terça-feira, 26 de outubro de 2010

Porto Alegre é demais - pt. 2

O show dos Valentinos no Dr. Jekyll
Assim como eles anunciavam há pouco mais de um mês, foi mesmo um show especial. Se em Santa Maria eu estava out demais para poder me lembrar de todas as músicas tocadas - mesmo não tendo sido muitas -, dessa vez eu tentei maneirar e não consigo me lembrar de ter faltado alguma música do disco. E mais músicas antigas que ninguém conhece. E música nova. E participação do grande Pedro Metz, da Pública. E Supergrass. E Oasis.
Vendo aquilo tudo, aquele baita show, com direito a luzinhas no palco, eu fiquei pensando sobre a birra que parte de Porto Alegre tem com eles.
- Se eu quero ouvir Oasis eu ouço Oasis. - Dizem.
Em lugar nenhum eu vi o Jonts dizer que, quando montou os Valentinos já com uma pilha de musiquinhas prontas, seu objetivo era ser inovador. Tampouco original. Aliás, já li por aí palavras do próprio que assumiam exatamente o contrário. Não tem seu mérito?
Proprietário de uma das vozes mais elegantes do rock portoalegrense desses últimos anos, o rapaz de 23 anos cumpre seu papel sem se importar muito se um seleto grupo que preza a inovação no rock acha que ele quer ser os dois irmãos Gallagher juntos. Afinal, tanta gente quer ser tanta coisa mesmo.
O lance é que é preciso ver aquele gurizão, numa sincronia perfeita com o guitarrista Foppa, cantando com a voz, com o coração, com os olhos, pulmões e sabe se lá o que mais ele entregava para aquelas dezenas de pessoas que se empilharam no Jekyll para vê-los. Quando tu consegue enxergar a paixão de um músico ao cantar suas composições, pouca coisa importa. E não é preciso ter muito senso de percepção pra enxergar isso no Jonts. Bah, só de lembrar já fico arrepiada.
E o mais bizarro nisso tudo é que por ele ser descaradamente tímido e reservado acaba sendo interpretado como arrogante, afinal, hm, ele quer ser Liam Gallagher, então ele deve ter alguma capacidade sobre-humana de conseguir ter uma personalidade que ele não nasceu com.

Como diria um grande ídolo meu do jornalismo de música gaúcho que tive o prazer de conhecer nessa viagem: tem que ter culhão.

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