Esses dias eu tive mais um surto psicótico. Calculo que tenha sido o 24º desde que me matriculei em Jornalismo, há pouco mais de quatro anos. Eles ocorrem por razões que vão desde um não na cara após subir de joelhos o morro do Cristo Luz em busca de um estágio, até por ter que acordar às seis da madrugada de um sábado frio e chuvoso para ter aula de antropologia. Por ser constantemente enrolada por fontes que não querem perder seu tempo comigo enquanto um prazo brilha piscante toda vez que fecho meus olhos. E a clássica: porque meus textos são ruins. Ou porque as pessoas insinuam que eles são. Ou porque parece que insinuam que são. Sei lá. Enfim, isso tudo é para dizer que vou escrever uma carta para o meu eu do futuro. Uma carta não, um e-mail. Vou deixar lá no meu gmail com o "mim" no remetente e uma estrela amarela, com a promessa de só abri-lo daqui a no mínimo dois anos. Nele constará todo drama da minha vida universitária.
E aí é que nós vamos ver. Ou vou estar abrindo logo após ter dado uma passadinha no Senai para fazer a inscrição no curso gratuito de manicure, prorrompendo em lágrimas e lamentando não ter trancado a faculdade já nos primeiros sintomas de que algo estava errado, ou... bem, ou não. Mas essas são cenas para um próximo capítulo.
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