domingo, 20 de fevereiro de 2011

a estratégia de alex

Eu não lembrava há quanto tempo havia devorado um livro com tanto fervor. Provavelmente foi quando li o Auto, ou Misto Quente. Eu estava realmente enjoying de um modo selvagem chegar em casa e encontrar o Alex Antunes dissecado em sua ficção quase nada ficcional, A Estratégia de Lilith. Aliás, Alex não escreveu o livro sozinho, como faz questão de lembrar. Ele escreveu com a ajuda de Sish. Uma moça que vive dentro dele.
Como se sua vida precisasse de ainda mais mirabolância, mudou algumas coisas aqui e ali. Trocou alguns nomes, inseriu alguns personagens peculiares, se excluiu de algumas situações e se introduziu em outras. Tudo devidamente explicado em terceira pessoa entre um episódio bizarro e outro. Por fim, entupiu de referências musicais & cinematográficas. Pra mim quase bastou.
É São Paulo na década de 90. Quando CDs recheavam prateleiras de tipos como Alex e computadores eram menos utilizados para atividades online e mais para... bem, para escrever livros autobiográficos sobre uma vida regada à álcool, chás alucinogénos e sexo com prostitutas dentro de estrelas de amendoim (ou nozes) em apartamentos na Rua Augusta.
Pouco comum para um ser humano normal, mas completamente dentro dos padrões da curiosa espécie animal denominada "jornalista de música", Alex é de uma simplicidade cômica e brilhante em sua Estratégia. Estranho e estranhamente parecido com a vida, já diz a orelha.

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