domingo, 6 de janeiro de 2013

o dia em que quase fui uma lutadora

Meio que involuntariamente me tornei uma moça de academia, dessas que têm uma gaveta com shorts de tactel e de elastano, leggings, tops e toalhinhas e que cogita ter um squeeze para chamar de seu.
Tudo começou quando um colega de trabalho comentou que ele e a esposa estavam fazendo academia há alguns meses, "naquela academia perto da tua casa". Falei que sempre passava por lá e até tinha vontade de lutar muay thai, mas achava muito caro o valor mensal e não queria fechar o pacote de um ano. Tenho sérios problemas com contratos muito longos. Veja bem, eu posso até fazer academia por um ano, dois ou até três, mas o fato de isso se tornar uma obrigação pelos próximos 12 meses me deixa um pouco ressabiada. 
Eis que um tempo depois esse mesmo colega, desiludido com a vida de rapaz de academia, veio me oferecer o resto do pacote dele. Seis meses pelo valor do pacote de um ano. Nem pensei duas vezes. Mandei ele me trazer as luvas da esposa que lutava muay thai e também desistiu, e lá fui eu feliz transferir o cadastro e correr para a primeira aula. Uma lutadora, eu seria. 
Daí cheguei lá no andar de cima com minhas novas luvas - ainda não pagas - dentro da minha sacolinha colorida, cutuquei um homem alto e musculoso que parecia ser o professor e disse que estava começando hoje.

- Legal. Pode subir no tatame.

Legal, posso subir no tatame. Encarei o tatame e, consequentemente, os alunos que já começavam o aquecimento. Reparei que eram em torno de 20 homens e 4 mulheres. Reparei também que, independente do sexo, eram todos muito maiores que eu. Por fim, reparei ainda que todos eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. Há anos.

- Hum. Acho que hoje só vou olhar. Vou sentar ali no banco.

E assim foi meu primeiro e último dia de lutadora de muay thai. Mas eu já tinha transferido o cadastro pro meu nome, não poderia voltar atrás, alguma coisa eu teria de fazer naquela maldita academia. O pilates era no meu horário de trabalho, o jump e o gap idem. A única coisa que funcionava o dia inteiro era a musculação. Não havia escolha.
Já estou entrando na minha segunda semana e, fora as dores, devo admitir que não é assim tão ruim. É engraçado. O professor é mais jovem que eu e não entende por que eu não gosto de me bronzear.

4 comentários:

Upiara B. disse...

O dia em que eu escapei das surras...

Upiara B. disse...

O dia em que eu escapei das surras...

Ingrid Bezerra disse...

puuxa, eu queria fazer muay thai. mas como tu fiquei só na musculação porque tenho medo de encarar o treino em conjunto.
te arrisca, pls! haha

Juliete Lunkes disse...

Talvez eu tente pela manhã, dizem que é mais tranquilo. Por enquanto toda vez que passo pelo professor de muay thai finjo que não vi e aperto o passo, só de medo dele falar "ué, tu sumiu aquele dia, não vai fazer???" heh.