quinta-feira, 26 de julho de 2012

então é isso, Woody Allen?


O que mais me marcou durante aquela sessão de domingo à noite foram as duas vezes em que cochilei por aproximadamente 30 segundos cada. Não que seja estranho eu dormir no meio de filmes, menos ainda em um do Woody Allen, mas é que isso só acontecia quando eu assistia confortavelmente deitada em uma cama, vestindo meu pijama macio após um dia cansativo. No cinema foi a primeira vez. Quem provocou isso foi o Para Roma com Amor.
Veja bem, eu adoro o Woody Allen, assisti a quase todos os seus filmes e, a não ser que alguma tragédia aconteça nos próximos meses, não morrerei sem terminar de ver toda sua filmografia. Mas também nem é preciso isso tudo para alguém ter condições de dizer que ele é extremamente irritante quando quer e que por isso já me fez dormir em algumas de suas produções (ainda que eu tenha acordado e terminado de assistir todas elas). É normal a gente amar os chatos, irritantes que nos fazem dormir às vezes, então não é um problema.
Particularmente, sempre nutri grande simpatia por seus filmes mais recentes, acho Vicky Cristina Barcelona maravilhoso, Whatever Works é uma graça, Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos pode até não ser tudo aquilo, mas o velhinho me fez sair do cinema muito satisfeita com Meia Noite em Paris. Daí agora Woody me faz o que? Dormir. No cinema.  
~ Spoilers abaixo até o fim do post.
Para começar, como foi que, olhando para Ellen Page, o velhinho achou que ela era linda, maravilhosa e que exalava sexualidade? E depois, sei que a ideia era mostrar Roma para o mundo, mas me diga, o objetivo era apenas esse, senhor Woody Allen? Porque se fosse só isso, o filme poderia ser simplesmente aquele seu personagem de sempre andando pelas ruelas, pelo Coliseu, enquanto conversa diretamente conosco ali sentados.
Mas o que Woody Allen nos traz? Quatro histórias diferentes, pouco desenvolvidas, com elementos de produções já feitas por ele, cuja única ligação é que todas se passam em Roma. Fim. O resultado foi um cochilo na fileira I (o meu cochilo), algum provável cochilo em outra fileira, algumas pessoas rindo de alguma cena desconexa e engraçadinha, algumas pessoas deixando a sala lá pela metade do filme e um grito de "abacaxi!" proferido por um rapaz indignado que também se retirava do recinto. 
Para não dizer que achei um completo desastre, Roma é linda, a fotografia do filme é linda, Jesse Eisenberg é lindo e pensar na possibilidade de seu personagem ser o de Alec Baldwin quando jovem pode ser interessante, a trilha é uma gracinha e Woody sendo seu habitué conseguiu não ficar tão irritante assim.

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