quarta-feira, 8 de agosto de 2012

não consigo abandonar James Brown

Eu tenho algo que classifico como um sintoma leve de transtorno obsessivo compulsivo. Eu não consigo abandonar livros pela metade. Não importa o quanto ele esteja me desagradando, não importa o quão desinteressante ela seja, eu sigo firme e forte até a última página. 
Uma vez perguntei para um ex-professor da faculdade, doutor em literatura, se ele abandonava livros que não estava gostando de ler. Ele disse que jamais. Ele era um cara que sabia de cor as primeiras frases de seus livros favoritos e que certamente conseguia encontrar algo interessante no meio da mais desinteressante leitura, e é o que eu tento fazer. Ainda não obtive muito sucesso, mas, em todo caso, continuo lendo tudo até o final.
Há algumas semanas tenho patinado no livro que meu ex-chefe me deu no último dia do estágio: O dia em que James Brown salvou a pátria, de James Sullivan. Eu acho o autor interessante e acho que o assunto pode ser interessante para alguém, para o meu ex-chefe, talvez. Para mim não é tanto assim, mas é claro que não consigo abandoná-lo. Pode-se dizer que se trata de uma biografia de James Brown, mas parte do princípio de um show que Brown fez no dia seguinte ao assassinato de Martin Luther King. Apesar de eu ter conseguido encontrar coisas interessantes nele, como quando Sullivan deixa Brown um pouco de lado para contextualizar a cultura negra americana, me cansa saber tantos detalhes de alguém que não sou fã. 
Imagine que seja como stalkear sua tia no facebook, ainda que ela não seja um ídolo pop de cabelos impecavelmente alisados.

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