segunda-feira, 19 de abril de 2010

Jornalistando

Sábado, 12:30h, juntei minhas coisas e fui até a rodoviária de Itajaí esperar o meu Catarinense, que sairía de lá às 13:00h em direção a Joinville e Curitiba. Meu destino era a primeira dessas cidades. Estava indo entrevistar uma das bandas mais legais do Brasil, a mais legal de Santa Catarina e uma das minhas bandas favoritas no mundo inteiro. Quase não preciso dizer, mas é a Reino Fungi.
Claro que eu já havia entrevistado bandas de Santa Catarina quase tão famosas quanto o Reino, mas é claro que foram feitas por e-mail. E obviamente eu já havia feito entrevistas ao vivo, cara a cara, mas com bandas de amigos ou conhecidos. Então imagine.
Há mais ou menos um mês eu comecei a trocar e-mails com o Vitor, baixista da Reino Fungi, para falar sobre os meus planos de entrevistá-los. Minha pauta sobre eles já tinha sido aceita pela minha editora (minha professora de jornalismo de revista, actually) e eu estava tão entusiasmada que andava pela rua feito uma imbecil só imaginando se CASO desse certo. Porque tudo sempre dá errado. E por um momento quase deu errado mesmo, mas o Vitor foi extremamente atencioso e arrumou um jeito de toda a banda estar junta em um sábado. E tenho certeza que foi mais por mim do que por eles mesmos, afinal, eles já cansaram de dar entrevistas pra TV, rádio, revista, jornal, site e tudo o que se possa imaginar. Mas acabou que deu certo.
Durante a viagem de uma hora e quinze minutos até Joinville, meu corpo estava congelando com o frio do ar condicionado, enquanto minhas mãos suavam de um jeito bizarro que molhava a minha camiseta. Quando cheguei, liguei pro Vitor avisando que eu já estava em Joinville, que ia procurar um táxi e chegaria no estúdio deles dentro de 20 minutos.
Na metade deste tempo eu já estava na frente da gigantesca casa nº 527 e o Hugues abriu a porta para mim. A primeira coisa que ele fez foi apontar para a minha camiseta da Identidade e dizer: "grande banda". Eu concordei e fomos para os fundos da casa. Perto de uma piscina reluzente ao sol, estava o Vitor, o Tiago, o Plank e o Hesséx, um pouco mais tímido que o restante. Logo adiante estava o estúdio deles. Um baita estúdio, preciso dizer. Eu estava acostumada a ver ensaios de bandas em garagens, lavanderias e casas abandonadas, mas aquele estúdio com todo aquele equipamento eu ainda não tinha tido o prazer.
Enquanto eles conversavam sobre como estavam as músicas do CD novo (que deve sair em breve), eu tentava ficar menos nervosa e até fui me metendo na conversa sobre o show dos Beetles (Beatles cover) que teria lá mais tarde e que teve aqui um dia antes.
Em poucos minutos já estávamos sentados numa simpática mesinha com um guarda sol, gravador ligado, bloco de anotações e caneta em mãos.
Comecei um pouco envergonhada, achando que algumas das minhas perguntas eram meio babacas, e depois vi que realmente eram. Mas acho que eles compreenderam a minha situação. Ao menos foram cordiais o tempo todo.
Depois de quase quarenta minutos de conversa, tirei umas fotos, em sua grande maioria ruins, e, guess what, eles empunharam seus instrumentos e eu quase comecei a chorar. Primeiro mandaram um "Tell me Why" dos Beatles, com o Vitor cantando enquanto o Tiago afinava a guitarra. Depois me deram o privilegio de ouvir uma música inédita do novo disco, e, como se isso não fosse o suficiente, Plank pediu que música deles eu gostava. O que eu poderia responder quando, no caso, eu tinha umas 10 músicas preferidas deles? Disse que adorava Rosa Amarela. Eles tocaram. Depois perguntaram qual mais, respondi que não lembrava o nome, mas era aquela "minha loucurinhaaa acreditar que ela era minha". E eles tocaram. Tudo isso foi filmado pela minha câmera. 
Antes de eu ir embora ainda tocaram mais algumas e, então, o Vitor me acompanhou até o portão. Tentei arrumar palavras para agradecer tudo aquilo, mas como não encontrei, usei um simples "obrigada" e um "desculpa alguma pergunta idiota que eu tenha feito". Em resposta veio uma cara de quem diz "WHAT?" e ainda perguntou se eles tinham ajudado.
Voltei a pé para a rodoviária, errando o caminho, passando por lugares suspeitos com quase dois mil reais em equipamentos dentro da minha bolsa e ainda fiz o favor de perder o ônibus por erro da própria empresa.
Com a passagem inválida em mãos, dei um pequeno vexame em frente ao guichê nº1 da Catarinense e eles prontamente trocaram a minha passagem. Ás 18 horas e cinco minutos o ônibus saía da rodoviária de Joinville comigo dentro, com uma certa dificuldade em manter meus dentes dentro da boca e uma certeza absoluta de que é isso o que eu quero fazer até o último dia da minha vida.
Até ficar mais de duas horas transcrevendo a conversa ontem foi prazeroso.
A matéria vai sair na revista Palavra de Jornalista, que pode parecer pouco para os outros, mas pra mim é muito importante. É uma revista da Univali, tem 500 exemplares e circula por alguns lugares. É importante, porra.

As fotos abaixo são apenas testes de luz e configuração da câmera, e como de forma alguma irão para a revista, resolvi colocar elas aqui mesmo:

Vitor, Rômulo, Tiago, Hesséx e Hugues


Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tava vendo o teu Myspace esses dias e vi aquela tabelo do Last Fm na parte de músicas. Tentei achar o modelo no site mais não encontrei!
Se tu puder por favor podes me passar o código pra mim por no meu My Space? :)
Meu e-mail é kikazinha_pc@hotmail.com

A propósito, acompanho teu blog a um bom tempo, desdo Maybe this time. Gosto bastante da maneira que tu escreve!

Desde já obrigo. E desculpa pelo encomodo.
Cuide-se.