quinta-feira, 12 de julho de 2012

gol contra

As pessoas vivem insistindo nesse negócio de que a gente não pode desistir dos nossos objetivos, por mais difíceis que eles sejam blablablá, e aí é claro que no final isso vai dar merda. 
Da quinta série até a sétima eu resolvi que gostava de jogar futebol, e, não satisfeita, também resolvi que queria jogar no time do colégio. Como você leitor já deve ter constatado, eu não jogava porcaria nenhuma. Eu era mesmo muito ruim, mas não havia nenhuma outra menina tão disposta quanto eu a ocupar a vaga de fixa no time das inter-séries do ano 2000, então lá fui eu. Passadas as inter-séries, quem poderia segurar a gordinha? Logo estava no banco de reservas de amistosos entre colégios, chegando até a entrar e jogar por alguns minutos. Naquelas de ir em busca dos meus objetivos, que era de um dia me tornar uma boa jogadora, na sétima série eu fiz um gol contra em um campeonato inter-escolar.
Lembrando disso hoje, eu até me surpreendo por ter demorado tanto para marcar o gol contra, afinal, eu era bisonhamente ruim e minha posição era muito próxima da goleira do meu time. Não havia perigo nenhum de aquilo dar certo. O que importa é que depois desse dia eu desisti do futebol para o todo o sempre. Não fosse esse treco motivador de "não desista dos seus sonhos", eu teria poupado minha tez desse vexame.
Hoje, mais de 10 anos depois, entrei numa onda semelhante. Eu estou com a ideia fixa de que um dia vou fazer doces maravilhosos. Há algumas semanas esmaguei um bolo com as mãos e joguei fora antes que qualquer outro ser humano visse aquela tragédia abatumada com cor de dejeto bovino. O mesmo infelizmente não pôde ser feito com o quindão que cometi dias depois, pois toda a família estava ansiosa esperando o resultado daquela receita que levou milhares de ovos e quilos de açúcar e coco ralado. O resultado foi apenas a coisa mais feia e menos parecida com um quindão que já vi em toda minha vida. 
Quem sabe tenha sido o gol contra da minha vibe doceira. Torçamos.

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