quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

retrospectiva

Lembro daquela porcaria de virada de ano como se fosse hoje. Os 15 entediantes minutos de fogos na Ilha das Cabras, aquela gente feia se aglomerando como se aquilo fosse um grande acontecimento, e uma tentativa frustrada de ir a um bar que supostamente abriria naquela noite. Aí eu pensei pronto, 2010 vai ser uma grande merda, melhor morrer agora. Mas daí no mês seguinte as estradas catarinenses começaram a ficar pequenas para o velho gol prata. E o meu bolso começou a ficar vazio com tantos shows e meu coração começou a transbordar de tanta alegria.
Viagens. Todos os tipos de viagens. Em 2010 me tornei uma viajante. Só não viajei no tempo, mas foda-se, quem sabe em 2011.
Eu fiz tanta coisa neste ano que agora vai embora assim, sem mais nem menos. Eu estive em várias cidades diferentes em um mesmo fim de semana. Eu estive em Porto Alegre, em Santa Maria, estive milhares de vezes em Florianópolis e em Joinville, e uma penca de vezes em Bombinhas sob efeitos que Ken Kesey entenderia. Eu estive na estrada durante três madrugadas seguidas com pessoas insanas. Estive em Jaraguá do Sul, em Blumenau, em Itapema, em São Bento do Sul, em Rio do Sul. Fiz tantas bobagens que me deixaram moralmente abalada, mas que hoje já são capazes de me fazer rir. Acordei com os sapatos molhados e sujos de areia sem lembrar o que tinha acontecido na noite anterior. Conheci um milhão de pessoas que eu quero que fiquem pra sempre na minha vida. Metade talvez eu só veja esporadicamente daqui a alguns anos. Eu mudei de estágio, terminei um longo relacionamento e achei a vida uma merda com muito menos frequência do que em 2009.
E ainda deu tempo de assistir zilhares de filmes, ler uma boa quantidade de livros e conhecer uma porrada de bandas. Fiz minhas primeiras reportagens importantes e o jornalismo provou ser a melhor coisa que o meu futuro pode esperar. Usei salto alto depois de vários anos e passei a usar óculos. Ah, eu também perdi o show do Paul McCartney e vou me martirizar por isso até eu completar 80 anos e finalmente esquecer quem foi este homem.
E 2011 vai ser tão mais intenso que tenho medo de pensar a respeito. As primeiras horas dele serão em Florianópolis. Não tem como terminar mal.

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