Resolvemos dar uma passadinha na Saraiva antes da sessão. Andamos pelos dois andares, lemos muitas contracapas, orelhas e primeiros parágrafos, até que na saída eu disse que não encontrava mais nenhum livro que eu quisesse muito ler.
Pipocas e refrigerantes mais tarde, estávamos sentadinhos esperando Meia Noite em Paris começar. Por alguma espécie de milagre o filme continuou em cartaz por um tempo recorde até que encontrássemos uma oportunidade de vê-lo no cinema. E lá estava. A pipoca, como sempre, acabou antes do primeiro diálogo.
Uma hora e quarenta minutos depois, eu saía esbaforida da sala. Uma confusão mental sobre qual livro do Scott Fitzgerald ou do Hemingway eu leria primeiro me fez interrogar o Upiara até em casa, no táxi escuro que deslizava pelas ruas da ilha debaixo de chuva.
Paris é uma festa foi a primeira escolha, da biblioteca da faculdade mesmo. Depois de assistir Meia Noite em Paris foi meio difícil resistir ao título. Mal havia começado a ler e uns dias mais tarde eu já saía de um sebo porto-alegrense carregando outra pequena pérola, dessa vez Fitzgerald e seu Grande Gatsby.
Essa sou eu, aquela mesma que não encontrava um livro que quisesse muito ler.
Ainda não terminei o Paris é uma festa, mas, em tempo, os diálogos de Hemingway (Tatie) com sua mulher são a coisa mais adorável do planeta.
- Voltaremos então para casa, comeremos aqui mesmo, teremos um jantarzinho delicioso, beberemos Beaune da cooperativa que podemos ver aqui da janela, pelo preço indicado na vitrina. Depois leremos um pouco e, mais tarde, iremos para a cama fazer amorzinho gostoso.
- E nunca mais amaremos a qualquer pessoa tanto quanto amamos um ao outro.
- Não. Nunca.
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