segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

o amor

O amor. Pra que ele serve mesmo? Ah, sim, pra te fazer renunciar boa parte da vida, boa parte das suas escolhas e deixar de lado os seus sonhos. Sim, porque quando essa... coisa, essa doença?  te pega, você perde completamente a razão e a noção da realidade. Não importa o que te digam, não adianta nada sua mãe tentar te convencer que é loucura você largar sua carreira de advogado bem-sucedido para viver em uma oca no Parque do Xingu porque se apaixonou por uma bela indiazinha de longos cabelos negros e seios firmes. E também não importa quantas vezes você já tenha sido contaminado por esse vírus devastador, você nem lembra mais que na última vez que se apaixonou gastou todo o dinheiro que estava economizando para comprar um apartamento em uma viagem ridícula a dois para Cancun. Por que mesmo? Ah, sim, porque aquela loira oxigenada que era para ter sido o amor da sua vida queria exibir o corpo escultural em uma praia badalada durante três semanas. Hoje você não precisaria estar morando de aluguel naquele apartamento fedido, nem encarar diariamente o armário verde horroroso que não pode ser removido e depositado diretamente no olho do inferno porque o proprietário do imóvel não permite. Mas o mais impressionante é que se você não tivesse namorado aquela pós-adolescente de cabelos curtos, anos atrás, você provavelmente nem estaria morando nessa cidade que tanto detesta. Já estava de malas prontas para ir embora praquele lugar a que você jurou sempre pertencer, lembra?
Tudo poderia ter sido diferente se você andasse na rua olhando para baixo, se você não partisse para o segundo encontro, ou então para o terceiro, porque quando o quarto acontece, você já sabe no que vai dar.
Tudo o que eu sei é que esse troço se manifesta de maneiras diferentes em cada pessoa, mas quando ele vai embora e você soma os prejuízos, vê que é sempre devastador. Quem ainda acha graça em ver o colega largar o emprego, os amigos e a família e se mudar para Israel para ficar ao lado do grande amor da sua vida, das duas uma: ou está sofrendo do mesmo mal ou sequer passou perto dele um dia na vida.

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