quarta-feira, 14 de novembro de 2012

brilho eterno

Tenho mais saudade de lugares ou de situações do que de pessoas. Não lembro da última vez que pensei em alguém com aquela sensação de uma mão grande e gorda estar esmagando meu coração, e olha que nessas andanças da vida muita gente ficou pra trás. Contudo, basta uma música que eu ouvia muito em 2005 começar a tocar para eu retornar ao meu eu-adolescente de cabelos vermelhos pulando no sofá xadrez da casa da Camila, em Santa Rosa, com nossos novos amigos descolados. Ou debaixo daquela barraca verde, onde tínhamos vizinhos peculiares que ouviam músicas igualmente peculiares, nos fazendo rir até sair lágrimas. Esses dias tocou Cpm 22 na televisão e quase precisei de paramédicos para conter a emoção que eclodia de minhas entranhas.
Às vezes basta o céu e a temperatura da tarde de domingo estarem semelhantes aos daqueles dias em que sentar no banquinho da praia era o melhor a se fazer, e lá se vai minha cabeça novamente. Já peguei a maldita alguma vez descendo a rua Santo Antônio em direção à Osvaldo Aranha e já coloquei Albert Hammond Jr. pra tocar só pra sentir de novo o mesmo daquela manhã em que ouvi pela primeira vez, no carro.
Eu até já sei que vou sentir saudade daquilo estou prestes a fazer, como quando andei pela primeira vez na Redenção. E sei que quando eu não puder mais passar com frequência por aquele trecho da BR 101 margeado pelo mar, isso vai me fazer sofrer um bocado. Esses dias ouvi Phoenix na nite e deu saudade de quando eu pegava ônibus pra Floripa na sexta-feira depois do trabalho. Mas um dia quando eu ouvir Phoenix outra vez, vou lembrar com saudade de nites como aquela.

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