Estou pedindo. De novo. Pro além, pra qualquer coisa. Esses dias ouvi alguém dizer que não acredita em ateus, achei engraçado e achei até que fez sentido.
Eu vivo pedindo coisas enquanto olho para o nada, e às vezes sou presenteada com uns trecos bizarros. E agora quero me livrar de um desses presentes que me foi dado em outro momento de desespero, quando eu batia minha testa na parede cheia de recortes do meu quarto e implorava para alguém me jogar uma escada pra me tirar do fundo do poço.
Nem Bukowski me consola mais, ele tinha suas bebidas e seus cavalinhos. Eu só tenho umas pastas cheias de arquivos que moram dentro de um quadrado luminoso e uns livros que eu supostamente estaria lendo. Mas eles passam mais tempo fechados do que em qualquer outra posição.
Qualquer coisa parece um sinal, como se o vendedor da Mega-Sena passasse berrando com seu colete azul bem quando estou sentada no banco da praia pensando que eu deveria ter um New Beatle e um loft de frente para o mar. Ou como se eu precisasse muito de um par novo de botas e a próxima vitrine revelasse uma sequência de modelos com 80% de desconto. E aí os sinais se dissolvem como uma mera coincidência.
Dizem eles que não se pode ter tudo. Mas a graça está em fazer de tudo para ter o máximo que puder.
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