terça-feira, 24 de março de 2015

Colônia del Sacramento e o silêncio

Peguei o Buquebus na segunda-feira ao meio-dia e depois de uma hora navegando pelo rio de la Plata, já desembarcava em terras uruguaias. Fui convencida a não usar Colônia del Sacramento apenas como escala para Montevideo e acabei dormindo uma noite por lá, o que estendeu para 24 longas horas que poderia ter sido feito com tranquilidade em três. Mas estamos nessa vida para aprender alguma coisa.































O que acontece em Colônia? Pois bem, vou dizer o que acontece em Colônia. Eu não sei o que se passa no lado não-histórico da cidade, mas creio que isso pouco interessa em desembarca por lá, então naqueles poucos quilômetros quadrados tudo é voltado aos turistas. Para começar, o taxista não ligou o taxímetro e cobrou absurdos 100 pesos uruguaios para andar quatro quadras e, claro, me deixar no lugar errado e eu ter que andar mais três até meu verdadeiro hostel, puxando minha mala pelas ruas de paralelepípedos. Já cheguei bem puta.


Andar pelas ruazinhas de Colônia é legal e estranho ao mesmo tempo porque todas as (poucas) pessoas que estão fazendo isso também são turistas. Essa aí da foto é a Calle de los Supiros e pela quantidade de gente que aparece ali, digo que era a mais movimentada naquela tarde. Todo mundo que circula pelas calles e passeos da cidade está com câmeras no pescoço, mapas na mão, pedindo informações para quem também está atrás de informações. É tão estranho e silencioso que parece uma espécie de museu a céu aberto.























O que não deixa de tornar interessante a experiência de explorar uma cidade de quase 350 anos que foi motivo de luta entre portugueses e espanhóis e que preserva esse passado até hoje. Esse aí é o Portón de Campo, inaugurado em 1745 para servir como entrada oficial da cidade.























Além dos taxistas, quem também adora dar uma mordida  nos turistas são as fofas lojinhas de artesanato e souvenirs camufladas entre as construções antigas. Além de nada ser muito baratinho, elas normalmente fixam um valor mínimo para usar o cartão de crédito ou débito. Assim como os restaurantes.


E não estamos falando de algo equivalente a umas 20 Dilmas, não, não. Mas eu estava morrendo de fome depois de tanto perambular e fui comer meu primeiro chivito, que estava muito bom.

De barriga cheia, fui dar uma voltinha, eu e o timer, pela playa urbana de Rowing, onde de fato havia gente de roupa de banho pegando um solzinho na beira do rio de la Plata. Foi o último destino do dia. À noite fui tomar uma Patrícia, comer uma pizza e uma isla flotante de sobremesa, até ser interrompida por um austríaco sem banho há uns três dias que ficou um total de cinco minutos na minha mesa me fazendo gastar meu inglês precário. 

No outro dia arrastei minha mala até a rodoviária (não recomendo, muita dor) para não dar meu suado dinheiro aos taxistas colonienses, e rumei em uma viagem de duas horas e meia pelos pampas uruguaios até sua capital.

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