terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hunter S. Thompson chora

Assisti o Diário de um Jornalista Bêbado com relativo atraso porque queria ler o livro antes e ainda não o tinha em mãos. Depois de quase duas horas de um sofrimento de nível moderado achei que o filme valeu muito a pena por uma única razão: não fosse ele, eu teria postergado ainda mais a incrível leitura a que o filme foi vagamente baseado. Contém spoilers.
O que Bruce Robinson fez com a história de Hunter Thompson deveria configurar delito grave. Como raios alguém que tenha lido Rum pode achar que tudo bem fundir Hal Sanderson e Fritz Yeamon em um mesmo personagem? Já disse Upiara enquanto assistíamos chocados ao momento em que Sanderson nos era apresentado como namorado de Chanoult: sem Yeamon não tem história. Eu fiquei impaciente esperando pela cena do carnaval, e quando ela chegou, é claro que sem o Yeamon no meio daquilo tudo não tinha como funcionar bem.
E nem se trata apenas disso, mas o diretor pegou a proposta do livro, amassou e jogou no lixo. Transformou Paul Kemp em um bobalhão apaixonado, um cara preocupado com o destino do jornal decadente onde trabalhava em Porto Rico, por alguma razão achou que rinhas de galo fariam sentido e criou uma coisa completamente alheia a história original.



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