentaria - se houvesse uma -, mulheres de todas as idades contam suas histórias. Algumas reais, contadas pela verdadeira protagonista, outras interpretadas e algumas até inventadas. Não fossem rostos conhecidos como o das atrizes Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, ficaria ainda mais difícil distinguir o limite entre a interpretação e a realidade.
Durante todo o documentário o papel do diretor não fica restrito ao trabalho realizado atrás das câmeras. Coutinho aparece, interage, questiona as atrizes e interroga as mulheres desconhecidas sobre determinados fatos de suas histórias. Cada membro da equipe possui papel fundamental na montagem do documentário. E se as poltronas vermelhas do teatro são parte indispensável do cenário, a escada do backstage também não deixa de ser.
Uma garota negra de rosto desconhecido abre a sequência de histórias selecionadas pelo diretor com um depoimento repleto de peculiaridades. Ela conta que é atriz e que quando criança sonhava em ser paquita. O espectador precisa carregar a dúvida se aquela história pertence à jovem de expressões batalhadoras até os minutos finais do filme.
As histórias se entrelaçam, são unidas, separadas, desmentidas ou confirmadas. São histórias tristes, engraçadas e chocantes, todas interessantes conforme a sua proposta. São histórias de famílias, de perdas, de vitórias, de superação. São narrativas de mulheres que buscam algo, que querem uma chance.
Não há uma história que não deixe dúvidas quanto a sua proposta, seja ela real ou interpretada. E se no fim o documentário não agradar, no mínimo o espectador saberá que as lágrimas – ou a falta delas –, a comoção e os olhares vazios não estão aí para provar uma verdade ou uma mentira.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

The Runaways - Really?

Eu fiquei meses esperando para assistir The Runaways, negando veementemente o DVD baixado da internet que esfregavam no meu nariz porque eu-queria-assistir-no-cinema, afinal, "daqui a pouco vai estrear". Vasculhando toda a semana a programação no site do GNC Cinemas percebi o engodo em que me meti e resolvi assistir em casa mesmo.
Agora eu não sei se arrasto minha cara no asfalto por ter esperado tanto e assim criado (falsas) expectativas ou se me beijo por não ter esperado mais e ido ver em algum cinema da vida gastando reais que não possuo.
I mean, era só aquilo mesmo? Não vou nem entrar no mérito de que o filme é na verdade sobre a vida de Cherie Currie e Joan Jett e não exatamente do The Runaways, mas eu fiquei procurando uma lógica, uma nesga de emoção e adrenalina, e... bem, não havia. Achei a atuação da Dakota Fanning insossa, o que combinou perfeitamente com o filme igualmente insosso. A história da banda começou do nada, acabou meia hora depois e... qual foi o auge do The Runaways mesmo? Quando um bando de japonesas invadiu o camarim em meio à estilhaços de vidro?
Sugiro o consumo de uma lata de energético antes da sessão para quem ainda pretende assistir no cinema.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Teste do Ácido


Tô há pelo menos uma semana tentando falar alguma coisa a respeito do Teste do Ácido do Refresco Elétrico. O compêndio de narrações incríveis me acompanhou durante um mês pelos becos da vida (foi até pra Santa Maria comigo) e agora pode ser considerado um dos meus livros favoritos de todos os tempos.
É difícil conseguir juntar um punhado de frases para descrever o que Tom Wolfe fez nessas 400 páginas. Se
On The Road me causou algum senso de aventura, o Teste praticamente me lançou para outro plano espiritual. Acordo todos os dias querendo pintar um ônibus com as cores do arco íris e suas variações e levar comigo para qualquer lugar um bando de loucos tão cansados da vida quanto eu.
Tom Wolfe, aquele mesmo que os professores da faculdade usam de exemplo para explicar o new journalism, descreve as aventuras de Ken Kesey e seus amáveis Festivos Gozadores, entre eles Neal Cassady (lembram do Dean de On the Road?). Está tudo lá. Viagens pela América regadas a muito refresco elétrico, aquela maravilha que liberta a consciência dos limites que o cérebro propõe. As mais de 40 horas de filmagens, as festas com os Hell's Angels, os encontros com William Burroughs, Hunter S. Thompson e Timothy Leary, o velho Leary. O show dos Beatles no auge da beatlemania, com direito a gritos das empedernidas garotinhas de 13 anos. O show dos Rolling Stones, as dezenas de batidas policiais, a fuga para o México e mais um milhão de acontecimentos, todos empilhados sobre as páginas amareladas da minha edição de 1993 oriunda de um sebo paulista.
É muito mais do que um livro que fala sobre viagens de ácido. É uma aula de como era viver de verdade. Um maravilhoso livro didático sobre o modo de vida dos hippies, dos beatniks e toda essa juventude intrépida dos anos 60 que tanto lutava pela liberdade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Figuras Notáveis: Jack Kerouac


Jack Kerouac fez parte de uma geração de escritores que, nas décadas de 50 e 60, revolucionou a cultura e criou um modo de vida, a geração beat. Sua principal obra, o livro On The Road, lançado em 1957, foi escrita em apenas três semanas e até hoje é considerada uma bíblia da contracultura.
O livro narra as viagens de Kerouac por diversas cidades dos Estados Unidos na pele do protagonista Sal Pradise. De carona com desconhecidos e na companhia de seu amigo Dean Moriarty (Neal Cassady, na vida real), mais algumas doses alcoólicas e substâncias ilícitas, o personagem acabou influenciando toda uma geração de jovens. Bob Dylan já revelou inclusive que sua vida mudou depois de ler On The Road.
Kerouac se tornou escritor após sofrer um acidente que o impossibilitou de continuar jogando futebol americano por algum tempo na Universidade de Columbia, onde estudava. Durante os meses em que não pôde jogar, passou a freqüentar a biblioteca da universidade. Lá, começou a ter contato com livros de escritores como Jack London e Tom Wolfe, que acabaram o influenciando em praticamente todas as suas obras. Foi também nessa época que Kerouac conheceu e se tornou amigo de Allen Ginsberg e William Burroughs.
Além de On The Road, que é indiscutivelmente sua obra mais revolucionária, Jack Kerouac escreveu também outros livros importantes, como Tristessa, Os Subterrâneos, Os Vagabundos Iluminados e O Viajante Solitário. Todos os seus livros foram escritos em curtos períodos tempo, alguns em três solitários dias e outros em uma longa madrugada.
Kerouac teve uma infância feliz e sempre foi muito próximo de sua família. Fez diversas viagens na companhia dos pais e da irmã e tinha uma ótima relação com sua mãe e sua tia, suas freqüentes companhias. Suas primeiras histórias começaram a ganhar forma quando tinha apenas 11 anos, mas só aos 17 Kerouac decidiu que queria se tornar escritor.
Depois de um longo período de especulação, finalmente a sua obra mais cultuada, o On The Road, recebeu adaptação para o cinema e começou a ser filmado em agosto deste ano. A direção do filme será assinada pelo diretor brasileiro Walter Salles. O protagonista Sal será vivido pelo ator Sam Riley, já o ator Garrett Hedlund será Dean Moriarty, e Kristen Steward fará a esposa de Dean, Mary Lou. O filme está previsto para chegar aos cinemas em outubro do ano que vem.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nan Goldin - The Ballad of Sexual Dependency





Procurando um artista diferente para falar a respeito no Mix da próxima quinta-feira, acabei encontrando a fotógrafa Nan Goldin. Ela está expondo 12 fotografias da série "The Ballad of Sexual Dependency" na 29ª Bienal de São Paulo, então aproveitei o gancho e escolhi ela para o Momento Mix. Essas fotos aí de cima são algumas das que fazem parte da série.

sábado, 2 de outubro de 2010

riqueza

Verão da Balmain:




Postei ontem no PdG e fiquei tão apaixonada que resolvi trazer pra cá também.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Montanha dos Sete Abutres

Foi de uma reportagem escrita pelo jovem e inexperiente jornalista Skeets Miller, em 1925, que veio a inspiração para aquele que é possivelmente o maior clássico do cinema tendo jornalismo como referência, A montanha dos sete abutres – lançando em 1951. No filme, quem encarna o épico repórter que dá um dos maiores furos da história do jornalismo é o já bem experiente e dúbio Charlie Tatum (Kirk Douglas).
Tudo começa quando Charlie, sem qualquer traço de constrangimento, chega à redação de um pequeno jornal de Albuquerque, no Novo México, oferecendo ao diretor uma proposta irrecusável: a chance de contratá-lo por um valor muito abaixo do que ele realmente vale.
Com sua pose heroica, capaz de seduzir até a senhora que escreve receitas para as donas de casa, Charlie consegue se tornar repórter do jornal. Um ano após correr freneticamente atrás de um furo de reportagem que o torne famoso e alavanque sua carreira, Charlie embarca em uma grande história junto com o franzino fotógrafo Herbie Cook.
Pelas estradas desertas do Novo México, dentro de um conversível a caminho da cobertura de um evento – uma ligeira lembrança de outro clássico mais recente, Medo e Delírio em Las Vegas –, a dupla se depara com um imprevisto que os obriga a mudar imediatamente de pauta. Um homem está preso sob rochas dentro de uma mina no Morro dos Sete Abutres. O resgate ainda não havia aparecido.
O pertinaz Charlie foi o único a conseguir entrar na mina, com ordens expressas de isso ser uma exclusividade sua. Com a máquina fotográfica em punhos e algumas declarações de Leo Minosa – o homem soterrado pelas pedras –, já garantiria o seu grande furo.
Em pouco tempo, o caso que todos os dias rendia uma matéria nova para o jornal de Albuquerque acabou atraindo milhares de curiosos para a região até então desconhecida pelo resto do mundo. Jornalistas de outros veículos – alguns dos quais Charlie já havia sido demitido – se apinhavam como urubus em uma tenda montada especialmente para a imprensa próximo à mina.
A obra do diretor Billy Wilder, que chegou a receber uma indicação ao Oscar na época, é repleta de boas sacadas jornalísticas e referências curiosas por trás de uma grande história. É impossível olhar para a figura pitoresca de Charlie Tatum – que consegue acender um fósforo na máquina de escrever e seduzir a mulher de Minosa sem se esforçar muito para isso – e não reconhecer o poder de seus incríveis artifícios para alcançar o sucesso.
O filme revela como já na década de 50 a ética jornalística era apontada com dedos de denúncia. A partir do momento que Charlie Tatum anuncia para o personagem de sua reportagem a frase “eu sou seu amigo”, já se sabe o que os próximos minutos trarão ao telespectador.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Querido Paul,

Assaltaremos bancos, venderemos nossos rins, nossos corpos e até as nossas almas, mas iremos te ver em Porto Alegre.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Happy bday, Mr. Lewis!

Alinhar ao centro
O muso dos pianos completa 75 aninhos hoje!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Modest Mouse - The World at Large

Depois de Blur e Pavement passarem meses reinando soberanas em minha playlist das manhãs caseiras e sonolentas, outra banda noventinha anda lutando pelo seu espaço: Modest Mouse. E essa é uma das minhas músicas favoritas:


Mais uma influência de alguém que mal sabe da minha existência neste plano.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quando a moda é legal

Há alguns meses eu fiz um post falando sobre o extinto blog da marca masculina Spirito Santo, que mostrava o lado, digamos, underground de Porto Alegre (na moda e na arte em geral) e que era uma boa opção pra quem não aguentava mais esse "fashionismo victim" exacerbado nos blogs por aí. Pois dia desses dando uma olhadinha na revista Criativa acabei descobrindo um blog de moda que fica no próprio site da revista, o Vista Sim. Ele também busca fugir desse padrão chato em que todo mundo veste as mesmas tendências enjoativas em nome da moda - e da marca.
Ali os fotógrafos e repórteres buscam estilos em ruas populares de São Paulo, feirinhas, redutos alternativos e vão até para outros países. Não sei se a intenção é exatamente essa, mas eles acabam trazendo o diferencial da moda e mostrando que o que você menos precisa pra ter um estilo legal é de um cartão de crédito ilimitado.
E já que nunca citei ele por aqui, o Looks Like Porto Alegre também tá aí com o mesmo objetivo. Há quase dois anos ele figura no meu menu de favoritos porque procura mostrar a criatividade das pessoas na hora de vestir e de arrematar peças por aí. Combinemos que muito mais agradável que ver blogueiras "autofotografadas" usando as tendências da estação que tu pode ver em qualquer lugar.



Fotos: Vista Sim

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Figuras Notáveis: Hunter S. Thompson

O escritor americano Hunter S. Thompson tornou-se mundialmente conhecido pelo seu livro “Medo e Delírio em Las Vegas” e também por ser o precursor do chamado Jornalismo Gonzo. O estilo de jornalismo caracterizado pelo fato de o repórter viver na pele a situação e depois escrever sobre ela fez com que Thompson vivesse momentos intensos, regados aos mais variados tipos de drogas.
Adepto do Movimento Beat da década de 60, Thompson escreveu para várias publicações americanas até lançar a sua primeira obra, em 1965. O livro “Medo e Delírio sobre duas Rodas” surgiu de uma reportagem para uma revista esquerdista. Para escrevê-la, Thompson passou um ano convivendo com a gangue de motociclistas Hell's Angels. Através de relatos políticos e sociológicos extremamente detalhados e do envolvimento com a contra-cultura, a obra tornou-se um clássico do New Journalism.
Seu mais famoso livro, “Medo e Delírio em Las Vegas”, começou nas páginas da revista americana Rolling Stone, antes de ser publicado em 1971. Na história, Hunter Thompson encarna Raoul Duke, uma espécie de alter-ego que vai até Las Vegas para cobrir uma corrida de motos e uma convenção sobre drogas. Acompanhado do peculiar advogado Dr. Gonzo, Thompson encheu o porta malas de seu conversível vermelho com diversos tipos de drogas, desde maconha até cocaína, LSD e mescalina.
Nos anos seguintes Thompson publicou novos livros e continuou escrevendo artigos sobre política, violência e drogas para várias revistas. Na década de 90 chegou a ser preso por porte de drogas e foi acusado de abuso sexual por sua assistente. Em 20 de fevereiro de 2005, Hunter Thompson tirou a sua própria vida com um tiro de espingarda. Ao seu lado um bilhete de despedida alegava que o escritor sentia-se muito deprimido e sofrendo dores terríveis devido a uma cirurgia.
Três de suas obras, entre livros e contos, já possuem adaptações para o cinema. O primeiro deles, “Medo e Delírio em Las Vegas” foi lançado em 1998. O segundo, intitulado “O Diário de um Jornalista Bêbado” está previsto para ser lançado ainda este ano. E o último, baseado no conto “Prisoner of Denver”, está começando a ser filmado e ainda não há previsão de lançamento.

domingo, 19 de setembro de 2010

Refresco Elétrico

Era um bar australiano, com direito a cangurus, um quadro dos Beatles familiarizando-se a instrumentos típicos e uma placa indicando para que lado fica a Tasmânia. Veneno lisérgico correndo nas veias, subindo ao cérebro, as portas da percepção já bem escancaradas e o muso da psicodelia lisérgica sacudindo sua androginia no palco.
Eu balançava minha (terceira?) garrafa d'água para cima enquanto tentava juntar as silabas que formavam a letra de Mademosielle Marchand. Foi quando uma pessoa conhecida e levemente alcoolizada esbarrou em mim. É claro que não me importei, decerto nem senti nada, mas a guria olhou pra mim com uma cara tão suplicante e desesperadora enquanto me pedia desculpas, que me fez pensar na expressão facial monstruosa que eu certamente estava fazendo.
Show acaba, o rei recolhe sua Danelectro brilhosa, passa pelos quatro malacabados no segundo andar - que mal notam sua presença no recinto -, solta um mimoso tchaaaau e desce as escadas. Isso mais tarde me fez pensar: seria ele tão experiente no assunto que notou de longe a espécie de coisa que haviam aqueles jovens tomado?
Então fui ao banheiro.
A guria do esbarrão estava estava lá, e com mais súplicas me pediu desculpas pelo esbarrão. Que esbarrão? Ah, o esbarrão. Pensei em como eu poderia explicar o meu estado e assim justificar a minha reação anterior (que eu nem sabia qual tinha sido) para a pobre guria. Quando escolhi as palavras certas para contar o que se passava comigo, eu só pude ouvir um E ELE TEM MAIS, SERÁ? Antes que eu pudesse responder, sua presença já havia se tornado um rastro de fumaça.

sábado, 18 de setembro de 2010

The Hard Times of RJ Berger

Depois de Seth Cohen e Rusty Cartwright, um novo geek em minha vida:

RJ Berger
Pra quem curte séries de comédia bestas com trilhas sonoras espetaculares, historinhas clichês e um nerd lindo de morrer como protagonista, recomendo The Hard Times of RJ Berger. Logo no primeiro episódio descobrirás que RJ não é um nerd como outro qualquer. Heh.
Ah, e não se preocupe, porque apesar de o ator Paul Iacono ter essa carinha de criança perdida, ele é maior de idade e acabou de completar 22 anos.