quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

o amor nos tempos de facebook

Em um passado nem tão remoto assim eu costumava ser uma pessoa ciumenta. Uma namorada ciumenta, mais precisamente. Do tipinho pedante que cria caso por qualquer besteira quando quer sarna para se coçar. Pois bem, o mundo muda, as coisas mudam e as pessoas também. Certa fase da vida me fez mudar drasticamente essa postura e transformou-me em um ser bastante racional. Percebi que aquele jeito agressivo tinha mais a ver com falta de sinceridade do que com ciúme propriamente dito. Desde então a coisa passou a ser mais ou menos assim:

 - Querida, hoje eu vou sair com fulana de tal, aquela amiga, sabe? Aquela que já comi por todos os orifícios prováveis e improváveis, que até já sonhei com uma vida inteira junto. Pois é, vamos ali tomar uma cerveja. Beijo.

Mas nem é esse o ponto em questão. O nariz de cera acima serve apenas para ilustrar o momento em que minha mente saudável se encontra. Pois bem. Nessa condição passei a observar a comportamento das moças cara-de-pau em relação ao homem que no sentido afetivo-amoroso da palavra possui dona. Ah, sim, passei a observá-las no ambiente virtual. Facebookiano, para ser mais exata. Nessa observação cheguei à conclusão de que são vários os tipos de vadias que dão em cima do seu namorado. Descobri com exatidão pelo menos dois deles:

1- O tipo cara-de-pau que sabe perfeitamente que está sendo cara de pau, mas nem liga para isso. Esse tipo é aquele que deixa comentários clichês com variações de "Oun, dois gatinhos!" quando seu namorado publica uma foto dele com seu bigodudo animal de estimação. Esse tipo não liga se está sendo inconveniente, não liga se no perfil do moço está claro que ele está em um relacionamento sério com sicrana, se ele tem uma foto com sicrana no avatar ou até mesmo se ao lado de seu sobrenome há a frase "amo & pertenço à sicrana".

2- O tipo cara-de-pau que não percebe que está sendo exagerada ao curtir a 23ª publicação seguida do moço no Facebook. Ela não percebe que pode soar estranho aquele monte de links postados no perfil de seu homem demonstrando que ele foi lembrado com carinho em todos aqueles momentos. Pode ser que haja nesse tipo de cara-de-pau um pouco de ingenuidade. Pode ser.

Claro que nem mesmo naquele tal passado-nem-tão-remoto eu faria algum tipo de barraco virtual, uma vez que classe é algo que sempre possuí. Mas em momento de atual racionalidade, tão mencionado por aqui, eu visto minha capa de maturidade e faço o quê? Discuto a respeito de como tem mulher cara-de-pau neste mundo. Mas é mesmo o fim da picada...

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